Os especialistas em telecomunicações estão assustados. A avalancha de de projetos envolvendo o uso de vídeo na internet está atingindo tal dimensão que em breve poderá surgir uma escassez de banda para acomodar tanto material circulando na rede. A previsão é de congestionamentos cibernéticos estilo São Paulo, em dia de chuva. Depois da corrida das grandes empresas de televisão em direção à web (ver posting anterior) surgem agora os videoblogs, ou vblogs que muitos já chamam também de a televisão doméstica, feita na sala de jantar ou no quarto dos filhos. Cerca de trinta mil norte-americanos já estão inscritos num serviço de transmissão de vídeo via telefones celulares, segundo revela a mais frequentada lista de discussões sobre vblogs, no portal Yahoo. A tecnologia já tem alguns anos, mas começou a tornar-se popular depois que as pessoas ganharam intimidade com os weblogs e perderam o medo de se comunicar. Um exemplo disto é o weblog Rocketboom feito por três jovens de Nova Iorque e que produzem diariamente um noticiário de três minutos e o colocam na rede desde a sala de jantar da casa de um deles. O grupo tem uma câmera de vídeo comum, um laptop, dois spots de iluminação e um mapa mundi, como cenário. O investimento total não passou de dois mil dólares e o custo de produção de cada programa é inferior a 10 dólares. Esta contabilidade chamou a atenção da revista Wired que fez uma matéria
É difícil monitorar o cada vez amplo espaço ocupado pelos videoblogs na internet, mas os interessados podem ter uma amostra no Del.icio.us , um site de buscas compartilhadas onde é possivel saber quem procura o quê no mundo dos vblogs. Outra fonte de informações é o Blogdir , um diretório de buscas sobre projetos de vídeo blog no mundo.
Este ano já foram realizadas duas conferências de videoblogueiros nos EUA para discutir problemas, como a polêmica questão dos direitos autorais. Em janeiro aconteceu a VlogerCon, em Nova Iorque e no final de março a Videoblogging Week .
Como aconteceu com os blogs, os vblogs já começam a despertar cobiças empresariais, como é o caso do Travel Channel, que contratou cinco jovens cineastas europeus e entregou uma câmera e um laptop para cada um deles, pedindo que criem videoblogs para mostrar suas descobertas em matéria de roteiros turísticos inéditos. Os programas serão lançados em agosto.
Se você está interessado em entrar nesta onda, o inglês é indispensável porque não há bibliografia em português e só uns poucos brasileiros decidiram se aventurar no terreno do vídeo via web. Mas é apenas uma questão de tempo, pois os modismos em matéria de comunicação horizontal se propagam com uma velocidade virótica.