Saturday, 02 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1312

Sobre o primeiro curso de Comunicação de Mato Grosso

Diferentemente das grandes urbes brasileiras, onde foi identificada uma explosão das faculdades de Comunicação a partir da década de 1970 e 80, a institucionalização do campo da Comunicação no estado de Mato Grosso pode se considerar morosa senão tardia.

A presença das instituições de ensino em Comunicação em Mato Grosso dá-se somente no início da década de 1990, quando a Universidade Federal de Mato Grosso – UFMT abre o curso de Comunicação Social, na sua capital, a cidade de Cuiabá, impulsionada pela necessidade de profissionalização do mercado midiático da região.

Isso, mais de 150 anos após os primeiros indícios da imprensa escrita no estado, através do jornal Themis Mattogrossense [o jornal Themis Mattogrossense era impresso em papel almaço, com duas colunas largas que se distribuíam no pequeno espaço de 31 centímetros de altura por 21 centímetros de largura. O primeiro jornal publicava atos oficiais, mantendo informado o público das realizações administrativas da Província. A sua tipografia, que é considerada a primeira instalada em Cuiabá, foi também a primeira Imprensa Oficial da região Centro Oeste. A assinatura do Themis Mattogrossense custava 800 réis por trimestre, ficando o exemplar avulso por apenas 80 réis. O jornal Themis Mattogrossense deixou de circular em 1840 devido a problemas políticos (JUCÁ, 2002)], que entrou em circulação no dia 14 de fevereiro de 1839.

A estrutura física

A proposta da criação do primeiro curso de Comunicação de Mato Grosso foi formulada pelo Sindicato dos Jornalistas Profissionais do estado, durante a realização da II Semana de Propaganda de Mato Grosso, no ano de 1983. O objetivo era atender de imediato a uma demanda expressiva de profissionais nas áreas de Jornalismo, Radialismo e Publicidade e Propaganda, através de um processo multidisciplinar de ensino que abarcava a demarcação ética da profissão, cultura abrangente e domínio dos estudos de linguagem.

O curso de Comunicação Social teve a sua sede inicial num antigo prédio da Universidade Federal de Mato Grosso, mais precisamente, dentro das Faculdades de Administração, Economia e Ciências Contábeis – FAECC. Depois passou a integrar o Instituto de Linguagens, dispondo de uma infraestrutura física e laboratorial de Curso que conta, hoje em dia, com dois blocos para as atividades administrativas e curriculares do curso:

Bloco de salas de aula: Constituído por: quatro (4) salas de aula com capacidade de 45 alunos (salas 7, 19, 41 e 42), uma sala de aula com capacidade menor de quinze (15) alunos (sala 06 A), além de duas (02) salas administrativas, sendo uma destinada para o funcionamento da Chefia, Coordenação e Secretaria do curso (sala 14), e a outra, para o mestrado (sala 6). Bloco dos laboratórios: Possui dois andares, e constituído no seu pavimento inferior por: um (1) laboratório de informática, uma (1) sala de audiovisual, um (1) laboratório de línguas, um (1) laboratório de fotografia, dois (2) Estúdios de TV (estúdios A e B), uma sala de aula projetada para acomodar 100 carteiras, uma (1) sala para a secretaria de laboratórios, um (1) depósito B (almoxarifado), dois (2) camarins, 44 guarda-volumes. Enquanto no pavimento superior possui: dois (2) estúdios de áudio (Estúdios A e B), duas (2) áreas técnicas de áudio (Técnica A e B), quatro (4) laboratórios (Laboratório A, B, C e de Planejamento Gráfico), três (3) salas que funcionam respectivamente como Switch [termo utilizado para designar a área de direção nas produções audiovisuais, a exemplo dos telejornais e dos programas televisivos], pós-produção e ilha de edição.

A relação do curso com a imprensa local

O aparecimento do curso de Comunicação em 1990 refletiu a expansão do quadro de veículos de comunicação no estado de Mato Grosso e, sobretudo, na cidade de Cuiabá – cidade que atualmente conta com uma população de 550 mil habitantes e é uma das subsedes da Copa do Mundo do Brasil a ser realizada em 2014.

Conforme apontavam as pesquisas sobre radiodifusão realizadas pelo IBGE em 1989, eram contabilizadas três emissoras de televisão, 36 emissoras de rádio e 55 jornais, entre diários, semanários e quinzenários. Um número significativo de veículos midiáticos que exigiu a formação de profissionais especializados nas áreas de reportagem e produção em Rádio e TV, diagramação e edição no jornalismo impresso, planejamento e gerenciamento das mídias.

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Réulliner Rodrigues é graduando em Jornalismo e Lawrenberg Advíncula da Silva é professor do curso de Jornalismo da Universidade do Estado de Mato Grosso