Thursday, 21 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1314

#MUSEUdeMEMES, muito além das risadas e distração

Um dos fenômenos que ajudam a caracterizar as redes sociais e, portanto, parte central da nossa comunicação nos dias de hoje é o meme. Em geral, a gente tende a interpretá-lo como recurso de brincadeira e humor. De fato, não deixa de ser, mas os memes vão muito além das risadas e distração. Tornaram-se peças fundamentais na difusão de mensagens e ideias de todos os tipos, sendo, inclusive, recursos de estratégias políticas e de divulgação científica.

Tamanho protagonismo tem feito com que aumentasse o número de pesquisadores interessados em entender o que é, para que serve e como são usados os memes. Um dos principais projetos do mundo em pesquisas sobre esse tema é o #MUSEUdeMEMES, da Universidade Federal Fluminense (UFF), e que conta com um dos maiores acervos e um dos principais bancos de dados bibliográficos internacionais sobre a área.

O coordenador do projeto, o professor Viktor Chagas, do Programa de Pós-Graduação em Comunicação/UFF, concedeu uma entrevista para o blog Dissertação Sobre Divulgação Científica sobre o #MUSEU criado em 2015. Segundo ele, “os memes podem ser e frequentemente são conteúdos bem-humorados, que flertam com a cultura pop e o entretenimento, mas entender esse fenômeno requer muito mais do que simplesmente desprezá-lo pela sua natureza despretensiosa ou pela estética simples e mal acabada. Os memes de internet são uma linguagem rica e fundamental para compreendermos a sociedade contemporânea em muitas das suas nuances. Por isso, é sempre bom lembrar que meme é coisa séria”. Confira a entrevista.

O que é um meme?

Muita gente pensa que o meme é um fenômeno novo, típico da internet, mas se trata de um conceito cunhado na década de 1970. Nesse sentido, o meme é, conceitualmente, anterior à internet. O conceito original, desenvolvido por Richard Dawkins no livro O Gene Egoísta (1976), remete a ideias passadas adiante, de geração em geração. O meme é, para Dawkins, uma espécie de análogo ao gene, na cultura. É uma definição ampla e que abarca muitas coisas.

Após a conceituação de Dawkins, outros pesquisadores de variados campos, como a Filosofia, a Psicologia e a Sociologia, começaram a trabalhar com este conceito, de modo a torná-lo um pouco mais preciso e útil para o desenvolvimento de suas próprias pesquisas. É assim que Susan Blackmore, por exemplo, chama a atenção para a interpretação de que os memes podem não ser apenas ideias mas também comportamentos. Comportamentos adquiridos por imitação também são memes, diz ela.

Com o passar do tempo, a categoria passou por sucessivas reapropriações, inclusive algumas apropriações nativas, por usuários da própria internet. Na década de 1990, por exemplo, alguns usuários de newsgroups e comunidades online de nicho já batizavam conteúdos que compartilhavam entre si e piadas internas como memes. É aí que passamos a entender os memes como uma mídia, ou melhor, uma linguagem da comunicação que pode ser espalhada como uma imagem, um vídeo, uma animação curta, um áudio ou até mesmo um texto.
O meme é geralmente a estrutura replicada em um processo de ressignificação e parodização de conteúdos digitais. Mas, no senso comum, reconhecemos como memes as correntinhas, as imagens legendadas, as piadas de internet, e por aí vai.

Como e por que surgiu o projeto #MUSEUdeMEMES?

O #MUSEUdeMEMES nasceu, no seu formato atual, isto é, como um webmuseu, com acervo inteiramente aberto ao público, em junho de 2015. Ele é fruto direto de um conjunto de atividades que vínhamos desenvolvendo desde 2011, como a realização de uma série de ciclos de discussão sobre o fenômeno dos memes de internet e encontros que carinhosamente apelidamos de #memeclubes, uma espécie de mistura de seminário acadêmico com cineclube.

Nos #memeclubes, nós selecionamos um tema a partir do qual alunos da graduação em Estudos de Mídia da Universidade Federal Fluminense apresentavam uma curadoria de conteúdos digitais ao público. Como nos cineclubes, os encontros acontecem periodicamente na universidade, são abertos a todos os interessados e possibilitam uma discussão em torno de temas candentes, como o feminismo, a polarização política, e assim por diante.

Em certa altura, nós olhamos para este acervo constituído a partir das experiências dos #memeclubes, e entendemos que era preciso expandir um pouco mais as nossas fronteiras. Foi aí que surgiu o #MUSEUdeMEMES, que é coordenado por mim desde o início. Já são quase 10 anos de pesquisa sobre os memes de internet e congregamos, cada vez, um número maior de pesquisadores no grupo e apoiadores de outras instituições parceiras. O acervo do #MUSEU é criado e produzido por alunos e alunas da graduação em Estudos de Mídia e da pós-graduação em Comunicação da UFF, eventualmente contando também com a colaboração de voluntários de outros cursos e instituições de ensino.

Mas, o acervo de memes não é o nosso único produto. O projeto é também abastecido por um conjunto de pesquisas na área, com um panorama extremamente rico. São professores, alunos de graduação, mestrado e doutorado que desenvolvem as suas próprias investigações sobre temas variados, do entretenimento à política, da relação entre as linguagens dos memes e da televisão às estratégias de disseminação de desinformação a partir de conteúdos digitais. Essas pesquisas se materializam em teses, dissertações, artigos científicos, livros e muito mais.

O #MUSEU conta, ainda, com um banco de dados de produções acadêmicas sobre memes, talvez o maior do mundo, que já soma mais de 1,3 mil referências bibliográficas, em mais de 10 línguas diferentes. São trabalhos publicados não apenas no Brasil, mas também em países como México, Estados Unidos, Espanha, França, Alemanha, Reino Unido, Itália, Hungria, Rússia, Finlândia, China, Índia, Nigéria, Nova Zelândia e muito mais.

Nesse sentido, um dos grandes diferenciais que o projeto cultiva em relação a outros bancos de dados internacionais sobre memes é o caráter científico da iniciativa. Do ponto de vista político, um dos objetivos por trás do #MUSEUdeMEMES é justamente o de lançar algumas provocações ao público. A primeira delas é a de gerar um certo desconforto, uma reflexão sobre por que não podemos ler os memes como objetos dignos de ocupar o espaço de um museu. Geralmente, atribuímos aos memes um caráter banal, cotidiano, mas eles constituem uma linguagem bastante inovadora em muitos sentidos.

Além disso, em sentido oposto, lançamos também um questionamento sobre os próprios museus, que são geralmente pensados como instituições envelhecidas, quando, na realidade, preservam muito do contemporâneo. Por isso, no #MUSEU, nós estamos sempre atentos aos modos como os memes são compreendidos e tentamos discutir esses usos e apropriações.

O que o meme representa para a nossa sociedade atual?

Penso, em acordo com um conjunto de outros pesquisadores em todo o mundo, que os memes de internet são uma nova linguagem midiática. Uma linguagem nativa da cultura digital e que requer uma nova experiência de letramento midiático. Assim como nos habituamos como a linguagem do cinema, da fotografia, da televisão, os memes de internet têm desenvolvido novos modos de comunicação. Para além do fato de serem peças comunicacionais importantes na nossa conversação cotidiana, eles também reformulam outras linguagens e outros ambientes. Basta olharmos para a influência dos memes na linguagem televisiva nos últimos anos. Ou para a influência dos memes no ambiente político durante o contexto eleitoral, por exemplo. O meme é um fenômeno típico da cultura digital, mas que foi capaz de extrapolar as fronteiras da internet e se tornou realmente uma linguagem pervasiva e presente em múltiplas instâncias do nosso dia a dia.

O meme, necessariamente, existe com a internet e as redes sociais?

Depende de a que fenômeno estamos nos referindo quando falamos em meme. O meme de internet é tipicamente um fenômeno da cultura digital. E, nesse sentido, embora sua existência não esteja condicionada ao ambiente da internet e das redes sociais, ele é uma linguagem advinda desse contexto de ampla popularização de ferramentas de edição e manipulação da imagem, de globalização cultural etc. Entretanto, o conceito de meme, conforme comentei anteriormente, é anterior à própria internet, de modo que, se remontarmos ao conceito de Dawkins ou ao de Blackmore, por exemplo, podemos compreender como memes o folclore, a moda, o cancioneiro popular etc.

Nesse sentido, há memes até mesmo antes de o conceito de meme ter surgido, na década de 1970. No ambiente da política, por exemplo, bordões populares, slogans ou jingles de campanha podem ser interpretados como memes e não estão necessariamente ligados ao contexto da internet. Mas essa é uma discussão complexa, porque requer justamente distinguirmos o meme do meme de internet, e, além disso, reconhecermos que as linguagens de comunicação frequentemente se interpenetram.

Por que devemos estudar o fenômeno dos memes? Como entendê-los?

Os memes são parte importante de nossa dinâmica cultural. Eles nos sugerem, em grande medida, modos de compreender o mundo assumidos por determinados grupos sociais. São uma espécie de termômetro do clima de opinião política a respeito de um dado tema. E sugerem representações coletivas tomadas acerca de um episódio ou de uma figura pública específica.

Estudar os memes, entre outras razões, é importante, portanto, para compreendermos um pouco mais de nossa própria sociedade. Saber de quem rimos e por que rimos, de quem debochamos, que significados compartilhamos em torno de um determinado acontecimento. Tudo isso faz parte da dinâmica essencial dos memes.

Quais são os principais fundamentos teóricos para os estudos dos memes?

No decorrer das décadas de 1980 e 1990, uma série de pesquisadores que encampou o conceito criado por Dawkins em 1976 procurou desenvolver aquilo que eles concebiam como um incipiente e promissor campo de pesquisa, a memética. A memética é, por definição, a ciência que se ocupa de entender o fenômeno dos memes. Entretanto, há, como vimos, diferentes compreensões sobre os memes, o que implica em um campo pouco unificado.

De modo geral, Dawkins atribui aos memes três características fundamentais: a fecundadidade (capacidade de gerar e espalhar múltiplas cópias de si), a fidelidade (capacidade de gerar cópias idênticas de si) e a longevidade (capacidade de perdurar no tempo, e, evidentemente, gerar mais cópias através do tempo). Essas chaves são importantes para entendermos com o que o estudo dos memes está concernido.

Mesmo que hoje algumas dessas características precisem ser relativizadas e adaptadas ao contexto digital, como sugerem alguns autores, elas nos orientam a perceber o fenômeno a partir da sua dinâmica de espalhamento. O meme é estudado, grandemente, por um olhar sobre a repercussão dos fenômenos. Por isso, dinâmicas como a viralidade, a apropriação, o remix estão todas diretamente relacionadas com esses estudos.

Qual é a sua grande questão de pesquisa em relação aos memes? Qual aspecto do estudo dos memes mais chama a atenção em você?

Posso dizer que tenho duas grandes questões de pesquisa, que de forma geral têm uma série de desdobramentos entre as inquietações recentes que tenho desenvolvido em meu projeto de pesquisa.

A primeira delas é compreender como e em que medida as transformações do ambiente digital impactam no debate cotidiano sobre a política. Há uma percepção generalizada de que nunca antes na história do país (risos), e quiçá do mundo, se discutiu tanto política. Essa popularização da política é fruto, ao meu ver, de um conjunto de reconfigurações no ambiente social e econômico, com o acesso de novas camadas da população à informação política, e no ambiente tecnológico, com a plataformização de uma série de atividades que desenvolvemos profissionalmente e também com espaços de sociabilidade novos, como as mídias sociais.

Essa sucessão de transformações acaba alterando o modo como se discute política, de forma que muitas pessoas ganham acesso a este debate e, consequentemente, alteram a sua dinâmica processual. A linguagem dos memes, nesse sentido, é fruto ou sintoma dessas alterações. É uma linguagem que facilita o acesso das pessoas ao debate, embora superficialize de certa maneira esse mesmo debate. Tenho procurado entender, então, como essas mudanças têm operado e em que medida o meme pode ser uma linguagem representativa desse contexto.

A segunda questão diz respeito a uma tentativa de compreender os imbricamentos entre humor e política, ou mais abrangentemente os usos da brincadeira no contexto político. A brincadeira se tornou em certa medida uma espécie de repertório para grupos ativistas e mesmo para autoridades públicas que flertam com falas autoritárias e antidemocráticas para em seguida se justificar como uma brincadeira. Entender esses usos retóricos e a configuração desses repertórios a partir dos memes e além é, portanto, o meu segundo objetivo principal.

O quanto esse tema é desenvolvido, em termos de pesquisa, no Brasil e no mundo? Quais grupos/núcleos de pesquisa são referências na área?

No #MUSEUdeMEMES, nós procuramos mapear a bibliografia em torno do assunto. A base bibliográfica do #MUSEU é, talvez, a mais compreensiva em todo o mundo, e reúne cerca de 1300 referências, entre livros, teses, dissertações e artigos em várias línguas e de diferentes países.

Nos últimos anos, especialmente a partir de 2011, os memes ganharam relevo na produção acadêmica por diversas raízes, entre elas, a sua popularidade midiática. Mas podemos argumentar que é escassa a produção científica na área, especialmente considerando que são poucos os pesquisadores e grupos de pesquisa que se dedicam a compreender esse fenômeno de forma mais regular e sistemática. Na maior parte das vezes, temos pesquisadores trabalhando individualmente com o objeto, como em Israel, com Limor Shifman; no Reino Unido, com Anastasia Desinova; e nos Estados Unidos, com pesquisadores como Ryan Milner, Whitney Phillips e outros.

Na maior parte das vezes, porém, são pesquisadores que não estão articulados em torno de um laboratório ou núcleo específicos. E essa é, talvez, uma diferença em relação ao conjunto de estudos que temos procurado desenvolver aqui no Brasil, por meio do Laboratório de Pesquisa em Comunicação, Culturas Políticas e Economia da Colaboração (coLAB), coordenado por mim, na UFF, onde temos um conjunto de pesquisas em andamento a respeito do tema. O #MUSEU se tornou, por várias razões, uma espécie de marco referencial para outros pesquisadores e interessados.

Como os memes podem ajudar na divulgação científica? Os memes já são usados nessa atividade?

Sim, sem dúvida. Os memes são uma excelente linguagem para introduzir determinados temas junto ao público. Com a divulgação científica, não é diferente. Naturalmente, é importante termos em mente que, por conta de sua natureza sintética e frequentemente reducionista, os memes tendem a simplificar a informação à primeira vista, condensando muitas camadas de significado em uma peça visual de consumo rápido e ágil. O efeito disso pode ser positivo se considerarmos que a informação se torna de fácil alcance. Por outro lado, é um problema lidar com o uso mal intencionado da linguagem, que acaba associando o meme à desinformação.

Qual tem sido o espaço dos memes na política brasileira?

São múltiplos os usos e efeitos dos memes na política nacional. Por exemplo, os movimentos sociais têm cada vez mais se apropriado desse repertório para levantar questionamentos. É assim que vemos campanhas como #meuamigosecreto, #primeiroassedio ou, mais recentemente, #vidasnegrasimportam, orientando relatos pessoais e agendando debates nas mídias sociais a partir de ações que podemos chamar de meméticas. Mas, também políticos e grandes corporações têm procurado incorporar o estilo e a linguagem dos memes para se aproximar das suas audiências. Nas campanhas eleitorais, tem sido cada vez mais frequente os políticos flertarem com a autoironia, que contratem humoristas como produtores de conteúdo, e que estimulem uma militância online altamente engajada a circular suas peças.

Além disso tudo, muita gente que antes simplesmente não discutia política, passou a discuti-la por causa do humor dos memes. Entender essas mudanças e o caráter inclusivo dos memes em relação ao debate político é um dos meus interesses privilegiados de pesquisa, conforme mencionei anteriormente.

O que faz um meme viralizar e o que prejudica a viralização de um meme?

Antes de mais nada, creio que distinguir os memes dos virais é um passo importante para respondermos adequadamente a essa questão.

Embora as duas categorias sejam usadas de forma indiscriminada como sinônimos, os memes e os virais guardam diferenças importantes entre si da maneira como parte da literatura os compreende hoje.

Virais são conteúdos que são disseminados sob uma mesma forma, como uma peça única que é transmitida a múltiplos destinatários. Um videoclipe, como Gangnam Style, do cantor sul-coreano Psy, é, desse modo, um vídeo viral. Mas à medida que os usuários iniciam um processo de ressignificação e parodização desse vídeo, criando suas próprias versões, temos então um meme. O meme é, portanto, um conjunto de conteúdos que mantém uma estrutura unívoca. O meme pode ou não viralizar, e frequentemente temos memes que, na realidade, são reconhecidos por um número restrito de pessoas.

Assim, os memes são um fenômeno, no mais das vezes, espontâneo e não-planejado, ao contrário do que ocorre com alguns virais. Dito isso, não há fórmula específica para se viralizar, mas há aspectos que podemos observar entre diferentes conteúdos que viralizaram que guardam algumas semelhanças entre si. Por exemplo, é bastante frequente que o erro, a falha ou a gafe sejam mais virais do que o sucesso ou o acerto. Também diz muito sobre essa dinâmica o fato de que a maior parte dos virais está associada com pessoas comuns, não com celebridades, ainda que, em alguns casos, tenhamos celebridades figurando também neles. Parte do que fazemos, quando estudamos esse fenômeno, é justamente interpretar e tentar estabelecer esses padrões, para termos uma compreensão um pouco mais ampliada do processo.

Quem produz memes? Qual é o perfil de ator social que trabalha com isso, na prática? Há perfis mais definidos de pessoas com mais tendência a gostar de compartilhar memes?

Há diferentes perfis de usuários que produzem e fazem circular os memes. Entre os produtores, temos, é claro, profissionais e amadores. Os profissionais são muitas vezes usuários experientes das mídias sociais, alguns com formação em publicidade, design ou áreas correlatas, que procuram explorar um pouco mais a linguagem, criando e desenvolvendo os seus próprios personagens, o seu próprio estilo.

Nesse sentido, alguns memes conservam características plenamente autorais. Mas há também, sem dúvida, usuários que produzem memes de forma inteiramente amadora, sem mesmo a pretensão de torná-los virais.

Os usuários que compartilham e circulam memes têm igualmente um espectro muito diverso. Ainda que se possa argumentar que a maioria é jovem, há, por exemplo, pesquisas que indicam que alguns gêneros de memes têm maior incidência entre faixas etárias mais elevadas, como as fotos de gatinhos fofinhos ou os memes de bom dia, para ficar em apenas dois exemplos. A verdade é que, como se trata de uma linguagem diversa, é difícil caracterizar esse público.

Logo, assim como não podemos associar uma faixa etária, um grau de escolaridade ou uma procedência geográfica específicas a pessoas que consomem filmes ou séries de televisão, também não podemos restringir o fenômeno dos memes a uma clivagem social particular.

Há algum tópico sobre o qual você gostaria de comentar, mas deixamos de abordar na entrevista?

Acho que consegui responder a todas as questões. A mensagem final é apenas a de que os memes podem ser e frequentemente são conteúdos bem-humorados, que flertam com a cultura pop e o entretenimento, mas entender esse fenômeno requer muito mais do que simplesmente desprezá-lo pela sua natureza despretensiosa ou pela estética simples e mal acabada. Os memes de internet são uma linguagem rica e fundamental para compreendermos a sociedade contemporânea em muitas das suas nuances. Por isso, é sempre bom lembrar que meme é coisa séria!

***

Entrevista concedida a Bruno Lara, jornalista da UnBTV, pesquisador de pós-doutorado do Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação da UnB e editor do blog Dissertação Sobre Divulgação Científica.