Thursday, 19 de December de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1318

O Rio precisa de um master plan

Matérias pagas ou não se misturam perigosamente nos meios de comunicação e tentam influenciar a opinião pública de que a realidade das ruas não é bem essa que nós vivemos, de que agora “a coisa vai”, embora sem que o rumo e o planejamento sejam apresentados. O negócio é vender uma ilusão de que há uma melhoria em curso, mesmo brigando com os fatos, porque é impossível esconder escândalos que acontecem em todos os setores da administração pública.

Problemas sérios são totalmente abandonados pela mídia local, mesmo quando profissionais competentes levantam matérias comprometedoras (para nossa alegria eles não param e criam embaraços cotidianos), que rapidamente saem de pauta em flagrante contradição com a linha editorial para fatos extra-estado que são explorados ao máximo. O típico caso de dois pesos e duas medidas, que não tem explicação, num ramo de serviços onde a credibilidade é tudo e que deveria minimamente apresentar os dois lados dos acontecimentos, como manda o figurino de um jornalismo sério e isento.

É uma situação complicada porque as Organizações Globo são dispensadas de licitações para receber verba pública, como no episódio do evento para a Copa do Mundo, no qual ela recebeu R$ 30 milhões, meio a meio, da prefeitura e governo do estado, para organizar o sorteio preliminar das eliminatórias da Copa de 2014, o chamado preliminary draw. Ou, como no recente episódio em que o pagamento de R$ 1,95 milhão foi feito ao Infoglobo – empresa das Organizações Globo que edita o jornal O Globo, pela Câmara do Rio, para a realização de seminário em hotel de luxo na zona sul carioca. O evento chapa branca total contou com a participação de vereadores, arquitetos e urbanistas para exaltar o suposto crescimento da cidade. E foi assistido por cerca de duzentas pessoas, em cada um dos dois dias, rendendo um caderno especial em 18/12/2011, intitulado de Projetos de Marketing.

Aliviar a malha rodoviária

Será que agindo desta forma uma empresa que praticamente tem o monopólio da informação no Rio terá isenção, ética e compromisso com a liberdade de imprensa? Afinal, precisamos nos recuperar de mais de meio século de péssimas administrações públicas que nos induziram a conhecer o fundo do poço, de onde podemos sair para ser a vanguarda mundial, o que não deveria ser desperdiçado por um setor que tem muito a ganhar com isso, mas que, como estamos vendo, não está fazendo a coisa certa. A história comprova que caldeirões como este que hoje está em banho-maria costumam desandar perigosamente e sempre sobra para toda a população, mesmo para os que se julgam mais poderosos.

Podemos tomar como exemplo a situação do trânsito hoje, que está chegando num patamar que irá em breve parar, como aconteceu com SP. Só que lá eles têm mais de três vezes carros do que o Rio. Desde 2010, o Detran trabalha com números assustadores, mas nada foi feito em termos de planejamento público e a mídia participa dessa aventura ao avalizar o projeto Porto Maravilha, que pretende povoar o centro da cidade com pelo menos mais 100 mil moradores, sem contar o incremento anual de cerca de 40 mil novos veículos na cidade. Com o detalhe que os estudos apresentados em 2010, ao serem analisados, superficialmente, já não revelavam consistência.

Mais estranho ainda é a falta de investigação sobre o assunto, porque as evidências apontam para escândalos sem fim, como, por exemplo, o uso das Cepacs para demolir, ao custo de mais de R$ 8 bilhões, o viaduto da perimetral e refazer subterraneamente, por discutíveis razões estéticas, ao invés de aplicar este dinheiro, na sua real finalidade, que é aliviar a atual malha rodoviária da área, que não sofre melhorias há décadas. Agora, este fato está tendo que ser divulgado, mas, forçosamente, em virtude dos engarrafamentos estarem infernizando a vida de todos em qualquer parte da cidade; há muito tempo, diga-se de passagem.

Dois fracassos notórios

Em SP, as Cepacs foram pensadas por especuladores imobiliários que usaram a desculpa que a prefeitura, sem caixa, precisava levantar uma verba para investir em infraestrutura de mobilidade urbana e com isso surgiu a contrapartida de se construir em áreas saturadas prédios com 50 andares. Claro que o resultado foi muito ruim, com a inevitável piora na qualidade de vida. Imagine o que não acontecerá aqui, se efetivamente todos os espigões da Francisco Bicalho forem construídos sem uma reforma infraestrutural, naquele importante eixo que liga a cidade à ponte Rio-Niterói e à Av. Brasil, e que tem no entorno uma rodoviária que acabou de ser reformada, sendo que ainda devemos colocar nesta conta os índices construtivos da área de cerca de três milhões de metros quadrados do porto, fora outras enormes áreas próximas como a Leopoldina e o Gasômetro.

Se hoje o trânsito está péssimo, imagine quando dezenas de espigões com até 50 andares inundarem o centro com escritórios, moradias e shoppings. Imagine o incremento da população residente e flutuante e seus efeitos na região.

O secretário de Urbanismo descobriu que apenas 16% dos cariocas se deslocam pela cidade em transportes de massa, sendo que apenas 2% utilizam o ramo ferroviário, que é sucesso em todo o mundo. Alguém precisa informar a ele que durante décadas nada foi investido no setor, que ainda por cima presta um serviço muito ruim. Algo terá que ser feito, urgentemente, para que pelo menos mais de 60% passe a usar o transporte coletivo. Isso está diretamente ligado à qualidade de vida da cidade e não é à toa que a esperada revitalização da área portuária, que em qualquer parte do mundo foi motivo de grandes negócios, aqui não decola.

O uso correto das Cepacs em qualquer lugar sério seria para amenizar o brutal impacto que estes espigões irão produzir na malha rodoviária da parte central da cidade, que claramente não irá suportá-lo. Fora que é criminoso fazer a população perder até 5 horas por dia em deslocamentos ao trabalho. O que se pode esperar de uma administração que tinha como promessa de campanha construir um centro de convenções na Marina da Glória, onde é impossível se construir por causa do seu famoso tombamento total, com o detalhe mortal que mesmo que isso fosse levantado e lá se fizesse tal empreitada, arrastaria o investidor para um problema sem fim, porque teria os mesmos erros de concepção do Riocentro e da Cidade nova, dois fracassos notórios que sobrevivem de festas de formatura e afins, ou seja, da falta de infraestrutura social da cidade, que após mais de meio século de incúrias administrativas, perdeu o rumo totalmente.

Vergonha respaldada pela mídia

A Austrália, por acaso, está se planejando para os próximos 40 anos, todas as megalópoles da Ásia estão fazendo vultosos investimentos em infraestrutura, porque como agora o mundo é uma “aldeia global”, a concorrência é mundial. E aqui, o que está sendo planejado para não se perder uma oportunidade única de se reinventar o Rio, levando-o à vanguarda mundial com ética e qualidade de vida, o que, com o fim das ideologias, é o que realmente passou a ser importante e que agora até o PIB passou a exprimir?

Ainda mais num privilegiado ambiente de eventos mundiais em que suas principais lideranças estão envolvidas em escandalosas mutretas bilionárias, não sendo por acaso que as nossas, que também enfrentam inúmeras acusações de corrupção, irão recebê-las consecutivamente. Para piorar, o mundo está sofrendo uma das piores crises já enfrentadas e os bilhões em investimento aqui estão sendo disputados a tapa em um ambiente de negócios onde a ética com certeza não predomina, mas a conta sempre chega e faz estragos socioeconômicos para ser paga se não for corretamente equacionada dentro de um planejamento que, até se prove em contrário, ainda não foi apresentado. Lembremo-nos do exemplo grego. Afinal, qual será o legado do investimento de mais de 50 bilhões de reais?

Surpreendentemente, não foi apresentado até agora à população nenhum estudo mostrando como que os investimentos que agora estão sendo feitos serão pagos e qual a receita para este fim. É incrível além de não sabermos isso, não termos a menor ideia do retorno proporcionado que hoje, nessa Europa arrasada pela crise, é item da maior importância. O nome disso é planejamento, coisa que aqui não é levado à sério. Uma vergonha, completamente respaldada pela mídia carioca!

Detalhes fazem a diferença

Como sabemos que a arrecadação de ICMS diminui a cada ano, que não há verba para aumentos salariais dos funcionários, nem perspectivas de mudanças neste quadro, soa muito mal o governo estadual investir R$ 30 milhões para socorrer uma empresa que “ganhou” uma licitação de um serviço de barcas altamente lucrativo e não consegue cumprir o prometido em contrato. Eles são sócios do estado ou prestadores de serviço que venceram uma licitação pública? Se levarmos em consideração que a perda dos royalties é dada como certa, de onde virá o socorro para um estado sem planejamento, que aumenta suas despesas em comunicação aleatoriamente para tentar esconder suas “supostas” falcatruas que acontecem em todos os setores, na maior desfaçatez? E, tão grave quanto, por que o absoluto silêncio dos veículos de comunicação cariocas?

A prefeitura, por sua vez, aumentou suas verbas de comunicação em indecentes 9 000% este ano, e com isso os factoides saem com extrema fluidez para a mídia, como no caso dos trens de superfície (Veículos Leves sobre Trilhos ou VLT), que a prefeitura quer instalar em 6 rotas alternativas, só para beneficiar os empresários que forem investir no Porto Maravilha. Falaciosamente a única coisa certa é a tecnologia a ser utilizada, que não é nacional, mesmo com a UFRJ tendo uma tecnologia altamente inovadora, pronta para ser aproveitada e com isso abrir caminho para entrarmos numa área de conhecimento internacional que recebe muitos royalties. Onde se encontra a propalada união entre os três poderes para garantir investimentos em uma tecnologia nacional que trará muitos lucros e empregos? Não, iremos pagar por isso e alguém ainda “supostamente” irá ganhar uma belíssima comissão.

Não se pode deixar de lembrar que os tais BRTs, ao serem inaugurados, já serão obsoletos, como os especialistas mostram e que na verdade deveriam ter sidos planejados para VLTs, mas este é o Rio e seus mistérios insondáveis… Por que antes eram inviáveis e agora passaram a ser? A questão do retorno do investimento, quando será debatido? Esses detalhes é que fazem a diferença e é exatamente por isso que os investidores internacionais sérios não aparecem por estas bandas.

Negócios e qualidade de vida

Claro que o detalhamento não fala em datas e custos (estamos no Rio, lembra?), apenas que ficará pronto para 2016, mas apresenta seis rotas, 28 Km de trilhos e 42 estações, onde circulariam 32 bondes modernos com capacidade para 450 passageiros, a maioria em pé. A ideia é ir aposentando gradativamente os ônibus nas áreas onde o VLT irá circular e beneficiar o turismo. A estimativa para isso está sendo feita, em cima da demanda atual, ou seja, não prevê o incremento provocado pelos espigões e nem do fluxo turístico que, se bem trabalhado, pode superar os 25 milhões de visitantes anuais em curto prazo. O grande mistério é de onde virá esta verba, já que os defensores desta ideia calculam que o preço do ônibus dentro do bilhete único pagará por este sonho, o que não é garantido porque empresário no Brasil não pensa em longo prazo. Fazer uma PPP nestas bases é muito complicado e se obtivermos verba federal (será que já não estouramos nossas metas com Copa e Olimpíadas?) teremos que ter previsão de pagamentos, o que claro ainda não existe.

É uma coisa fadada a não sair do papel, mas que é publicado como se efetivamente fosse ser executado. Não será o caso de uma matéria com “propaganda enganosa”? Imagina se o Ministério Público resolvesse agir, como se dariam as explicações para um belíssimo projeto como esse, outros e suas midiáticas coberturas? Mas por que o Ministério Público não se pronuncia, já que deve zelar pelos interesses do Rio? Ainda mais com os acontecimentos do Pan, onde foram praticadas fraudes milionárias.

Um projeto como esse é rotineiro em qualquer megalópole e sempre avança, porque logicamente vem embasado por um projeto de curto, médio e longo prazos, apoiado em números plausíveis, com sólida ancora socioeconômica, que no caso poderá ser uma indústria do turismo com metas críveis apoiadas por um conceito que levará o Rio e sua área portuária à vanguarda mundial. Neste caso, investidores de todo o mundo se interessam imediatamente, junto com o setor internacional de serviços, o que provoca uma verdadeira revolução em aquisições, empregos, aumento da renda per capita, arrecadação de impostos e outras variantes que possibilitam planos de negócios para o futuro desenvolvimento da infraestrutura da cidade, onde todos enxergarão grandes possibilidades de negócios aliado a uma qualidade de vida única, que desde que bem administrada se eternizará, levando um desenvolvimento palpável a todos os setores da sociedade, permitindo que o cidadão enxergue um futuro no qual ele se verá inserido. Por que a sociedade não se manifesta ao invés de ficar resmungando pelos cantos que o pós-2016 será trágico? Ainda não conheci ninguém sério defendendo que o pós-2016 será pelo menos aceitável e você, leitor? Por que será?

Relevância para a comunidade

É incrível como os poderes municipais e estaduais tentam iludir a população através de matérias pagas inseridas na mídia, que são de uma pobreza de argumentos que chega a beirar o ridículo. Agora descobriram a tal da “qualidade de vida”, que tanto tenho ressaltado em meus artigos, mas desconfio que desconhecem o seu real significado, tal os argumentos apresentados. Chega a ser assustador um caderno com oito páginas se chamar “O Rio em debate” (não teve debate nenhum, pois os participantes eram todos chapa branca e na verdade estavam ali para avalizar a política pública municipal), em que supostamente haveria uma transformação radical, na esteira de eventos esportivos, que em todo o mundo serviram para promover transformações na mobilidade urbana exatamente para desenvolver com sucesso a indústria do turismo, considerada universalmente como a maior do mundo, e aqui no Rio, onde é admitido o maior potencial do planeta de forma unânime, que pode proporcionar uma injeção anual de bilhões de dólares e milhões de novos empregos, unindo o que hoje é considerada uma “cidade partida”, nem se toca nesse assunto. Preciso dizer mais alguma coisa?

O presidente da Câmara de Vereadores diz que a intenção ao promover o seminário foi avaliar os impactos ambientais, econômicos e sociais dos grandes investimentos, analisar estratégias e gerar informações para o planejamento desta transformação. Ou seja, o ilustre personagem admite que até agora não há um planejamento que interaja com as tais transformações para que resultados que deveriam ter sido objetivados possam ser alcançados. O legado do Maracanã será expulsar o povo, elitizando ainda mais os desportos, além da promessa de míseros 90 mil empregos diretos e indiretos durante um investimento de R$ 50 bilhões. Com uma oportunidade dessas não se fala em revitalizar a economia do Rio de Janeiro, gerar empregos para uma população que na sua maioria reside em favelas e que vive em situação miserável. Isto, nem pensar! O negócio é promover projetos sociais que não retornam o capital investido, mas propiciam que seus administradores se elejam e desta forma se perpetue esta miséria moral.

Por que os articulistas não enfocam essas mazelas éticas? Em qual mundo do faz de contas este pessoal vive? É vergonhoso o comportamento dessas pessoas vaidosas, donas da verdade, que se julgam intocáveis e que só escrevem sobre problemas quando estes lhe afetam particularmente.

O que se pode esperar de uma Assembleia Legislativa, que ao longo de um ano inteiro, 2010, não produziu documentadamente sequer uma lei de relevância para a comunidade, mas que a cada hora propunha uma homenagem e que aprovou todos os desejos municipais?

Ação participativa

Demagogia, é claro, que é o que estamos assistindo.

Ou seja, para eles, do jeito que está é que tem que ficar, por desta forma poderão se reeleger junto com seus descendentes eternamente, perpetuando uma elite política que não apresenta resultados e sim a conta para manter uma Assembleia Legislativa que não representa nossos interesses e ainda debocha dos cidadãos com seu custo abusivo e injustificável, superando até os da maior cidade do Brasil, São Paulo.

Por que a mídia carioca não provoca a sociedade a apresentar projetos que possam efetivamente aproveitar esta chance única, que nenhuma cidade do mundo teve ou terá para se reinventar? Do que se tem medo? Que apareçam projetos maravilhosos, que mudem a realidade do Rio para melhor? Mas, se isto acontecer, não será bom para todo mundo? Por que a sociedade não acorda para os fatos e se une para levar o Rio à vanguarda mundial, com uma qualidade de vida única, com a vantagem de poder eternizá-la junto com sua beleza natural, cantada em verso e prosa? Se formos esperar alguma coisa destas classes política e empresarial dominantes e de determinados setores da mídia podemos esperar deitados no caixão.

Uma das maravilhas anunciadas pelo marketing da prefeitura é na gestão pública em que 85% dos serviços públicos passaram a ter acordo de resultados, o que significa que dependendo do desempenho os servidores podem receber 14º ou até 15º salários. Só não foi explicado como isso será possível sem um planejamento que mude a atual política pública, que entre outras irregularidades, “supostamente”, esquece deliberadamente a manutenção para que quando o problema estoure possa entregar obras sem licitação a financiadores de campanha, que só tem verba para aplicar em obras novas, compras ou outras atividades comissionáveis. Como se irá impedir que administradores não profissionais e sim indicados por partidos políticos façam o que bem entenderem em secretarias que são cedidas “de porteiras fechadas” a pretexto de governabilidade?

Por que num momento historicamente único como esse não se abordar de forma clara uma revitalização da economia do Rio, já que problemas como as favelas, os subúrbios, a periferia e o interior do estado estão na nossa cara, nos agredindo diariamente, como que a dizer que ou os solucionamos ou eles irão nos engolir em breve?

Todos nós sabemos que as UPPs foram implantadas porque elas são midiáticas e graças a elas o governador se reelegeu e ainda fez o prefeito. Já temos três anos delas e segundo a cobertura da imprensa já existe cidadania, embora somente 40 certificados de propriedade tenham sido entregues e os serviços invadiram as favelas. Mesmo assim as facções criminosas ligadas ao tráfico de drogas ainda continuam mandando nesses territórios. Quando chegarão os empregos? Se eles não se materializarem, a situação ficará insustentável em breve. Como aconteceu na Colômbia, de onde foram buscar a ideia.

E aí, quando a sociedade vai se unir e exigir um planejamento sério, ancorado por um desenvolvimento auto-sustentável com sustentabilidade? Por que não criar um master plan no Rio de Janeiro? Quando irá acordar para o fato de que só com todos ganhando e em todos os sentidos surgirá uma ação participativa que ira inibir definitivamente os atuais problemas? Se não só nos restará passarmos o resto da vida a lamentar a perda da maior oportunidade, única no mundo, de reinventar o Rio com ética e qualidade de vida.

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[José Paulo Grasso é engenheiro e coordenador do Acorda Rio]