Os candidatos que disputam as eleições presidenciais de maio na França estão em campanha acirrada pela ‘promoção da imagem’ para conquistar eleitores. Cientes da importância de um bom marketing político, os concorrentes à frente nas urnas – o ministro do Interior Nicolas Sarkozy e a socialista Ségolène Royal – já vinham investindo pesado em seus sítios e contrataram, na reta final da campanha, times de executivos especialistas na área de publicidade.
Ségolène é a primeira mulher com sérias chances de ganhar as eleições presidenciais. Sua estratégia de campanha focou-se em encontros com cidadãos comuns. ‘A era de gurus ficou para trás’, opina Jacques Seguela, marqueteiro que ajudou François Mitterrand a ganhar as eleições de 1981. ‘Ela revolucionou a comunicação política e desafiou a idéia de um guru que seria o chefe da campanha’. Mesmo assim, Ségolène não deixa de se encontrar duas ou três vezes por semana com Natalie Rastoin, diretora-geral da Ogilvy & Mather, que lhe fornece aconselhamento político e a ajuda com sua página na internet.
Sarkozy conta com o apoio de Jean-Michel Goudard, fundador do grupo publicitário Euro RSCG, de Francois de la Brosse, da agência de propaganda ZNZ, que cuida do sítio do candidato, e de Frank Tapiro, fundador da agência de propaganda Hemisphere Droit. A equipe adotou o slogan ‘la rupture tranquile’ (a ruptura tranqüila) para apresentar críticas ao próprio governo de centro-direita do candidato.
A tática não foi bem aceita por todos. Seguela – criador do slogan ‘força tranqüila’, tido como um dos fatores que impulsionaram a vitória de Mitterand – acredita que a campanha de Sarkozy está repetindo as estratégias de marketing dos anos 80. ‘A própria idéia de ‘ruptura tranqüila’ é uma cópia da ‘força tranqüila’. Mitterrand deve estar rindo em sua cova’, sugere. Informações de Dominique Vidalon [Reuters, 12/3/07].