Friday, 22 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Juventude sem educação

A falta de acesso à educação e o analfabetismo são os principais problemas
apontados no relatório sobre a juventude brasileira, feito por mais de 40
organizações não-governamentais e entregue ao governo na última semana. O
documento, intitulado ‘Tirando Acordos do Papel’, mostra que a maioria dos
jovens de baixa renda está fora da escola.


A representante do grupo Interagir, uma das ONGs que participou da elaboração
do estudo, Renata Fiorentino, observa que é preciso haver políticas públicas que
garantam a permanência dos jovens nas salas de aula e que concluam os cursos,
seja do ensino fundamental, médio ou superior.


Segundo o relatório, o governo tem desenvolvido ações para combater o
analfabetismo e aumentar o número de jovens na escola. No documento, há dados do
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) que revelam certo avanço
na inclusão de jovens no sistema educacional e o aumento do nível da
escolaridade. De 1992 a 2002, o percentual de analfabetos brasileiros caiu de
16,4% para 10,9%. As ONGs atribuem esse resultado aos investimentos dos governos
federal, estadual e municipal em programas de Educação de Jovens e Adultos e às
bolsas educação que reduzem o trabalho infantil.


No ‘Tirando Acordos do Papel’, porém, há a conclusão de que a permanência dos
jovens que têm acesso à escola é baixa, principalmente na rede pública. E o
principal motivo é o desinteresse, atribuído à baixa qualidade do ensino, a
problemas de infra-estrutura e à má remuneração dos professores. A situação
financeira também é apontada como causa da evasão escolar entre os jovens.
[Agência Brasil]