Acabo de descobrir que o visionário Anísio Teixeira fundou o primeiro curso de Jornalismo em 1935, iniciando no Brasil a qualificação desta profissão. Uma pena é o desenrolar dessa história: em 2009, o Supremo Tribunal Regional acabou com a obrigatoriedade do curso superior específico para o exercício da profissão de jornalista, considerando que essa obrigatoriedade atenta contra a liberdade de expressão, sendo inconstitucional.
O ministro relator, Gilmar Mendes, na ocasião, afirmou que não há nenhuma especificidade técnica nem ética no jornalismo, nenhuma questão moral que não possa ser discernida por um cidadão comum, sem formação alguma e, foi além de avaliações técnicas, comparando a profissão de jornalista com a de um chefe de cozinha: “Da mesma forma que não há nenhuma especificidade ética ao cozinhar. Um excelente chefe de cozinha poderá ser formado numa faculdade de culinária, o que não legitima estarmos a exigir que toda e qualquer refeição seja feita por um profissional registrado mediante diploma de curso superior na área.” E a posição do Supremo foi de 8 votos contra 1, caindo então, a obrigatoriedade do diploma.
As consequências do impasse vivido por esta profissão vão além do que possamos imaginar. Acredite. Facilitou as aquisições das empresas jornalísticas e as manipulações conforme alguns interesses; e como ficam os cursos de jornalismo? E a qualidade das informações? O compromisso ético intensificado em quatro anos de ensino?
O abaixo-assinado das PECs
É válido registrar que as redações de credibilidade e os concursos públicos continuam adeptos aos diplomados, pois devem preservar a qualidade da informação. Registro também meu imenso reconhecimento aos colaboradores da comunicação e do jornalismo. Ainda nesta semana, divulguei com muita satisfação a regularização dos mototaxistas em Caetité – a terra de Anísio Teixeira. A regularização profissional significa, a meu ver, mais qualidade nos serviços prestados, com mais segurança aos profissionais e à sociedade. Todas as profissões devem ter… O jornalismo e os jornalistas lutam por resgatar a sua! Afinal de contas uma profissão tão séria não deveria estar às margens da lei…
Apoie você também esta causa.Assine o abaixo-assinado em apoio às PECs (Propostas de Emendas à Constituição) dos jornalistas que tramitam na Câmara dos Deputados e no Senado Federal, restabelecendo a exigência do curso superior específico de jornalismo para o exercício da profissão de jornalista, através do endereço:
http://www.peticaopublica.com.br/?pi=P2011N8603
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Giselle Ribeiro Quintão é jornalista