O jornalista colombiano Freddy Munoz, de 36 anos, foi preso acusado de rebelião e terrorismo por uma série de atentados a bomba em 2002. As explosões, nas cidades de Barranquilla e Cartagena, não deixaram mortos. Segundo a procuradoria federal, Munoz é acusado de participação nos ataques. O canal de notícias Telesur, onde trabalha o jornalista, alega que as acusações são, na verdade, uma espécie de punição por seu trabalho.
O Telesur é controlado, em grande parte, pelo governo do presidente venezuelano Hugo Chávez. O canal foi criado como uma alternativa ao que o presidente chama de ‘cobertura amigável a Washington’ feita por outros grandes veículos na América Latina.
Na Colômbia, o Telesur passou a guiar sua cobertura com um tom voltado aos rebeldes de esquerda e contrário ao governo de direita do presidente Alvaro Uribe. A emissora alega que Munoz era alvo de Uribe por reportar sobre as violações de direitos humanos no país.
Medida arbitrária
Diversos grupos em defesa da liberdade de imprensa condenaram a prisão do jornalista. A organização Repórteres Sem Fronteiras chamou a detenção de um ‘abuso de poder, uma medida arbitrária’.
Já o governo afirma que pelo menos três ex-membros das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) testemunharam que Munoz teria participado das explosões – acusação que ele nega. ‘Munoz não está sendo preso por suas atividades como jornalista, mas com base em sólidas evidências que o envolvem nos crimes de rebelião e terrorismo’, alega Rodrigo Barrera, porta-voz do procurador federal Mario Iguaran. Informações de Javier Baena [AP, 9/12/06].