Friday, 22 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

A mídia como vitrine e janela

Chegamos à metade do ano de 2008. Mais do que isso: chegamos a junho, o mês das convenções partidárias que definirão os candidatos a prefeito e vereadores para as eleições de outubro.

Como em outros tempos, é dada a largada então para uma maratona que, de um lado, coloca candidatos em busca de votos, e de outro, eleitores à caça de representantes que satisfaçam as suas expectativas políticas. No Brasil ou em qualquer lugar do mundo, a mídia ocupa lugar destacado nessa competição na medida em que faz a principal e mais decisiva mediação entre políticos e cidadãos. Faz tempo que eleição se ganha mais na mídia que nos comícios e palanques. Faz tempo que ano eleitoral é prova de fogo para políticos e meios de comunicação.

Este é um período em que a mídia pode funcionar como vitrine e janela para a população. Quando apresenta as opções de candidatos, suas plataformas eleitorais e seus desempenhos ao debater questões importantes, os meios de comunicação podem servir ao público como uma ampla vitrine, onde cada eleitor mira e escolhe seus candidatos tal qual um produto ou mercadoria.

Quando aponta as necessidades da comunidade, quando propõe e pauta o debate político, a mídia atua como uma janela, por meio da qual espreitamos nosso presente e futuro, o que somos e o que queremos ser.

É verdade que tanto num caso (vitrine) quanto noutro (janela) quem lança o olhar é o cidadão comum. Porém, entre o eleitor e o candidato há uma separação fina e ilusoriamente invisível, como uma película de vidro. Está ali a mediação de jornalismo e jornalistas. Essa película pode ser transparente ou opaca, permitir a visão com fidelidade ou distorcê-la. O que este Monitor de Mídia está dizendo é que, cada vez mais, não basta olhar a paisagem ou os produtos na prateleira. Em tempos eleitorais, como os que começam neste mês, é preciso também estar atento aos vidros das vitrines e das janelas.

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