Precariedades no trabalho, insegurança no emprego, predomínio dos interesses políticos e econômicos sobre os jornalísticos, falta de ética profissional e escassa consciência de responsabilidade social por parte dos jornalistas. A resposta vem dos jornalistas de Madri, que responderam a uma ampla pesquisa coordenada pelos professores Carlos Maciá Barber e Susana Herrera Damas, ambos da Universidad Carlos III.
Intitulado ‘Ética e Excelência Informativa’, o estudo foi publicado na edição de março passado na revista Cuadernos de Periodistas, editada pela Asociación de la Prensa de Madrid (APM). A pesquisa foi realizada entre 2006 e 2010, com base em 410 questionários respondidos por jornalistas mais 30 outras entrevistas em profundidade com profissionais da área. Um dos objetivos era justamente identificar novos dilemas éticos e principais incômodos de repórteres e editores em seus locais de trabalho.
Resultados reveladores
Alguns resultados:
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Para 55,6% dos respondentes, a objetividade não existe, mas mesmo assim o jornalista deve buscá-la;**
Dirigentes esportivos são as fontes menos confiáveis para a maioria dos participantes da pesquisa;**
Em termos de manipulação digital de imagem, cortes para um melhor enquadramento são as atitudes mais aceitáveis, enquanto que usar softwares para maquiar personagens é a mais repudiada;**
Para 59,5% dos jornalistas de Madri, nunca se deve usar disfarces ou identificar-se por outra profissão para obter informações; 37,3% admitem esses recursos em casos excepcionais;**
Segundo 89,8%, nunca se deve pedir compensações financeiras de fontes. Para 9%, às vezes;**
83,7% dos jornalistas da capital espanhola acham inaceitável receber presentes que custem mais de 200 euros de suas fontes.Resultados interessantes, não? Adoraria conhecer as respostas dos jornalistas brasileiros a essas questões…
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Jornalista, professor da Universidade Federal de Santa Catarina