Leonardo Sakamoto consegue com apenas 10 observações colocar a imprensa numa situação muito desconfortável no que se refere à cobertura da avalanche de lama em Mariana, Minas Gerais. A leitura do texto postado no blog do jornalista deveria servir para uma reflexão profunda dos profissionais do jornalismo já que o caso de Mariana não é isolado e pode se repetir, conforme matéria produzida pelo site Volt Data.
Reproduzimos a seguir as três primeiras sugestões de Sakamoto para uma autocrítica dos encarregados da cobertura da tragédia de Mariana:
1) Onde você escreve apenas “Samarco”, como responsável pela catástrofe da barragem de Mariana, acrescente “Vale” e “BHP”. Diga ao seu chefe para esquecer que a Vale é grande anunciante do seu veículo pelo menos desta vez.
2) Essa foi uma das maiores catástrofes ambientais do país e vai alterar a vida de milhões de pessoas e animais. Trate isso como tal e não como curiosidade mórbida. Seja decente: sensacionalismo só é bom para a sua audiência.
3) Acidente, Papai Noel e Coelho da Páscoa… Investigações estão em curso, mas o uso irresponsável da palavra “acidente” faz crer que tudo isso seria inevitável, concedendo ao acaso uma culpa que pode ser de empresas e governos, ao destino um poder que ele não tem e dando vida a essa figura mitológica – o acidente – endeusada em falhas corporativas.
Leia o texto integral em “Lama de Mariana: Como o jornalismo é engolido nas grandes tragédias“. blog de Leonardo Sakamoto 11/11/2015