Thursday, 21 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Net quer teles fora
do mercado de TV paga


Leia abaixo os textos de sexta-feira selecionados para a seção Entre Aspas.


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O Estado de S. Paulo


Sexta-feira, 6 de outubro de 2006


ELEIÇÕES 2006
Dora Kramer


O fator província


‘Com quatro dias de campanha para a disputa final da Presidência da República, Geraldo Alckmin já sofreu dois pesados prejuízos por causa de problemas regionais. A continuarem nesse ritmo, o PSDB e o PFL tomarão do PT o lugar de campeão do fogo amigo.


A campanha do presidente Luiz Inácio da Silva só por inércia deixará de fazer algum uso – no horário gratuito de televisão ou fora dele, se a Justiça Eleitoral impedir – da cena do prefeito do Rio de Janeiro, Cesar Maia, dizendo que Alckmin se ‘uniu à corrupção’ ao receber apoio de Anthony Garotinho.


Só por apatia não ressaltará a previsão da candidata ao governo do Rio apoiada pelo PFL, Denise Frossard, de que ‘a rejeição de Garotinho cairá no colo de Alckmin’.


Só por absoluta prostração não mostrará o deputado Jutahy Magalhães, líder do PSDB na Câmara, cantando a derrota, na Bahia, do candidato de seu partido por causa da aliança com o senador Antonio Carlos Magalhães, cujo candidato foi derrotado pelo PT na disputa ao governo, fato muito festejado pelo tucano, de resto um dos mais fiéis correligionários do governador eleito de São Paulo, José Serra.


‘Estamos muito felizes com a vitória de Jaques Wagner, derrotamos o carlismo, essa força do atraso. Se aqui na Bahia passar a idéia de que a sua vitória é a tábua de salvação do carlismo, sua derrota será imensa’, vaticinou Jutahy, completando para Alckmin em pessoa, face a face: ‘Digo isso de forma pública, não para constrangê-lo.’


Se não foi um constrangimento, o céu proteja o candidato Alckmin quando para com ele seu partido tiver nefastas intenções.


Note-se que o índice de apostas na derrota de Alckmin por conta de rusgas de província é até agora de 100%. Ele fez duas visitas a Estados e, nas duas, levou um contravapor daqueles, em tese, encarregados de carrear votos para sua candidatura.


No Rio ainda se pode argumentar que Frossard e Maia agiram em legítima defesa da honra na disputa regional, embora do ponto de vista do projeto nacional tenha sido um tiro no peito, pois o barco atingido é o mesmo. Na Bahia, nem essa justificativa existe.


A contar pelo tom dos primeiros acordes da campanha tucana, o PT encontrou um páreo duro no quesito autocombustão.’


O Estado de S. Paulo


O polemista


‘A exuberância oratória do ex-ministro e deputado eleito Ciro Gomes pode ajudar muito a campanha de seu candidato, o presidente Lula.


Mas, dependendo da calibragem, pode atrapalhar também.


Em três dias no papel de consciência crítica já disse bem-feito à passagem de Lula para o segundo turno, fez-se porta-voz de versão corrente segundo a qual os tucanos ‘plantaram’ Luiz Antônio Vedoin no caminho dos petistas para armar-lhes uma arapuca, e chamou – muito bem chamado, por sinal – o controlador-geral da União aos costumes por uso indevido de veículo público em atividade eleitoral.


Se o eleitor não compreender bem sua tarefa de corregedor, pode enxergar nas declarações apenas um reforço às razões da oposição.


Emenda


Em meio ao charivari provocado pelas reações de Cesar Maia e Denise Frossard ao apoio de Anthony Garotinho, a palavra mais ouvida entre os administradores do prejuízo na campanha de Alckmin era ‘humildade’.


Ao voltar atrás, o candidato seguiu o conselho. Não obstante tê-lo feito de maneira tão explícita que evidenciou o acerto da campanha de Lula ao provocar, com o anúncio imediato do apoio de Sérgio Cabral, o açodamento do tucanato para produzir um contraponto, dando a Garotinho o tratamento de troféu, agora recolhido à prateleira.


Em chamas


É tenso o clima dentro do PSOL. De um lado, um grupo pressiona pelo apoio a Lula, por identidade ideológica.


De outro, a senadora, presidente e até semana passada candidata do partido à Presidência, Heloísa Helena, insiste na manutenção da coerência na posição de quem no primeiro turno atacava Alckmin por seu ‘neoliberalismo’ e acusava Lula de patrocinar o ‘banditismo político’.


Segundo ela, a neutralidade no segundo turno foi pré-requisito acertado dentro do partido para sua candidatura. ‘Eu avisei que não teria condições de apoiar nenhum dos dois e só nessa condição aceitaria concorrer à Presidência. Do contrário, seria candidata em Alagoas’, diz.


A senadora considera ‘oportunistas’ as posições tanto dos companheiros de partido que querem apoiar Lula quanto dos que a acusam de impor silêncio ao PSOL.


‘Não quero que se calem nem vou propor punições partidárias a ninguém, mas não aceito que me peçam para fazer um papel de vigarista política, apoiando um candidato que até outro dia eu chamava de bandido.’


Na opinião de Heloísa, se contradisser seu discurso de campanha o PSOL vai se desmoralizar. ‘Exatamente como pretendem os ministros de Lula que pressionam por declarações de apoio alegando uma identidade inexistente.’’


TELEVISÃO
Mário Tonocchi


TV Cultura quer lançar universidade virtual


‘O conselho da TV Cultura, de São Paulo, montou um grupo de estudos para viabilizar a implantação do sistema de ensino a distância com transmissão por TV Digital e orientação das três universidades estaduais paulistas, USP, Unicamp e Unesp.


O grupo prepara agora uma reunião com os reitores das três universidades para apresentar os planos e fazer cálculos dos custos para implantar a Universidade Virtual Paulista – o nome ainda não é definitivo.


A universidade virtual deverá ajudar a suprir a falta de vagas no ensino público superior de São Paulo, em princípio para cursos de graduação. A avaliação é de Carlos Vogt, presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e membro do conselho da TV Cultura.


Como quarta instituição de ensino público do Estado, a Universidade Virtual Paulista poderá receber verba do Estado para sua manutenção. Hoje, as três universidades paulistas recebem, juntas, 9,57% do Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS). ‘Além disso, a universidade virtual também poderá receber dinheiro de financiamentos, inclusive da Fapesp’, diz Vogt.


Mas o debate sobre a possibilidade de a universidade virtual entrar na lista de cotas do ICMS deve ser longo. Há anos a Universidade de São Paulo (USP), a Universidade Estadual Paulista (Unesp) e a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) tentam aumentar o repasse do imposto, sem sucesso.


A Unesp já tem um projeto na área de ensino a distância. Mas o Virtunesp, lançado em 2001, está em compasso de espera para lançar cursos de graduação a distância por falta de verba e entraves burocráticos.


QUALIDADE E CUSTOS


Esse tipo de ensino, sem professores acompanhando todos os passos dos alunos de perto, ainda é polêmico entre especialistas em educação. Mas vem tomando força, a ponto de influenciar o comportamento do professor de aulas presenciais. ‘Eles estão muito mais preocupados com a interação, por exemplo’, diz a especialista em Educação da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), Maria Elizabeth Bianconcini Almeida.


Diversas instituições, principalmente particulares, já apresentam opções de educação a distância pela internet. ‘Só os bons cursos vão permanecer’, acredita Maria Elizabeth. ‘O fundamental é levar em conta que a educação a distância não é apenas a simples distribuição de conteúdo.’


‘O curso a distância é uma excelente forma de democratização do ensino’, diz a assessora da pró-reitoria de Extensão da Unesp, Loriza Lacerda de Almeida. O diretor científico da Associação Brasileira de Ensino a Distância, Waldomiro Loyolla, não compartilha o entusiasmo. ‘O problema é o custo do novo sistema para a TV Digital, tanto para comprar um aparelho já capacitado para receber o sinal quanto o conversor para as atuais TVs analógicas. Eles devem custar entre R$ 600 e R$ 800’, afirma.’


Tonica Chagas


Começa a 3ª temporada de ‘Lost’ nos EUA, com Santoro


‘Com cerca de 15 milhões de telespectadores cativos nos Estados Unidos, o seriado Lost, da rede de TV americana ABC, estreou anteontem à noite sua terceira temporada. Nos primeiros cinco minutos do episódio A Tale of Two Cities (Uma História de Duas Cidades), o público fica sabendo quem já estava na ilha e viu o acidente com o vôo 815 da Oceanic Air, história que deu início à série – e ao fenômeno de audiência que ela criou – dois anos atrás.


O ator brasileiro Rodrigo Santoro, que vai interpretar um dos novos personagens envolvidos com os sobreviventes daquele acidente, já tem seu nome incluído nos créditos iniciais da série, mas não apareceu no primeiro episódio da nova temporada. Lost é exibido no Brasil pelo canal pago AXN e reprisado pela TV Globo com o título Perdidos; a terceira temporada ainda não tem data para estréia no País.


A Tale of Two Cities, história escrita por J.J. Abrams e Damon Lindelof e dirigida por Jack Bender, é centralizada nos personagens Jack (Matthew Fox), Kate (Evangeline Lilly) e Sawyer (Josh Holloway), que foram presos por Henry Gale (Michael Emerson) e um grupo misterioso (‘Os Outros’) no fim da segunda temporada do seriado.


A intrincada história dos sobreviventes do vôo 815 numa ilha do Pacífico (a série é filmada no Havaí) provocou o surgimento de inúmeros websites onde fãs discutem teorias sobre o que está afinal de contas acontecendo ali. Com uma base consumidora tão devotada, a rede ABC aproveitou para criar uma variedade de subprodutos de Lost, que vão desde camisetas, canecas e bonecos a uma revista oficial da série e um jogo.’


Beatriz Coelho Silva


Santos Dumont une emissoras


‘O Globo Repórter se adianta às comemorações do centenário do vôo de Santos Dumont sobre Paris no avião 14-Bis e fala do assunto na edição de hoje. É a primeira co-produção internacional da Globo na área de jornalismo, com as emissoras estatais France 5 e PBS (americana).


A parceria rendeu também o documentário Santos Dumont – Asas da Loucura, de 25 minutos, que será exibido a partir de 0h30 de terça-feira no GNT. ‘Nós acrescentamos informações, pois o Globo Repórter tem 45 minutos’, adianta a editora-chefe Sílvia Sayão. ‘Mostramos que o sonho de voar é comum aos brasileiros. Por isso, o título do programa é A Vida e as Criações do Único Brasileiro Que Mudou a História.’


Do exterior vieram imagens do vôo histórico, inéditas no Brasil, e a discussão de quem, afinal, inventou o avião: Santos Dumont ou os irmãos Wright, americanos? ‘Essa questão ficou aberta no contrato, porque os americanos insistem que os irmãos Wright voaram antes, mas escondidos’, conta Sílvia. ‘O que deixamos claro é o desprendimento de Santos Dumont, que não se preocupava em registrar patentes, achava que o conhecimento não tem dono. Tanto que nem reivindicou a invenção do relógio de pulso, que também é dele.’


O diferencial do Globo Repórter são os brasileiros que seguem a trilha do inventor. O repórter Edney Silvestre visita o cearense Ribamar Freitas, que gastou as economias na construção de um avião e voou com ele. Foi ao interior de São Paulo conhecer o Alberto Santos Dumont da Silva, assim registrado pelo pai que lhe desejava uma vida cheia de aventuras, mostra as réplicas do 14-Bis e do Demoiselle, construídas pelo brasileiro Alan Calassa (a do segundo, está no Museu Espacial de Paris) e reconstituiu os vôos de dirigível (outra invenção de Santos Dumont).


entre- linhas


Estréia hoje, às 20 horas, Night Stalker no canal AXN. A série mostra um repórter suspeito de ter matado sua mulher. Para provar sua inocência, ele enfrenta fenômenos sobrenaturais.


O pay-per-view da Sky disponibilizará, a partir de amanhã, às 22 horas, as lutas do UFC 63, ao vivo de Las Vegas.


A MTV estréia na próxima semana sua primeira micronovelinha, Proxeneta. Com apenas sete capítulos, a trama conta a história de um empresário estranho e é protagonizada pela trupe de Hermes e Renato. De terça a quinta-feira, às 22 h.’


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Folha de S. Paulo


Sexta-feira, 6 de outubro de 2006


TELEVISÃO
Daniel Castro


Teles vão matar competição na TV paga, diz Net


‘A entrada das companhias telefônicas na distribuição de TV paga, como querem Telefônica e Telemar, vai matar a concorrência no setor, em vez de aumentar a competitividade e reduzir preços ao consumidor.


A afirmação é de Francisco Valim, presidente da Net, maior operadora do país. A Net é o principal alvo da Telefônica, que pretende lançar ainda neste mês, em São Paulo, serviço de TV paga via satélite.


O principal objetivo da Telefônica, ao oferecer TV paga, é impedir o crescimento da Net sobre sua clientela. Desde abril, a Net vende pacotes que combinam telefone fixo com banda larga e TV paga e vem tirando clientes da Telefônica.


Para Valim, a entrada das teles na TV paga será ‘devastadora’. Como as teles são financeiramente muito mais potentes (detêm 90% de todo o mercado de telecomunicações; já há mais assinantes de banda larga do que de televisão), as operadoras de TV paga não terão como competir com elas, diz.


A conseqüência seria a quebra das operadoras de TV paga, o fim da competição e ‘a expansão do monopólio’ das teles.


Valim defende que as telefônicas sejam impedidas de vender TV pelos próximos cinco anos. Nesse período, as operadoras conseguiriam avançar no terreno das teles e passariam a ser competitivas. Hoje, mais de 80% de suas receitas vêm da TV por assinatura. O ‘ideal’, para Valim, seria ser um terço de TV paga, um terço de banda larga e outro terço de telefonia fixa.


A Telefônica não quis comentar as declarações da Net. A associação que a representa, a Abrafix, contesta o argumento de que as operadoras de TV paga são frágeis. ‘Algumas pertencem a grupos econômicos de porte equivalente ou maior ao de várias concessionárias’, disse em nota à Folha.


Para a Abrafix, a entrada das teles na TV paga é ‘fundamental para o amadurecimento do setor no Brasil’. ‘O equilíbrio competitivo será naturalmente conferido pelo mercado e clientes’, afirma. Argumenta ainda a associação que, se a TV paga pode vender telefonia, é ‘natural’ que as teles ofereçam TV por assinatura.


SETEMBRO NEGRO 1 O mês de setembro foi péssimo para a Globo no Ibope. Em relação ao mesmo mês do ano passado, sua audiência média diária caiu 2,5 pontos na Grande São Paulo (de 22,7 para 20,2). Em outras palavras, a Globo encolheu mais do que uma Band inteira (média diária mensal de dois pontos).


SETEMBRO NEGRO 2 A ‘culpa’ não foi só do horário eleitoral gratuito. Isso porque o total de televisores ligados caiu menos (dois pontos). Todas as redes perderam audiência, menos a Record.


JANELA CURTA A Record vai estrear a série ‘Heroes’, sucesso na TV americana, no primeiro semestre de 2007, apenas algumas semanas após o lançamento no canal pago Universal Channel.’


Laura Mattos


Daniel Filho faz mocinha da TV fumar maconha


‘‘O cinema é um grande divertimento.’ Na pré-estréia de ‘Muito Gelo e Dois Dedos D’Água’, que chega às salas hoje, Daniel Filho ria para todos e de todos. Falava qualquer coisa a um monte de sites de fofoca que publicam qualquer coisa. Jogou o mesmo jogo com a Folha, quando a pergunta foi sobre sua expectativa de público: ‘Se fizer 20 mil, 30 mil espectadores, já está do cacete’.


E riu, claro. Afinal, seu último longa-metragem, ‘Se Eu Fosse Você’, foi visto por 3,6 milhões de pessoas e é até agora o único blockbuster do Brasil neste ano, concentrando 57% de toda a bilheteria nacional (números de agosto).


Com a estréia de ‘Muito Gelo e Dois Dedos D’Água’, Daniel Filho deve brincar sozinho de colecionar recordes. O lançamento agora é mais modesto do que o de ‘Se Eu Fosse Você’ (120 cópias contra 200 do anterior). Mas o novo longa-metragem tem também todos os ingredientes de sucesso.


O diretor novamente usa elenco ‘televisivo’, apesar de estar mais distante da ‘estética da TV’ (cuja ‘invasão’ no cinema brasileiro foi criticada por Walter Salles no Festival do Rio) do que em ‘Se eu Fosse Você’. A comédia lançada em janeiro, com Glória Pires e Tony Ramos (mocinhos da novela das oito na época), poderia perfeitamente ser transformada em especial de fim de ano da Globo. ‘Muito Gelo…’ não.


Até porque uma de suas estrelas, Paloma Duarte, é mocinha de novela, sim, mas da Record (‘Cidadão Brasileiro’).


‘Muito Gelo…’ é cinema, e cinema com maconha, muita maconha (censura 14 anos). De heroína sem sal na novela ‘Cobras & Lagartos’, Mariana Ximenez, no filme, bebe e fuma todas e diz coisas como ‘Eu é que não enfio meu dedo na xoxota da velha’. O roteiro tem a ironia típica de Fernanda Young e Alexandre Machado, já assimilada pelo público (em TV e cinema) com ‘Os Normais’.


A história é basicamente a seguinte: duas irmãs (Mariana Ximenez e Paloma Duarte) seqüestram a avó (Laura Cardoso) e a levam a um fim de semana na casa de praia para se vingar das ‘torturas’ a que eram submetidas na infância.


Um advogado careta (Ângelo Paes Leme) pega carona com as malucas e acaba envolvido no plano. Paralelamente, o marido da personagem de Paloma (Thiago Lacerda) sai à caça das duas e termina se encrencando com um policial (Aílton Graça).


É claro que Laura Cardoso é o melhor do filme. Dopada pelas netas, faz cara de doidona, repete sem parar ‘Médici, um belo homem’ e canta ‘Eu te amo, meu Brasil, eu te amo’.


Paloma, Ximenez e Paes Leme fazem a festa com drogas e bebida enquanto torturam a avó. Há maldades mais ‘leves’, como deixá-la torrando ao sol com o bronzeador Rayto del Sol até mais pesadas: uma depilação de virilha com cera quente e um ‘exame de toque para testar a virgindade’.


O humor negro deixa o riso correr solto, mas o casal de roteiristas é eficiente também no objetivo de cutucar feridas e trazer à tona fantasmas do passado. Quem não tem na família um algoz da infância que mereça ser cruelmente torturado?


O thriller perde um pouco o ritmo no final, especialmente quando Daniel Filho não nega seu sangue televisivo ao forçar um momento de amor sob o luar entre Ximenez e Paes Leme. A atriz, que se esforça honestamente para desencarnar das mocinhas, nessa hora umedece os olhos à la Bel, sua personagem na novela das sete.


Mas Daniel Filho merece perdão. Colocou na trilha do filme refrões inesquecíveis dos anos 80: ‘Pegar carona nessa cauda de cometa…’ e ‘Como uma deusa, você me mantém…’’


Bruno Segadilha


Série mostra bastidores da publicidade


‘Quatro equipes concorrem entre si para poder rodar um filme publicitário. Esse é o mote de ‘Projeto ONG’, ‘reality show’ em cinco episódios que o canal pago TNT apresenta a partir de hoje.


Em seu primeiro episódio, o programa acompanha o cotidiano de 12 participantes, divididos em quatro grupos, que devem apresentar um plano publicitário para promover a ONG Nós do Cinema, criada com a finalidade de formar atores para participar do filme ‘Cidade de Deus’ (2002), de Fernando Meirelles.


Com o projeto pronto, os integrantes da equipe devem submetê-lo ao júri -formado por Meirelles, pelo diretor de núcleo digital da publicação voltada para profissionais de publicidade ‘Meio & Mensagem’, Marcelo Salles, e por André Lima, sócio e diretor de criação da agência de publicidade NBS.


O grupo vencedor tem o direito de rodar seu filme de 30 segundos, sempre acompanhado pela câmera do canal, que mostrará os bastidores da produção do comercial nos outros quatro episódios do programa. ‘A idéia é mostrar as dificuldades que os publicitários têm para produzir um comercial, além de poder ajudar a ONG’, diz Ariel Guntern, diretor de criação do canal, que pretende levar a idéia para outros países da América Latina.


PROJETO ONG


Quando: hoje, às 19h


Onde: TNT’


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