O USA Today completa 25 anos de existência em 15/9. Embora seja o jornal mais vendido nos EUA, com aproximadamente cinco milhões de leitores diariamente, os lucros publicitários e a rentabilidade do diário estagnaram-se – problemas comuns ao resto da indústria jornalística americana, que ainda não conseguiu ver os lucros publicitários online superarem o declínio com os anúncios impressos.
Ainda que não tenha apenas motivos para comemorar, o USA Today parece despertar o interesse dos rivais Wall Street Jornal e New York Times, opina John K. Hartman [Editor & Publisher, 6/9/07]. O magnata de mídia Rupert Murdoch, dono da News Corporation, já demonstrou estar de olho no diário antes mesmo de comprar o Journal e chegou a oferecer US$ 1 bilhão por ele. Especula-se que Murdoch mudará a linha editorial do Journal para competir diretamente com o USA Today ou então criará uma nova publicação para tentar abocanhar o mercado liderado pelo USA Today e pelo NYTimes. Já a família Sulzberger, que controla o NYTimes, não tem interesse em fazer acordos com Murdoch, mas, segundo Hartman, poderia ter com o Gannett, grupo proprietário do USA Today – que não é controlado por uma família.
Começo difícil
Os primeiros 11 anos do USA Today foram difíceis, com o grupo Gannett tendo que investir US$ 1 bilhão para manter o diário nas bancas. Além das dificuldades financeiras, muitos criticavam a cobertura superficial do jornal – sua capa chegou a ser descrita como uma ‘pizza’, devido à grande quantidade de imagens e informações aglomeradas.
A segunda década de existência – de 1992 a 2002 – foi extremamente positiva para o diário, com grande rentabilidade. O uso de cores, artigos curtos, cobertura intensa de esportes e entretenimento acabaram sendo aceitos pelos críticos e até mesmo copiados por outros veículos de comunicação.
As quatro seções do diário – Notícias, Dinheiro, Esportes e Cultura – permaneceram intactas ao longo dos 25 anos. O objetivo original do fundador Al Neuharth, de um ‘jornalismo de esperança’, ou seja, de ênfase nas boas notícias, modificou-se com o passar do tempo, mas não foi abandonado. Nos primeiros anos do USA Today, Neuharth ainda exigia que a cobertura refletisse a diversidade; desta forma, mulheres e minorias tinham de estar diariamente em destaque na primeira página. Hoje, esta norma foi atenuada, mas não eliminada. Outro aspecto que não mudou foi a popularidade do jornal entre os jovens americanos. A média de idade dos leitores do diário é de 10 anos a menos que os de outros jornais.