A convergência midiática, talvez, tenha sido a grande revolução do século XX em termos de mudanças de hábitos e comportamentos sociais. A cada década que avançamos somos surpreendidos com os progressos nos meios de comunicação. Transmissões via rádio, programas de televisão, ligações por telefone, fac-símile, e-mail, SMS, WhatsApp e uma infinidade de possibilidades ampliaram a nossa forma de dialogar com o mundo.
As disposições dos meios estão acessíveis a todos e, por óbvio, os profissionais da comunicação não poderiam ficar alheios a este movimento. Se as listas de telefones e e-mails eram as grandes ferramentas dos assessores de imprensa, hoje em dia, as redes sociais e os WhatsApp ganharam a preferência. É inimaginável pensar em um profissional de comunicação sem a rede mundial de computadores. Diversos sites conceituados do jornalismo, a exemplo do Estadão, estão utilizando os stories do Instagram como forma de dinamizar e impulsionar as suas publicações.
Como já anunciava Pierre Lévy, ao tratar das “tecnologias da inteligência”, saímos da era dos átomos para a geração dos bits: tudo que é sólido desmancha-se no ar. Os assessores de hoje não podem mais se dar ao luxo de esperar chegar a suas redações para, no conforto de suas salas, escreverem seus releases e encaminhá-los a sua lista de contatos. Nesta adaptação desenfreada ao meio, lembro-me do caso do Juiz da Comarca de Piracanjuba – GO, que começou a utilizar o WhatsApp para realizar intimações e expedir mandados aos oficiais de justiça. Até mesmo o judiciário, conhecido por sua morosidade tem se adequado ao sistema.
Estamos na era de reportar as matérias e sermos parte delas. Com as câmeras dos celulares é possível enviar fatos ao vivo durante o acontecimento. O assessor de hoje ocupa papel semelhante ao do repórter, com as devidas particularidades de cada ofício, é claro. A convergência nos deu inúmeras possibilidades, ampliou a forma de nos comunicar, mas nos desafia a constantes adequações. Novos aplicativos, novas cobranças, novas exigências. Se atualizar não é mais uma faculdade, mas sim uma obrigação, afinal de contas, como já anunciava McLuhan: “o meio é a mensagem”.
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Jeremias Barreto é jornalista em assessoria de imprensa e advogado.