Saturday, 23 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Mercado está saturado há muito tempo

Antes que comecem a me atirar pedras, afirmo que sou estudante de Jornalismo e, independente do que rolar no dia 15, irei concluir meu curso. Mas vamos lá, todos estão esperando. Sou absolutamente contra um diploma para exercer a profissão jornalismo.

Muita gente tem dito que sem a necessidade do diploma o mercado vai ficar saturado. Hello? Observem o mercado. Ele está saturado há muito, muito tempo. Temos hoje, no Brasil, 497 cursos superiores de Jornalismo com média de 26 estudantes formandos por curso. Amigo, me desculpe, mas o mercado já está saturado e tem tempo. E quer saber a minha opinião sobre isso? Eu acho que o mercado vai é aliviar. Porque, graças a Deus, 20 e tantos mongos da minha sala vão finalmente cair na real que aquilo não é para eles. Que não são e provavelmente nunca serão jornalistas.

Existem aqueles que gostam de toda essa parafernália de números, estatísticas, dados. Vou apresentar um dado curioso: em países como Estados Unidos, Itália, Japão, Alemanha, França, Grécia, Suíça e Suécia não é necessário o diploma para exercer a supracitada função. Na contramão, exigindo o diploma, temos países como Brasil, Equador, Turquia, Colômbia, África do Sul, Costa do Marfim, Arábia Saudita, Congo, dentre outros. A interpretação é livre.

Ou se é, ou não se é

Todo dia discutimos a qualidade de ensino no Brasil. Não passa um dia da minha vida que eu não ouça alguma coisa ligada a isso. Quem sabe não vá acontecer de hoje para amanhã, mas sem a necessidade do diploma – os cursos ruins tendem a desaparecer. Não vai existir a necessidade deles. Por que, diabos, alguém vai querer fazer algo opcional e ruim? Este ponto, por si só, solidifica a opinião de que, com a retirada permanente da exigência do diploma, as instituições que oferecerem um curso de Jornalismo, de especialização ou não, vão melhorar suas cadeiras, seus profissionais e sua atenção para com os alunos. Estamos falando sobre um nível elevado. Um nível digno de estudo ao qual, particularmente, acredito que todos temos direito. Falamos sobre ensino no Brasil e uma melhora considerável parece utópica na maioria das vezes. Pois é, caros, estou apresentando uma oportunidade palpável e muito próxima para vocês.

Para piorar, tem aqueles que dizem: ‘Isso é injusto! Estudei quatro anos para me tornar jornalista! Quer dizer que os outros, sem diploma, vão pegar meu emprego?’. Caso isso aconteça, acredito que estamos acordados sobre a desnecessidade do diploma para exercer a profissão. E me desculpem os quadrados, mas jornalista não é jornalista por um diploma. Um papel. Jornalista é jornalista por sua cabeça, por sua cultura, por sua consciência, por sua ética e por seu intelecto. Jornalista é jornalista. Ou se é, ou não se é. Simples assim. E isso nenhum diploma deveria ter o direito de mudar…

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Estudante de Jornalismo, São Paulo, SP