Em seu blog no jornal britânico The Guardian [17/9/07], Roy Greenslade avalia um post do sítio do programa Newsround , da BBC, que corrobora o argumento de Will Lewis, editor do também britânico Daily Telegraph, sobre a tendência esquerdista da rede pública. A acusação recebeu apoio do jornalista Jeff Randall, do mesmo diário. Segundo Randall, há uma ‘corrente de hipocrisia’ na BBC. ‘A definição de imparcialidade não é como muitos de nós pensamos. Há um consenso liberal. A BBC nega isto, mas Andy Marr – quem muitos pessoas pensam fazer parte de um consenso liberal – disse que quando se está lá, pode-se sentir isto, cheirar e quase tocar’, ironizou.
Um relatório interno declarou que uma ‘ampla tendência inconsciente’ pode estar influenciando as notícias da BBC. Como liberal, Greenslade admite que tende a ser cético em relação às acusações de parcialidade, mas, após ler o blog de Damian Thompson, do Daily Telegraph, sua opinião mudou. No blog, foi reproduzido o post do Newsround, destinado ao público jovem, sobre os ataques de 11/9. O texto, intitulado ‘Por que eles fizeram isto?’, diz:
‘O modo como os EUA envolveram-se em conflitos em regiões do Oriente Médio deixou muitas pessoas insatisfeitas, incluindo o grupo chamado al-Queda – que acredita-se estar por trás dos ataques. No passado, líderes do al-Qaeda declararam uma guerra santa, conhecida como jihad, contra os EUA. Como parte da jihad, membros da al-Qaeda acreditam que atacar alvos americanos é algo que eles devem fazer. Quando os ataques aconteceram em 2001, um grande número de soldados americanos estava em um país chamado Arábia Saudita, e o lider do al-Qaeda, Osama bin Laden, disse que queria as forças fora do país.’
Depois da repercussão na blogosfera, uma correção foi feita no texto:
‘Al-Qaeda está insatisfeito com os EUA e outros países envolvidos em lugares no Oriente Médio. Pessoas relacionadas a al-Qaeda vem usando a violência para mostrar isto nos EUA e outros países. Os eventos do 11/9 e outros ataques foram condenados por pessoas em todo o mundo, incluindo muçulmanos’.
Para Greenslade, a rede britânica tem a obrigação de se posicionar em relação ao assunto.