Na quinta-feira passada escrevi que a imprensa devia aos leitores um perfil do magnífico reitor da Universidade de Brasília (UnB), Timothy Mulholland (ver aqui) – aquele do apartamento de cobertura com lixeiras de R$ 900 (que custam essa nota por serem dotadas de sensores eletrônicos que as fazem abrir automaticamente quando se chega perto delas).
Desde então se soube mais:
A mesma Fundação de Empreendimenrtos Científicos e Tecnológicos (Finatec), que desviou R$ 470 mil destinados a pesquisas para reformar e decorar o apartamento do magnífico, incluíndo as lixeiras de luxo, comprou-lhe, para seu uso exclusivo – e sempre com cartão de crédito do governo – um carrão 2007, com os confortos de esperar num veículo que custou R$ 72.200.
E ainda:
O magnífico recebeu da UnB diária de R$ 3.953 e outros R$ 550 do Ministério da Educação para participar de um congresso em Cuba, onde ele não deu as caras. Só quando a Folha – informada da história – foi em cima da UnB, duas semanas depois, os dinheiros foram devolvidos.
E Timothy Mulholland – perto de quem a ex-ministra da Igualdade Racial, Matilde Ribeiro, parece a Madre Teresa de Calcutá – continua sendo apenas, ou quase isso, um nome no jornal.
Que atentado à isonomia! Quando a senhora Ribeiro entrou na mídia pela porta errada, a do duty-free shop e da auto-locadora, os jornais se apressaram a incluir no noticiário os dados essenciais de sua biografia e da trajetória política que a levou ao governo.
Mas o senhor Mulholland, cujo afastamento do cargo os estudantes da UnB têm cobrado, continua sendo para o público pagante o magnífico desconhecido a que me referi no comentário anterior a seu respeito.
P.S.
A pedido do Ministério Público, o Tribunal de Justiça do Distrito Federal afastou dos cargos os cinco diretores da Finatec que trataram o reitor com tanto desvelo. O órgão está sob intervenção.