‘Estudante de Jornalismo que condiciona sua vida a escrever textos como os manuais de redação prescrevem está cometendo uma burrice inominável. Só ganha espaço quem tem o mínimo de inventividade e não escreve como se estivesse lidando com uma bula de remédios.’ (Marcos Faerman, ‘A longa aventura da reportagem’. In Repórteres, pág.146)
Este artigo não pretende discutir a necessidade da formação superior para o exercício da profissão de jornalista porque o autor considera ponto pacífico a exigência do diploma em nossos dias. O ‘nossos dias’ aqui não é força de expressão, pois os cursos de Jornalismo são recentes em nosso país, datando de meados do século 20, e não seria justo exigir que antigos companheiros de imprensa voltassem aos bancos escolares para não se sentirem constrangidos diante dos colegas diplomados. Muitos deles estão indelevelmente ligados à própria história do jornalismo brasileiro e muito fizeram por essa profissão que aprenderam a respeitar com trabalho sério e dedicado.
O objetivo, aqui, é discutir o perfil do jornalista que a sociedade deseja, aquele profissional que seja seu intermediário, seu legítimo representante diante das fontes e dos fatos, que perceba a seriedade do mandato conferido pelo leitor, ouvinte,espectador, internauta. Os bons jornalistas, aqueles que triunfaram na profissão, exercendo-a por inteiro, com ética e dignidade, na prática diária da redação, conquistaram seu espaço e sua respeitabilidade exatamente na percepção da seriedade deste mandato, cientes de que o receptor não perdoa o profissional irresponsável, seja por sua inconstância de caráter, seja por sua preguiça de apurar.
O perfil do profissional
Isto significa que podemos concordar plenamente com o professor Vitor Gentilli (UFES) quando afirma que teoria sem prática é inútil no jornalismo, ou com o professor Nilson Lage (UFSC) quando ensina que aprender jornalismo é como aprender a andar de bicicleta: é fazendo e errando (ou caindo) que se aprende. Mas os professores – estes e outros igualmente ilustres – recomendam a paridade da prática com a teoria para uma formação mais completa, mais equilibrada. Aquilo que os velhos jornalistas aprenderam pelo bom senso os estudantes de Jornalismo vão aprender mais cedo, durante a graduação, com boas leituras, com formação ética, com a ampliação dos conhecimentos que a profissão exige, principalmente neste mundo de tantas e tão rápidas mudanças, fruto de uma tecnologia tão acelerada que torna um avião obsoleto ainda na prancheta, para usar uma expressão do professor Carlos Celso do Amaral e Silva (USP) no 1º Fórum Paulista de Jornalismo Ambiental, realizado no Sesc/Itaquera em dezembro de 2004.
Se a formação superior é indispensável (e isto nada tem a ver com os colaboradores fixos que escrevem sobre suas especialidades, portanto é totalmente falso dizer que a exigência do diploma vem cercear a liberdade de expressão) e se é preciso equilibrar, harmonicamente, teoria e prática, qual o currículo ideal para termos um profissional bem preparado, capaz de exercer o jornalismo com cidadania e espírito público?
Esta é uma indagação que as boas escolas – tanto públicas como privadas – estão se fazendo depois que o Ministério da Educação flexibilizou a estrutura curricular, em dezembro de 1996, com regulamentação em 2002, permitindo que os cursos se adaptem às realidades regionais. A liberdade de construir a nova grade curricular acaba sendo, também, uma grave responsabilidade para os coordenadores de curso. Os que estão empenhados na melhoria da qualidade do ensino conhecem a pergunta básica que vai nortear o tipo de currículo a ser adotado, ainda que experimentalmente: qual o perfil do profissional que queremos? Se queremos um profissional humanista, fortemente comprometido com a realidade social do país, capaz de ter visão crítica a respeito das práticas profissionais do jornalismo, então poderemos trabalhar o currículo a partir da metodologia do grupo de Bloom (1951) que defende uma taxionomia de objetivos educacionais pensada em seis classes principais: Conhecimento, Compreensão, Aplicação, Análise, Síntese e Avaliação.
Refinando o aprendizado
Isto significa que a nova estrutura curricular deverá contemplar uma escala de aprofundamento que permitirá ao aluno vivenciar um crescimento prático e teórico ao longo da graduação. Não tem mais sentido montar uma grade com disciplinas meramente teóricas e ‘nada a ver’ (como dizem os alunos) nos dois primeiros termos do curso para compensar a carência de informação (filosófica, literária, política e social, crítica etc..) do colegial (onde o que conta é atravessar o funil do vestibular). Muitos alunos desistem do jornalismo quando são obrigados a passar dois semestres enfrentando aulas teóricas do grupo que eles chamam de ‘as-ia’: Sociologia, Psicologia, Filosofia, Teoria da Comunicação. Conforme a classificação de Bloom, é necessário um conhecimento prévio para que a pessoa compreenda um conceito novo.
Por outro lado, se o aluno não compreende (até porque essas matérias não despertam seu interesse imediato e não foi para isso que ele prestou o vestibular de jornalismo) ele também não conseguirá aplicar esse novo conhecimento no seu dia-a-dia. Não terá referencial crítico para analisar as informações recebidas. Por isso não poderá sintetizar na prática do produto laboratorial (inclusive porque as práticas laboratoriais não são oferecidas no primeiro ano) o conhecimento que não tem. Se não tem conhecimento, se não tem experiência de produto, o que terá para avaliar, para confrontar, para perceber o crescimento na formação, para aplicar o referencial crítico?
A lógica de Bloom tem sido adotada no sentido de estruturar um currículo coerente, que permita ao estudante ir refinando seu aprendizado, partindo do mais concreto para o mais abstrato (inclusive nas práticas laboratoriais), exatamente ao contrário do que ocorria antes. Algumas escolas estão obtendo bons resultados – inclusive a ECA-USP e a Unesp de Bauru, com as quais tenho contato direto por questões de trabalho e estudo – ao atenderem à própria ansiedade dos estudantes que entram na escola já sabendo fazer sites de internet e paginação eletrônica. Em vez de jogar um balde de água fria nessa fervura plena de talento, criatividade e expectativa, é preciso que o professor e a própria escola estejam preparados para jogar mais lenha na fogueira.
Desafios ao professor
Naturalmente estamos falando de ‘mais trabalho’, de mais dedicação na correção de exercícios se vamos abrir a possibilidade de o aluno ‘apresentar’ o texto – em pequenos impressos ou no site ‘da classe’ logo no começo do curso. O ‘da classe’ está entre aspas porque isto não existe. O site, na internet, não é da classe, é do mundo. Os alunos recebem comentários e observações sobre o que publicam. Portanto, o professor não é mais o centro das atenções, ele é apenas mais uma opção de aprendizado, como diz Gilberto Freire.
As paredes da sala de aula tradicional, com seu giz e sua lousa, precisam ser implodidas para dar passagem às novas tecnologias que penetram os corredores, salas e paredes da velha escola como os tentáculos de um polvo vasculhando um submarino esburacado pela ferrugem dos séculos. A tecnologia que favorece o ciberjornalismo está a pedir novos exercícios de linguagem para um público-alvo mais escolarizado, mais jovem, mais exigente que agora não é apenas receptor do discurso, mas, também, emissor, como lembra Pierre Levy, já não mais na relação de um para todos, mas de todos para muitos.
Essa horizontalidade, que implode e explode o mundo tradicional do ensino, conduzirá o professor, sensível e bem-informado, por um labirinto de novas estratégias pedagógicas relacionadas com grupos de discussão online, e-seminars, e-mails, blogs interativos, ensino a distância, troca de informações entre estudantes da mesma área por todo o país e também pelo exterior, relacionamento com as fontes, criação de pequenas agências de notícias. Afinal, se os sexomaníacos são tão criativos no uso da virtualidade, por que o ensino de Jornalismo – que lida exatamente com as técnicas de comunicação – não poderia ousar mais, indo bem além das carteiras escolares?
Entretanto, chegou o momento de perguntar: os professores estão preparados para tal desafio? Em suas aulas na ECA, o professor José Coelho Sobrinho ensina que o bom professor não fica se comparando aos colegas. Ele se compara a si mesmo, questionando como estão seu esforço de atualização, suas leituras, seu relacionamento com os alunos, sua seriedade no atendimento dos compromissos, independentemente de controles de chefias. Como está sua conduta ética se pretende falar em ética diante da classe? A cada fim de período escolar o professor deve fazer sua reflexão: o que fiz este ano para ser melhor? O que dei de mim a serviço da educação? Estou formando jornalistas para apertar botões ou para serem pessoas livres, felizes, bem resolvidas, conscientes de sua cidadania, de seu dever ético e moral?
Convívio e camaradagem
Este professor será, certamente, aquele que centrará o ensino nos alunos de modo que sua disciplina faça sentido para eles, conforme a recomendação rogeriana. Cobrará mais garra e emoção nas práticas laboratoriais e nos exercícios de classe, para que os futuros jornalistas sintam a matéria que estão fazendo, para que tratem o ser humano com mais solidariedade, com mais respeito às diversidades, para que derrubem as barreiras dos preconceitos de toda e qualquer espécie, para que vivenciem plenamente a profissão. Este aluno compreenderá que a objetividade está relacionada com a clareza do texto bem-informado, e não com a isenção anódina, distante, improvável, pois um ser humano só entra em sintonia com outro ser humano quando se coloca no lugar dele, deixando o coração falar também, em vez de tentar separar corpo e mente, como no famoso erro de Descartes.
É importante registrar este aspecto porque por mais que a tecnologia mude o modo do fazer jornalístico, por mais que ela estimule a técnica de ser breve, ela jamais poderá substituir a emoção de quem faz, a ética de quem apura e escreve, a responsabilidade de quem cumpre o sagrado mandato de representação do receptor. O jornalismo é cada vez mais feito com máquinas, mas não se destina a máquinas. Do outro lado estão seres humanos que precisam entender a notícia, daí a necessidade de investigar bem, confrontar fontes, contextualizar, explicar, esclarecer.
Outra indagação pertinente refere-se à capacidade de interação entre os próprios professores, pois é de um relacionamento adulto, seguro e saudável que brotará a necessária interdisciplinaridade para evitar que as aulas de Jornalismo sejam como vasos isolados, sem contato, sem ligação, sem comunicação. Ainda que taylorista em sua organização burocrática, muitas vezes a escola não leva em conta a necessidade de estimular esta camaradagem, este convívio, este diálogo acadêmico entre os professores, de tal modo que os alunos acabam sendo submetidos a repetições desnecessárias, a bibliografias iguais em matérias diferentes, a sistemas de avaliação totalmente desencontrados, enfim, a uma estrutura curricular em que não há o crescimento harmônico apropriado a um ensino de qualidade.
Qual o currículo ideal?
Há situações em que disciplinas obrigatórias são ensinadas por profissionais de outros departamentos que não mantêm qualquer vínculo com o Departamento de Jornalismo. Isto, aliás, foi observado no 7º Fórum Nacional de Professores de Jornalismo, realizado em abril de 2004 em Florianópolis, sob os auspícios da Universidade Federal de Santa Catarina e seu conceituado Departamento de Jornalismo. Naturalmente, não é possível exigir que todos os docentes sejam jornalistas, mas pode-se falar de Freud através do jornalismo. É perfeitamente possível aplicar os conceitos da Nova Psicologia de Jung ao Jornalismo Literário – como faz, aliás magistralmente, o professor Edvaldo Pereira Lima, na própria ECA – pois trata-se de discutir a criatividade, a potencialidade humana, o respeito ao outro. Psicologia pode ser estudada a partir do envolvimento propiciado por uma entrevista, pelo relacionamento com a fonte, como ensina a professora Cremilda Medina, também da ECA.
O mesmo se pode dizer dos professores de Literatura ou de Língua Portuguesa, ou de Técnicas Redacionais. Tudo isso precisa estar imbricado com as práticas do jornalismo, e o professor precisa ter vivência do processo para que sua aula não se torne um deslocado curso de Letras. Já disciplinas como Língua Inglesa precisam ser repensadas, porque o jovem acaba buscando, por conta própria, o aprendizado da língua de seu interesse. Afinal, ou o curso se transforma em um curso de línguas para dar proficiência plena ao fim de quatro anos (e aí é melhor cursar Letras) ou se concentra no ensino de Jornalismo, que é sua função principal, para dar conta do amplo leque de informação que a profissão hoje requer com as novas tecnologias e a complexidade social cada vez maior.
Mas, afinal, qual o currículo ideal diante da flexibilização autorizada pelo ministério? Talvez o currículo ideal seja aquele que possa estar sempre em discussão à medida que vai sendo testado na prática e se adaptando aos contextos reais.
O currículo da USP
Para dar um sentido mais prático a este breve ensaio, podemos citar o estudo curricular do Departamento de Jornalismo e Editoração da Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo ainda em fase de implantação. Seguindo a taxionomia de objetivos educacionais – cognitivos e afetivos – apresentada pelo grupo de Bloom, a proposta da USP aproveita boa parte dos conteúdos tradicionalmente ministrados pela estrutura curricular brasileira a partir das Diretrizes Curriculares do MEC.
As disciplinas foram divididas em grupos de Conhecimento, Compreensão, Aplicação, Análise/Avaliação e Síntese/Comunicação. O primeiro grupo, Conhecimento, prevê disciplinas como História do Jornalismo, Legislação do Jornalismo, Introdução à Informática, Introdução ao Jornalismo, Artes Gráficas, Sistemas de Informação, Economia, Introdução à Filosofia, Introdução à Psicologia, Banco de Dados I, Introdução à Pesquisa Científica, História da América Latina, Organizações Políticas Mundiais, Literatura Brasileira, Semiótica I, História das Doutrinas Políticas, Introdução ao Direito, Administração de Empresas Jornalísticas, Técnicas Fotográficas.
O grupo de Compreensão inclui Língua Portuguesa I, II, III, IV, Literatura Latino-Americana, Literatura Portuguesa, Cultura Regional, Cultura Brasileira, Sistemas Políticos Comparados, Técnicas Radiofônicas, Técnicas de Televisão, Técnicas de Jornalismo Online, Seminários de Atualidade Brasileira, Organização Política Mundial, História das Doutrinas Políticas, Filosofia da Comunicação, Sociologia da Comunicação, Psicologia da Comunicação, Literatura da África Portuguesa.
Para o bloco de Aplicação estão programadas: Técnicas de Diagramação, Design Gráfico, Meio Ambiente, Locução e Apresentação, Pesquisa Científica, Semiótica II, Agências de Notícias, Banco de Dados II, Ética nos Meios de Comunicação, Projeto Gráfico, Fotojornalismo.
Análise/Avaliação: Jornal Laboratório, Jornalismo Científico, Radiojornalismo, Telejornalismo, Assessoria de Imprensa, Edição de Revistas, Jornalismo Online, Jornalismo Especializado, Estudos Monotemáticos: A imprensa diária, Estudos Monotemáticos: A imprensa semanal, Teoria da Comunicação.
Síntese/Comunicação: Trabalho de Conclusão de Curso (TCC).
Aprendizado ‘crescente’
O currículo em estudo na ECA-USP também prevê as seguintes disciplinas optativas: Fundamentos Teóricos da História, Fundamentos da Economia, Fundamentos do Direito Brasileiro, Técnicas Fotográficas (oficina), Locução e Apresentação (oficina), Técnicas de Diagramação (oficina), Cultura Regional (São Paulo), Cultura Brasileira, Estudo de caso: a imprensa diária, Sistemas Políticos Comparados, História das Doutrinas Políticas, Estudo de Caso: a imprensa semanal, Organizações Políticas Mundiais, Jornalismo Comunitário (laboratório a partir do 4º Semestre. Noturno: Jornal do Jardim São Remo), Seminários de atualidade brasileira, Estudo de Caso:jornalismo radiofônico, Estudo de Caso: jornalismo televisivo, Estudo de Caso: jornalismo digital, Jornalismo e Meio Ambiente, Jornalismo no Terceiro Setor, Jornalismo e Direitos da Infância e da Adolescência, Jornalismo Esportivo, Jornalismo Econômico, Jornalismo e Saúde, Jornalismo Político, Jornalismo em Agribusiness, Projeto Redigir (oficina), Jornalismo Brasileiro.
E mais: Introdução ao estudo dos países de língua portuguesa, História da construção política da América Latina, Jornalismo e Integração Latino-Americana, História das Doutrinas Políticas, Livro-Reportagem, Jornalismo Sindical, Assessorias de Comunicação, Estudos Emergentes de Comunicação de Massa, História da Reportagem, Geopolítica Latino-Americana, Gestão de rádio e telejornalismo comunitário, Planejamento de mídia jornalística, História da Comunicação Visual, Estudo de caso: correspondentes e enviados especiais, Logos e Tekhnè: determinantes da tecnologia sobre as práticas midiáticas, Geografia Humana, Geral e do Brasil, Leitura e Produção de Textos, Metodologia para a produção hipermídia, Edição de textos em revistas, Literatura da África Portuguesa, Literatura do Século 20 no Brasil, Agência Universitária Radiofônica (laboratório no 4º semestre), Gestão de Emissoras Comunitárias e Populares, História da Ciência, Organizações do Sistema Financeiro, Jornalismo Cultural.
O Departamento de Jornalismo e Editoração da ECA-USP, chefiado pelo professor José Coelho Sobrinho, também discute a formação prática do aluno a partir de um aprendizado ‘crescente’ nas atividades laboratoriais obrigatórias para que o estudante possa ir se dando conta do processo de produção midiática até desenvolver uma visão de conjunto no fim do curso. Por isso os laboratórios de Impresso seriam incluídos já no 1º semestre, na disciplina Introdução ao Jornalismo, com apuração e edição de newsletter sobre as atividades jornalísticas no Brasil. No 2º semestre o aluno se matricularia na disciplina Banco de Dados, para fazer apuração e edição de um jornal online sobre as atividades jornalísticas no mundo. No 3º semestre ele teria a disciplina Agência de Notícias, destinada à produção de um boletim digital de jornalismo científico da USP.
Vocação regional
No 4º semestre o aluno já poderá cumprir pautas do Jornal do Campus, pois estará matriculado em Jornal-Laboratório. Também no 4º semestre começa o estágio em mídia eletrônica: no Laboratório de Técnicas Radiofônicas o aluno fará entrevistas, edição de matérias e uso de equipamentos diversos. O laboratório de impresso para o 5º semestre é o jornal experimental-tablóide Claro!. Para o eletrônico o laboratório será de Radiojornalismo, em que o aluno aprenderá a manter um programa no ar. Ainda neste semestre será oferecido o Laboratório de Técnicas de Televisão, com entrevistas, edição de matérias e uso de equipamentos diversos. No 6º semestre haverá Laboratório de Assessoria de Imprensa, com a manutenção de um escritório de assessoria de imprensa para prestar serviços às atividades da USP, prioritariamente. Outra atividade laboratorial neste semestre será Telejornalismo, que ensinará o aluno a manter um programa no ar. Uma terceira atividade laboratorial obrigatória para o 6º semestre é Técnicas Multimídia, em que o aluno desenvolverá o conhecimento em programas de mídia digital. O último semestre de laboratórios é o 7º, com a edição da revista Babel e a manutenção de um site de Jornalismo Especializado online com atualização diária. O 8º semestre é reservado à produção do TCC.
A USP está estudando, ainda, a regulamentação de algumas questões que vão desburocratizar um pouco o ensino superior. Uma idéia é aproveitar estudos que o aluno tenha feito anteriormente, avaliados por banca examinadora, o que poderia abreviar a duração do curso, conforme previsto na LDB, em seu artigo 47, parágrafo 2º. Por este sistema seria possível eliminar até 20% do total de créditos. Até o nível de leitura de quem se candidata ao Jornalismo seria avaliado. Outra novidade seria a avaliação semestral do novo sistema curricular para organizar melhor o semestre seguinte.
O próprio professor Coelho, especialista na matéria, reconhece que não se pode considerar ideal o currículo em estudos na USP. No entanto, com a liberdade propiciada pela flexibilização, cada escola agora tem condições de implementar estruturas curriculares relacionadas a sua vocação regional. Neste sentido a divulgação, aqui, do esforço que faz a USP para melhorar permanentemente o ensino de Jornalismo pode ser um estímulo para que, em todo o país, tantas outras escolas partam para a discussão sobre o currículo mais adequado à formação de profissionais melhores, capazes de somarem, harmonicamente, teoria e prática, com habilidade e responsabilidade, na produção do jornalismo que a sociedade espera.
******
Professor de Jornalismo da Unesp/Bauru e doutorando em Jornalismo na ECA-USP, com pesquisa em Jornalismo Ambiental, sob orientação do professor-doutor Luiz Barco