É do ramo a equipe de comunicação, provavelmente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais, do MEC, que antecipou para a imprensa os resultados de um levantamento a ser divulgado hoje em Brasília.
A partir de 10 quesitos, o estudo, envolvendo três instituições, apontou os 37 municípios brasileiros onde a escola pública é o que deveria ser na grande maioria das outras 5.527 cidades brasileiras.
Não deu outra. De posse da relação, os jornais foram ver de perto, em municípios de sua escolha, as provas de que nem tudo está perdido no ensino público do país. E contam hoje as histórias de sucesso que aprenderam em cidades como Sete Barras e Sud Menucci, em São Paulo; Mortugaba, na Bahia; Santo Antonio de Pádua, no Rio…
O maior e melhor relato, no jornal Valor, é sobre Mortugaba, quase na divisa com Minas, com 13 mil habitantes, 30% dos quais analfabetos, e um PIB per capita 80% menor do que a média nacional. Ali, anota a repórter Raquel Landim, “não existe acesso por asfalto e os celulares não funcionam”.
A repórter só cometeu um deslize: na abertura da matéria sobre a pesquisa propriamente dita, escreve que ela foi “obtida pelo Valor”. Foi “obtida” pela Folha, Globo, Estado – e tudo que é orgão de mídia na lista da competente assessoria que repassou a boa notícia na hora certa, isto é, antes da hora oficial.
Eis, finalmente, um caso de vazamento de informação para o bem.