Monday, 04 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1312

O Estado de S. Paulo

MÍDIA & MERCADO
O Estado de S. Paulo

‘Financial Times’ entra na disputa pela Dow Jones

‘Grupo Pearson, que edita o ‘FT’, busca parceiros para fazer uma oferta pela dona do ‘Wall Street Journal’

O grupo britânico Pearson, que edita o jornal Financial Times, vem tentando nas últimas semanas conseguir parceiros para fazer uma oferta pelo controle do grupo Dow Jones, que publica o Wall Street Journal. A informação, atribuída a fontes próximas à empresa, foi publicada na edição online do próprio Wall Street Journal.

Segundo essas fontes, a oferta ainda é considerada uma hipótese distante. Mas o grupo Pearson estaria se sentindo compelido a agir para fugir da pressão que iria enfrentar se a Dow Jones for mesmo comprada pela News Corp., do magnata Rupert Murdoch, que fez uma oferta de US$ 5 bilhões pela empresa. A Pearson não quis comentar a informação.

A família Bancroft, que controla a Dow Jones, tem esperado ansiosamente por novas ofertas pela companhia, depois que Murdoch iniciou sua tentativa de compra, no mês passado. Pela lógica da família, a Dow Jones não tem mais como permanecer como uma companhia independente, e seria melhor encontrar uma parceria. A família também é cética em relação ao histórico de Murdoch de interferência no dia-a-dia dos jornais que controla. Por isso, os Bancroft vêm tentando discutir um acordo que estabeleça a independência editorial do grupo.

No papel, a união entre Pearson e Dow Jones é bastante viável, com as operações de um grupo complementando geograficamente as do outro: o Financial Times é muito forte na Europa, enquanto o Wall Street Journal é líder entre os jornais de economia nos EUA.’

INTERNET
Renato Cruz

Brasil cai no ranking digital

‘O Brasil perdeu este ano duas posições no ranking do índice e-readiness, que mede o quanto cada país está preparado para a economia digital, elaborado pela Economist Intelligence Unit e pela IBM. Apesar de a pontuação do Brasil ter aumentado de 5,29 para 5,45 pontos, o País caiu da 41ª para a 43ª posição. Em 2004, ocupava o 35º lugar.

‘O Brasil tem avançado, mas numa velocidade menor que a média mundial’, afirmou Ricardo Gomez, líder da IBM Global Business Services Brasil. ‘Toda a América Latina melhora menos que o restante do mundo.’ O Chile (30º) e o México (38º) estão à frente do Brasil, e ganharam uma posição cada um. Assim como o Brasil, a Argentina (44º) e a Venezuela (50º) perderam duas posições no ranking.

Gomez está otimista em relação à próxima medição do índice: ‘Acho que o Brasil vai melhorar bastante, por causa de fatores como o aumento de venda de computadores, o crescimento da banda larga e a melhora dos indicadores macroeconômicos’.

Entre os itens que compõem o índice, a pior nota do Brasil (3,1) diz respeito à conectividade e infra-estrutura de tecnologia. É o único item em que o País está abaixo da média latino-americana. A performance é ruim em áreas como adoção de banda larga, usuários de internet por 100 habitantes, PCs por 100 habitantes e pontos de acesso de Wi-Fi. A melhor nota (7,4) diz respeito ao ambiente legal. Neste item, o Brasil está acima da média mundial.

A Dinamarca e os Estados Unidos continuaram, respectivamente, com o primeiro e o segundo lugares. A maior novidade entre os primeiros colocados foi o avanço de Hong Kong (4º) e Cingapura (6º). ‘A grande novidade são os asiáticos’, disse Gomez. O ranking deste ano mostrou uma diminuição na desigualdade. A diferença entre o primeiro colocado e o último passou de 6,08 pontos para 5,8 pontos.’

POLÍTICA CULTURAL
Jotabê Medeiros

Diminuição de incentivo fiscal causa protestos

‘A notícia da queda drástica dos investimentos da Prefeitura de São Paulo na Lei Mendonça, a lei municipal de incentivo à cultura, repercutiu negativamente nos meios culturais. O Estado publicou os dados na edição do Caderno 2 de quarta-feira. Segundo informações da própria Prefeitura, a dotação de recursos de renúncia fiscal para a lei caiu de R$ 36 milhões em 2003 para R$ 4,7 milhões em 2006, uma queda de cerca de 87%.

O dramaturgo e produtor Paulo Pélico, secretário-executivo da Associação dos Produtores Teatrais do Estado de São Paulo (Apetesp), enviou artigo no qual rebate vigorosamente os argumentos do secretário Carlos Augusto Calil, que defendeu uma postura menos ‘liberalizante’ em relação aos incentivos, dada a quantidade de exemplos negativos de utilização da lei. Ele diz que o secretário primeiro encolheu as verbas, depois formulou o discurso.

‘O secretário Calil submeteu-se humildemente a condições rejeitadas pelo seu antecessor, o escultor Emanuel Araújo, que no início do ano passado deixou a pasta ruidosamente apontando para o descaso de José Serra para com a sua pasta e as condições precárias sob as quais se via obrigado a trabalhar com sua equipe’, escreveu Pélico.

Luiz Carlos Moreira, diretor teatral, lembra que, além de tudo, a Secretaria Municipal de Cultura, ao reduzir drasticamente os recursos para a Lei Mendonça, está descumprindo a lei. ‘A legislação determina que seja destinado no mínimo 2% do ISS para o incentivo’, pondera. ‘O que está acontecendo é uma barbaridade: o Executivo legisla, à revelia das leis.’

Curiosamente Moreira é contra as leis de incentivo. Acha que, se for para ter o mercado e o marketing como atravessadores das políticas culturais, é melhor criar logo fundos para fomento à cultura. ‘Para que o empresário vai pôr dinheiro do bolso dele quando pode pôr dinheiro público? Então, para que serve o empresário? As leis de incentivo acabam sendo leis de incentivo ao mercado.’

Para o secretário Calil, ‘a maneira como vêm sendo aplicadas as leis de incentivo não estão a contribuir para que as atividades artísticas e culturais adquiram autonomia’, segundo afirmou. ‘Ao contrário, não só até hoje não existe um mercado que dê conta da produção do cinema ou do teatro, etc., como se aprofundou o grau de dependência da produção cultural com relação às verbas públicas.’

Calil defendeu que, face à situação – demonstrações de falhas na aplicação das maiores ações de incentivo, como a Lei Rouanet e a Lei do Audiovisual -, é necessário buscar mecanismos de aperfeiçoamento do incentivo fiscal. ‘Trata-se de buscar, a exemplo do que ocorre em diversos países, uma conciliação de interesses públicos e privados.’ Ele julga ‘indispensável’ que o Estado resguarde para si ‘a formulação de prioridades, a indução de investimentos e a iniciativa de parcerias (matched funds)’, argumentou.

Pélico concorda com a necessidade de aperfeiçoamento da legislação, mas lembra que, em 17 anos de existência, a Lei Mendonça viabilizou milhares de projetos culturais de grande importância para a cidade e o País. ‘O secretário Calil recusa-se sistematicamente a receber os representantes das entidades culturais que o procuram para discutir este e outros temas de relevo’, acusa.’

TELEVISÃO
Shaonny Takaiama

Propina garante licença ambiental. Na novela

‘No capítulo de quinta-feira da novela Paraíso Tropical, o executivo Olavo Novaes (Wagner Moura) vence a concorrência para a construção de um hotel de ecoturismo, no litoral fluminense, fraudando a licença ambiental em favor da empresa onde trabalha, o Grupo Cavalcanti.

Em troca da licença forjada, ele pagou propina ao empresário San Martin. Em uma cena, Olavo festeja a vitória com champanhe, ao lado da prostituta Bebel (Camila Pitanga). ‘Joguei por debaixo do pano porque não sou otário’, ele diz a ela. Enquanto isso, Daniel Bastos (Fábio Assunção), seu adversário na empresa, assiste a uma reportagem que denuncia o esquema ilegal de Olavo.

Segundo Ricardo Linhares, co-autor da novela, com Gilberto Braga, a utilização de uma questão ambiental na trama foi uma artimanha de folhetim para manter o jogo entre o bem e o mal. ‘Nós não vamos discutir as questões ambientais. Foi apenas uma trama circunstancial. Nosso objetivo era mostrar a diferença de comportamento entre o ético Daniel e o corrupto Olavo.’

Como punição, Olavo será rebaixado de cargo. ‘Ele será destituído do cargo de diretor-financeiro, mas articula uma aliança com os acionistas e consegue preservar o emprego, mesmo sendo rebaixado de função. Ele não será preso porque não há provas ligando Olavo ao suborno. Na gravação feita com câmera escondida, Olavo aparece de costas. Não pode ser identificado’, conta Linhares.

O autor revela que não se inspirou em nenhum caso real. ‘Mas tivemos como inspiração a Operação Navalha, em que empresários são investigados pelo uso de propina e suborno’, admite.’

Cristina Padiglione

IG faz novela na web

‘O IG vem anunciando que é sua a iniciativa da primeira novela interativa na web, o que tem irritado em profusão o quarteto que apostou e realizou Umas e Outras, produzida pela AllTV e anunciada igualmente como a primeira novela interativa da web, só que dois anos atrás.

O feito, conforme registrou reportagem do Estado em junho de 2005 e o próprio Último Segundo, site do IG, teve como mentores o dono do portal AllTV, Alberto Luchetti, e os criadores José Paulo Lany, Leandro Barbieri e Silvia Cabezaolias. Esse mesmo grupo, excluindo Luchetti, agora prepara um site com a proposta de fomentar produções do gênero. Segundo Lany, será batizado como Espaço dos Devaneios.

A novela do IG atende pelo título De Que Lado Você Está? Diz a sinopse: ‘O que você faria se um dia, sem mais nem menos, acordasse em outro corpo, com outra vida?’

Os episódios têm um minuto e meio de duração. O folhetim estreou esta semana e ficará 45 dias no ar. O elenco conta com 10 atores e cabe ao público traçar as pistas da trama. O internauta também poderá participar de games, concursos e blogs e até se tornar um personagem da mesma.

entre- linhas

Reynaldo Gianecchini será o taxista Dante de Sete Pecados e terá como música tema Anjo (gravada originalmente pelo Roupa Nova), agora na voz de Fábio Jr. que, por sua vez, viveu Antônio Alves, o Taxista na novela do SBT, de 1996.

Depois de marcar 12 pontos na estréia, A Pedra do Reino registrou 9 no segundo capítulo e 11 anteontem. Precedendo o episódio de quinta-feira, A Grande Família rendeu 36 pontos, ou seja, a queda foi de 25 pontos.

Um dos poucos programas do SBT que oferecem informações ao público é Ídolos. Um único jornalista abastece diariamente o www.idolosnosbt.com.br. Não é à toa. O site e a divulgação do programa estão especificados no contrato da Fremantle, dona do formato, com o SBT.

O Aprendiz 4 – O Sócio ficou 36 minutos na liderança na quinta-feira, com 12 pontos de audiência, pico de 19 e 27% de participação. Dos 12 episódios que foram ao ar, em 8 a atração ficou na liderança por alguns momentos. Depois de O Aprendiz, a série House manteve a liderança por 18 minutos.

O GNT exibe hoje, às 22 horas, no GNT Fashion, uma entrevista com a atriz Chloe Sevigny, que desfilou na São Paulo Fashion Week.

A partir da semana que vem, o TV Fama vai exibir todas as quartas-feiras o quadro Making of Donas de Casa, em que serão mostradas algumas cenas já prontas do seriado, erros de gravação e bastidores.’

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Clique nos links abaixo para acessar os textos do final de semana selecionados para a seção Entre Aspas.

Folha de S. Paulo – 1

Folha de S. Paulo – 2

O Estado de S. Paulo – 1

O Estado de S. Paulo – 2

Terra Magazine

Agência Carta Maior

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