Decepcionado. Foi assim que me senti depois de ler uma série de absurdos escritas por um estudante de Comunicação Social da Universidade Federal de Roraima (UFRR) no site Fonte Brasil, a respeito da questão da exigência ou não de diploma universitário para exercer a profissão de jornalista.
Esse estudante já exerce a profissão há muito tempo e somente agora está se formando jornalista. Nada contra, afinal, eu também procurei a UFRR nove anos depois de iniciar a minha carreira, na Rádio Ponta Negra, em Santarém (PA) e somente oito anos depois é que consegui o meu diploma.
A luta continua
O que me causa estranheza é o fato de um jornalista por direito (e daqui a alguns meses, de fato) defender a não-exigência do diploma para o exercício da profissão. Ora, que alguns estudantes escrevem mal e alguns professores do curso deveriam estar noutra profissão, isso todo mundo sabe. Aliás, qual é o curso que não tem seu ‘calcanhar de Aquiles’? Mas, daí a defender os irregulares…
Se é assim, o que faz o dito jornalista no curso de Comunicação Social da UFRR? Sinceramente não entendi, já que o diploma não significa nada para ele. É por causa de opiniões medíocres desse tipo que a nossa categoria está empestada de maus profissionais. Qualquer ‘zé ruela’ acha que pode ser jornalista e começar a escrever, produzir ou falar os absurdos com os quais nos deparamos no dia-a-dia.
A questão ainda não está decidida, mas a luta continua no Supremo Tribunal Federal. Todo esse imbróglio começou quando a juíza-substituta Carla Rister, em 2001, não tendo nada mais importante para fazer, decidiu extinguir a exigência do diploma de curso superior em Jornalismo na obtenção do registro profissional para exercício da profissão de jornalista.
Ao Supremo
Não se trata de protecionismo, como disse o colega. Pelo contrário, é uma questão de justiça. Não podemos deixar que a nossa categoria seja ainda mais corrompida do que já está, com pessoas escrevendo e emitindo suas opiniões sem critério. Claro que, para ser jornalista é preciso, antes de tudo, ter vocação. Mas a formação acadêmica oferece base teórica e as técnicas necessárias para a construção de um texto limpo, ético, sem vícios, sejam eles de linguagem ou de caráter.
Dizer que o diploma de curso superior em Jornalismo não é importante para o exercício da profissão de jornalista é prestar um desserviço à educação do país, quando milhares de jovens estão há anos na universidade na batalha para concluir o seu curso de Comunicação Social, seja em faculdades particulares ou universidades públicas.
Respeito a opinião do colega, mas também defendo a tese de que, se não tenho respaldo para emitir opinião sobre determinado assunto que não domino, prefiro ficar quieto e, neste caso, esperar que o Supremo finalmente decida a questão.
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Jornalista, Boa Vista (RR)