…E se porventura contássemos com os brilhantes analistas políticos e enérgicos editorialistas dos anos 50, 60 e 70, nossa imprensa teria condições de contornar ou minorar o stress e os impasses deste ominoso mês?
Se o Doutor Ulisses e Tancredo Neves ainda estivessem na ativa este vazio agônico já estaria superado?
O que incomoda mais – a sensação de abandono, solidão, orfandade ou a penosa constatação de que o pior ainda está por vir?
A grande verdade é que a nação brasileira acorda todas as manhãs sem dispor de qualquer indício sobre o que lhe reservam os fados. Os fados e o salomônico Sergio Moro. E isso do mais humilde servidor ao mais poderoso operador da cena política ou econômica.
Estamos assustados, tagarelando, papagueando, mas terrivelmente assustados. E para passar o tempo, discute-se a falta de líderes, o veranico que assola grande parte do país, o perigo do glúten, a guerra dos salames protagonizada por antigas âncoras de telejornais, os novos aplicativos que nos encherão de felicidade
O país não deu certo e ninguém quer saber por que. Esta a manchete capaz de sacudir o marasmo. Pessimismo puro, mas indispensável, de preferência na veia. No entanto as redações estão desertas, esvaziadas por passaralhos e os acionistas trancados em reunião.