A Fenaj está morrendo de medo do julgamento final pelo STF sobre a obrigatoriedade ou não do diploma de jornalista para o exercício da profissão. Ela sabe que a tendência do Supremo é banir de vez esse entulho grotesco, filho da ditadura militar. A exigência do diploma, além de ser aviltante num país como o nosso, ainda por cima fere a Constituição Federal de 1988. E mais: de que será que os fenajistas têm tanto medo? Por que lhes causa tanto temor a possibilidade de gente especializada, e talvez mais qualificada, vir a trabalhar nos jornais, revistas, emissoras de rádio e TV?
A cantilena arrogante de dizer que a informação ficará comprometida com o fim da exigência do diploma não condiz com a realidade das redações. Sabemos que a maioria dos estudantes que saem das faculdades de comunicação não tem a mínima condição de entrar no mercado de trabalho. Se alguém duvida, pergunte aos chefes de redação e donos de jornais e eles comprovarão o que estou dizendo.
Eles afirmam também que quem está mais interessado em banir o diploma são os empresários de comunicação e que sem o diploma haverá exploração de mão de obra barata e excessos nas horas-extras. Mentira. As convenções coletivas garantem o piso da categoria e há normas bem definidas para pagamento de horas-extras. Na verdade quem perde com o fim da exigência do diploma são os ‘filhinhos de papai’, os ‘mauricinhos’ que buscam exercer a profissão por pura vaidade, mas sem nenhum talento para isso. Entretanto, do lado oposto, com a permanência do diploma os diplomados, mesmo sem talento, serão os únicos a entrarem na profissão!
Democracia e liberdade
Como podemos ver, a coisa não é do jeito que a Fenaj coloca. Ela, como sempre fez, esboça um discurso dúbio para a sociedade tentando se passar por vítima, quando na verdade é a grande vilã da história, amordaçando a liberdade de imprensa e matando o talento de gente vocacionada que nasceu para o jornalismo.
Acredito que o Supremo Tribunal Federal será coerente com a aspiração democrática do povo brasileiro. Ele saberá dar uma resposta clara e incisiva aos pelegos de plantão da Fenaj e optará pelo banimento de todo e qualquer vestígio dos tempos tenebrosos da ditadura militar.
Que as trevas se afastem com a chegada da luz, que a democracia e a liberdade de imprensa reinem em nossa nação!
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Jornalista, Agência Comunicar