Diante de uma onda crescente de protestos de jornalistas e de partidos de oposição, o presidente do Paquistão, Pervez Musharraf, anulou a decisão de aumentar o controle sobre a mídia no país. O governo havia anunciado um decreto, há pouco mais de uma semana, que elevava a punição sobre emissoras que violassem um código de conduta que proíbe programação excessivamente crítica às forças armadas ou que possa prejudicar a unidade nacional.
Em conversa com representantes das emissoras paquistanesas, Musharraf voltou atrás em sua decisão inicial – que permitia que os reguladores suspendessem licenças de funcionamento e aumentassem as multas por violações de US$ 16 mil para o equivalente a US$ 166 mil. Na reunião, os representantes teriam garantido ao presidente que preparariam um código de conduta para evitar abusos da liberdade de imprensa.
Caso Chaudhry
A polêmica entre o governo e os veículos de mídia paquistaneses teve início em março, quando o presidente decidiu afastar o juiz Iftikhar Mohammed Chaudhry, presidente da Suprema Corte do país, sob alegação de abuso de poder. Críticos acusam o governo de tentar calar uma voz independente. Desde então, diversos jornalistas foram ameaçados e emissoras de TV foram pressionadas a moderar sua ampla cobertura sobre as constantes manifestações populares em prol do juiz. Informações de Munir Ahmad [AP, 9/6/07].