Friday, 22 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Mais chances de estudar no exterior

Conseguir uma chance de se aperfeiçoar em instituições de ensino no exterior é o desejo de muitos graduandos e pós-graduandos brasileiros. No entanto, vários perdem a chance pela falta de uma apresentação adequada, segundo William Daniels, professor da Universidade Auburn, nos Estados Unidos. Daniels proferiu a palestra “Segredos para apresentar uma proposta bem sucedida em programas de graduação no exterior” no World Aquaculture 2011, evento organizado pela Sociedade Mundial de Aquicultura (WAS) em junho, em Natal (RN).

Segundo o pesquisador, a escolha do programa mais adequado é o primeiro passo. Para isso, ele recomenda fazer um planejamento da carreira pensando no longo prazo. “Pense onde se pretende estar daqui a cinco anos e daqui a dez anos. Verifique qual é o programa que poderá ajudá-lo a atingir o próximo passo na carreira”, disse.

Na Universidade Auburn, considerada referência em pesquisas em aquicultura, cada professor recebe em média 30 pedidos de alunos estrangeiros por temporada, contou Daniels, que deu dicas para subir para o topo de listas do tipo. Uma delas é conhecer melhor a instituição escolhida. Pesquisar na internet, ler detalhadamente o programa do departamento e identificar os principais professores são itens fundamentais. Consultar professores brasileiros sobre os principais pesquisadores da área em que o interessado atua também é muito importante. A proposta a ser enviada deve se basear em parâmetros delineados pelo programa. “Veja quais são as suas habilidades que mais se encaixam naquele programa específico e as destaque. Uma das preocupações dos examinadores é saber se o candidato tem capacidade e formação para cumprir o projeto proposto”, afirmou.

A escolha do orientador

Nesse quesito, Daniels defende que as habilidades pessoais não devem ser esquecidas. Detalhes como capacidade de liderança e de trabalhar bem em grupo podem fazer a diferença entre dois candidatos. “Por isso, é muito importante uma carta de recomendação que aponte esses detalhes”, disse.

Definir um foco de investigação também é considerado fundamental para a aprovação. “É terrível receber uma proposta em que o candidato diz que pode atuar em uma área A, em uma B ou até mesmo uma C. Isso deixa claro que ele não sabe o que quer”, apontou. Para evitar esse tipo de problema é preciso estabelecer um objetivo único e bem claro. “Alvos móveis são difíceis de ser atingidos, escolha um específico e apresente-o.”

O foco também deve estar presente na escolha do orientador no exterior. Daniels relata o constrangimento de descobrir, na hora de avaliar uma submissão, que um mesmo candidato enviou propostas a vários ou mesmo a todos os professores de um departamento. “Essa é a pior forma possível de se colocar”, disse.

O objetivo e a instituição

Daniels defende que o candidato deve conhecer ao máximo o professor a quem vai apresentar uma proposta, saber qual a linha de atuação dele e no que está trabalhando no momento. “Com isso, é possível unir habilidades específicas e pontos do projeto aos trabalhos em andamento do orientador, e assim aumentar as chances de aprovação do projeto”, disse.

Outro conselho do professor norte-americano é o de formar uma rede de contatos em sua área de atuação. Trocar cartões de visitas em congressos e procurar professores de outras instituições durante esses eventos são atitudes que podem ajudar a descobrir oportunidades de estudo no exterior além de aproximar estudantes de futuros orientadores.

Por fim, é importante que o candidato tente avaliar os impactos que o seu trabalho poderá promover para o grupo e para a instituição em que vai atuar. “Em resumo, escolha o seu objetivo e a instituição que vai ajudar a alcançá-lo, levante o máximo de informações sobre o programa e selecione suas habilidades a serem apresentadas”, disse Daniels.

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[Da Agência Fapesp]