Gerard Biard, editor chefe do semanário satírico Charlie Hebdo , em entrevista ao jornal El País afirma que o mundo enfrenta novas formas de totalitarismo. Falando sobre os 12 meses transcorridos depois do atentado terrorista que matou 11 membros da redação do Charlie Hebdo, Biard diz que o semanário mantém sua linha de desenhos críticos ao fundamentalismo islâmico mas passou a ser mais didático sobre suas propostas e preocupações para procurar ampliar seu publico leitor.
O exemplar de aniversário do massacre do Charlie Hebdo recebeu duras críticas do Vaticano por contar uma ilustração em que um velho, que muitos identificam como a imagem de Deus, carrega uma metralhadora Kalishnikov nas costas.
Leia duas respostas de Gerard Biard na entrevista ao jornal espanhol El País:
..”Pregunta. Un año después de la matanza que diezmó la redacción de Charlie Hebdo, ¿qué es lo que no quiere oír el 7 de enero de 2016?
Respuesta. Me da miedo incluso oírlo. Frente a estos actos de terrorismo, siempre acabamos encontrando explicaciones y justificaciones que de hecho suenan a excusas. Es inaceptable. Para mí, se trata solo de rechazar una ideología totalitaria basada en dogmas religiosos.
P. Sin embargo, cualquier explicación no sirve de excusa…
R. Es cierto, pero el Estado Islámico tiene miles de razones para odiarnos, por lo que buscar explicaciones es un ejercicio que no tiene fin y, repito, siempre con el riesgo de buscar las “razones correctas”. Estas no existen dado que el único objetivo es imponer a unas sociedades democráticas una ideología religiosa radical”… (A versão completa da entrevista está aqui)
Leia também dois paragrafos da noticia do jornal inglês The Guardian sobre as reações do Vaticano, através do jornal Osservatore Romano, à edição de aniversário do atentado contra o Charlie Hebdo:
“…A million copies of the special edition hit France’s newsstands on Wednesday with a cover featuring a bearded man representing God with a Kalashnikov slung over his shoulder, accompanied by the text: “One year on: the assassin is still out there.”
In a commentary, the Vatican daily Osservatore Romano said treatment of this kind towards religion “is not new” – and stressed that religious figures have repeatedly condemned violence in the name of God.
“Behind the deceptive flag of uncompromising secularism, the weekly is forgetting once more what religious leaders of every faith unceasingly repeat to reject violence in the name of religion – using God to justify hatred is a genuine blasphemy, as pope Francis has said several times,” it said.
The commentary added: “In Charlie Hebdo’s choice, there is the sad paradox of a world which is more and more sensitive about being politically correct, almost to the point of ridicule, yet does not wish to acknowledge or to respect believers’ faith in God, regardless of the religion…” (A versão completa da notícia do Guardian está aqui)