Friday, 22 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Como tudo começou

Tudo começou em meados de 2001, a idéia de criar um site para que os alunos do segundo e terceiro anos do curso de Comunicação Social do Unasp pudessem publicar reportagens começou a ser desenvolvida. O objetivo era que os futuros jornalistas aprendessem a analisar e criticar a mídia desenvolvendo, assim, o senso crítico.

A empolgação dos alunos foi tanta que não demorou a surgir o nome Canal da Imprensa. Sugestão das alunas Ágatha Lemos e Liliane Fragoso. A estrutura do site ficou sob a responsabilidade dos alunos Lisandro Staut e Siloé Jr. Na época, um design moderno que foi muito elogiado.

Depois de um ano de planejamentos, erros e acertos, Fernando Torres, aluno do segundo ano, inspirado no Observatório da Imprensa, sugeriu que fossem feitas edições quinzenais e temáticas. Assim aconteceu. Em 21 de agosto de 2002, era concebida a primeira edição da revista eletrônica com o tema ‘Brasil 500 anos… de censura’. A equipe era formada pelos alunos Daniel Liidtke, chefe de reportagem, Allan Novaes, Fabiana Siqueira, secretária de redação, e Fernando Torres, editor-chefe, entre outros articulistas. Todos sob a direção do Professor Ruben Dargã.

O ano de 2003 foi marcante. A equipe, apesar da inexperiência, foi pegando o jeito. muitas noites mal-dormidas, muitas horas em cima de um computador para a produção da revista. Mas o Canal foi crescendo e a equipe também teve que crescer. Sérgio Telles, responsável pela arte e publicidade, Fabiana Amaral, editora especial, e Vanessa Candia, chefe de reportagem, juntaram-se à equipe a fim de somar esforços para ajudar o Canal da Imprensa a se estabilizar. A participação deles foi fundamental no ano de 2003.

Em 2004, a equipe passou por uma mudança. Fernando Torres deixou o cargo de editor-chefe e Vanessa Candia assumiu. Entraram na equipe Caroline Ferraz, Dayse Bezerra, Marisa Ferreira, Rômulo Gomes, Wendel Lima, Carolina Riguengo e Paulo Mondego. Os alunos que faziam parte da equipe continuaram ajudando, ensinando aos ‘calouros’ para que o Canal continuasse a crescer.

Reconhecimento internacional

Entre muitos fechamentos conturbados, um ficou bem gravado. Exatamente no dia de fazer a atualização da revista, a rede interna estava apresentando problemas. Como atualizar sem internet? A revista tinha que entrar! Então, fizeram a atualização por telefone, com a ajuda de uma jornalista de Curitiba. ‘Aquele dia foi uma loucura’, lembra Vanessa. Esses esforços, esse desejo de não ver o Canal parar é que justifica o crescimento constante da revista.

No início, muitos não acreditaram no potencial do Canal. A propaganda era feita à boca pequena. Alguns cartazes eram espalhados pelo campus com a primeira página impressa e poucas pessoas acessavam o site. Mas, com o passar do tempo, a revista eletrônica foi criando raízes. Os alunos começaram a ver seus textos publicados em mídias tradicionais como Observatório da Imprensa, Zero Hora, Revista Imprensa, Comunique-se e outros e o ideal de ver o Canal da Imprensa reconhecido em território nacional e internacional foi se concretizando.

O primeiro reconhecimento veio da Universidade do Texas (nos Estados Unidos), quando sua biblioteca virtual – considerada a maior do mundo – anexou o Canal da Imprensa em sua página na internet. Em seguida, vieram as universidades de Harvard (EUA) e do Minho, em Portugal. A revista também foi reconhecida pelo Observatório da Imprensa, onde mais de 60 textos de alunos já foram publicados, e pelo jornal O Estado do Paraná.

De laboratório, mas com nível

Este ano o Canal cresceu ainda mais. Fez sua primeira edição especial com a morte do papa João Paulo II. O tema foi ‘Papa na língua da imprensa’. Enquanto fechavam uma edição, alguns estavam na reunião de pauta, outros correndo atrás de artigos, mas todos os esforços foram válidos – foi uma das edições com mais acessos.

No mês de agosto, o Canal passou por uma reformulação geral. Novo visual, nova equipe, mais articulistas. O professor Allan Novaes assumiu a coordenação da revista. A nova roupagem ficou a cargo de André Crins e Rodrigo Silveira. O professor Carlos Henrique Nunes é o ombudsman – destacando que são poucos os veículos de comunicação no Brasil que têm ombudsman. E, recentemente, passamos a fazer parte da Rede Nacional de Observatórios da Imprensa, a Renoi.

Nestes três anos, grandes nomes da imprensa nacional foram entrevistados, como Heródoto Barbeiro, Eliane Cantanhêde, Silio Boccanera, Carlos Dorneles, Paulo Moreira, Mino Carta, Orlando Brito, Hélio Alvarez, Wilson da Costa Bueno, TT Catalão, Maria Cândida, Kaíke Nani, Marcos Uchôa e muitos outros. Ao todo foram 64 personalidades da mídia. Das 443 faculdades de Jornalismo do país, apenas quatro contam com um meio de informação semelhante. Pessoas de Portugal, Reino Unido, Uruguai e França já leram os 1001 artigos publicados aqui.

Após tanto trabalho, o Canal da Imprensa é um veículo de laboratório, mas com nível para competir com qualquer veículo profissional, mesmo sendo escrito por alunos.

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Estudante do curso de Jornalismo do Centro Universitário Adventista de São Paulo (Unasp)