O estranho horário do jogo entre Palmeiras e Sâo Paulo, ontem, pela Libertadores da América – em pleno congestionamento de trânsito das sete da noite – foi explicado no Jornal da Cultura por Valdir Lemos, apresentador do Cartão Verde, por solicitação de Heródoto Barbeiro: interesse das emissoras de televisão fechadas, atendido pelos cartolas paulistas. É que no horário habitual, nove e meia, havia outros jogos para transmitir. Então, mude-se o horário de um clássico paulistano. Dos vinte mil torcedores que foram ao estádio Palestra Itália, talvez duzentos curtam mais uma boa briga do que ver o jogo. Digamos que outros dois mil gostem de ver os outros brigarem. Minorias dentro de uma minoria. Convém lembrar que a cidade tem mais de 10 milhões de habitantes. E os cidadãos paulistanos que se danem na volta para casa. Os dois grandes jornais paulistas não tocaram no assunto, limitaram-se a descrever os conflitos. Devem achar normal que emissoras de televisão e anunciantes façam gato e sapato do trânsito paulistano, que, como diziam alguns antigamente, não é bolinho. Isso para não falar em feridos, custo de deslocamento de tropas, etc.