A Associação Brasileira de Televisões e Rádios Legislativas (ASTRAL) lançou, nesta quarta-feira, o seu site institucional e informativo. Para falar sobre essa novidade, a presidente da organização, Luciana Rivelli, concedeu uma entrevista na qual explica a expectativa sobre o site, os desafios atuais da ASTRAL no campo da comunicação pública e como a Associação está se preparando para os novos contextos de transformações tecnológicas.
A administradora disse que o programa Digitaliza Brasil, do Ministério das Comunicações, pode contribuir para o aumento significativo do número de filiados, de 36 para cerca de 800 novas inscrições. Além de gerir a ASTRAL, com mandato até 2024, Luciana Rivelli também é diretora Administrativa da Câmara Municipal de Jundiaí.
O que significa o lançamento deste site para a gestão e a comunicação da ASTRAL?
Um site agrega valor em termos de credibilidade para uma organização. Uma rede social, por exemplo, embora seja fundamental para a instituição, tem funções e linguagens diferentes, atende a outro propósito. O registro de um domínio do site impacta positivamente na imagem ASTRAL, no caso, reforçando a transparência, a credibilidade institucional e melhorando a nossa relação com as associadas.
O que o público pode esperar em termos de atualização e conteúdo?
O planejamento é publicarmos duas matérias semanais no site. Os conteúdos vão trazer novidades sobre as casas legislativas e informações de interesse desse segmento da comunicação pública, em especial das televisões legislativas associadas à ASTRAL. Queremos que todas as TVs sejam representadas e façam parte desse modelo de comunicação e integração entre as emissoras. Com o site temos mais oportunidade, inclusive, de pautar e estimular temas importantes e emergentes da área.
Qual é a grande marca da gestão atual da ASTRAL?
Eu diria que é transformar a ASTRAL numa associação maior, com estrutura administrativa mais robusta e sólida para atender ao crescimento institucional e das televisões legislativas que estão chegando. A nossa estrutura anterior não seria capaz de comportar as mais de mil novas transmissoras que exibem conteúdos produzidos por televisões legislativas. São emissoras que vão precisar do apoio e da orientação da ASTRAL, desde a montagem da estrutura da televisão até o pleno funcionamento delas. Por isso, estamos modernizando e atualizando os trabalhos e os procedimentos da Associação.
Qual é o grande desafio da ASTRAL hoje?
Eu diria que as transformações e o avanço das novas tecnologias requerem da ASTRAL uma desenvoltura para lidar com esse contexto e coordenar o nosso escopo de trabalho. Há discussões fundamentais que nos mobilizam hoje, como a implantação da TV 3.0 e o programa Digitaliza Brasil, do Ministério das Comunicações, que contribui para a democratização do acesso à TV digital no país, inclusive potencializando a distribuição dos conteúdos das TVs legislativas.
Em aspecto mais geral, a ASTRAL está focada no desenvolvimento da comunicação pública, fortalecendo discursos de transparência, acesso à informação e de fomento da participação popular na política. É o que realmente constrói o processo democrático.
O que é a TV 3.0?
É um tipo de tecnologia que ainda está em processo de discussão, mas que vai intensificar a experiência de interação entre o público e a televisão. A expectativa é a de que o padrão seja definido até o fim de 2024. A audiência vai poder se relacionar de forma mais profunda e personalizada com o meio. Essa tecnologia também tem sido chamada de “TV do futuro”. Vai impactar todos nós, e as TVs legislativas precisam estar prontas para o que está por vir.
Como a ASTRAL está se preparando para este novo contexto?
Nós estamos em processo de formar um grupo de trabalho para definir as pautas e as linhas de atuação. Já temos uma reunião marcada para o início de outubro, e aí teremos mais clareza das estratégias de ação.
Qual é o volume de associados da ASTRAL e qual a vantagem para as TVs se associarem?
Hoje nós temos 36 associados, mas há a possibilidade de um crescimento substancial, por volta de 800 ou até mais, por conta do programa Digitaliza Brasil, do Ministério das Comunicações, que permite a retransmissão dos conteúdos da TV Câmara, TV Senado, TV Assembleia e da EBC. Os equipamentos têm o recurso tecnológico de oferecer mais um canal local que pode ser consignado às Câmaras Municipais.
No início do ano, o Secretário de Comunicação Social, Jilmar Tatto, anunciou a intenção de ampliar a rede de canais legislativos e oficiou mais de 800 Câmaras, questionando se estas instituições têm o interesse em ter um canal público para a geração de conteúdo.
Nós temos focado no processo de convidar novas TVs a se associar, mostrando que isso fortalece o nosso segmento, as casas legislativas e as próprias TVs. A união faz a força e a gente precisa ter essa representatividade.
Quando existe esse tipo de parceria e integração, é muito mais fácil cumprir os objetivos e as missões das TVs, que basicamente é usar de todos os recursos de comunicação disponíveis para envolver os cidadãos nos trabalhos das casas legislativas.
Como a ASTRAL vê a atuação conjunta com outras instituições do campo da comunicação pública?
As nossas parcerias são estratégicas e fundamentais. A união fortalece a nossa representatividade e a conquista das nossas demandas. Por exemplo, a ASTRAL teve uma reunião na Anatel, com a participação da Associação Brasileira de Televisão Universitária (ABTU) e da Associação Brasileira de Canais Comunitários (ABCcom). O objetivo foi falar sobre a não incorporação dos canais públicos nos pacotes de assinatura do sistema BoxTV, o que prejudica o acesso da sociedade à informação de qualidade produzida pelos veículos da comunicação pública.
Nos dias 17 e 18 de outubro, a ASTRAL comparecerá ao Fórum da ABTU, em Salvador-BA. Esse tipo de proximidade gera afinidade e harmonia entre as instituições, potencializando a comunicação pública.
Outro evento importante será o da União Nacional dos Legisladores e Legislativos Estaduais (UNALE), em novembro. Qual é a importância do evento para a área e como a ASTRAL pretende participar?
Esse encontro é anual, trazendo temas de interesse comum de todas as emissoras e abordagens muito pertinentes para lidar com eles. A UNALE é especial para nós, pois foi num desses encontros da União que surgiu a ASTRAL. Sempre tivemos muito apoio deles.
Para a programação deste ano, estamos preparando atividades e um cronograma com pautas da comunicação pública como um todo e assuntos específicos para as emissoras legislativas.
Gostaria de deixar uma mensagem final?
Acho importante reforçar a ideia de união e unidade tanto da ASTRAL quanto das TVs legislativas associadas e, também, as que têm o potencial de se filiar. Vislumbro um crescimento da nossa área, o que exige muito investimento, networking, trocas de experiências e aperfeiçoamento dos procedimentos internos para que a nossa estrutura seja cada vez mais forte e eficiente. Estamos no caminho certo.