Tudo bem. Michael Jackson foi um dos maiores ícones da cultura pop mundial, com sua grande criatividade e efetiva participação em todos os processos musicais (compunha, cantava e dançava diferente e bem). Revolucionou a estética dos clipes em pleno início de MTV e conseguiu a marca, talvez inatingível, de cem milhões de discos vendidos com Thriller, no início da década de 80.
O ‘Rei do Pop’, que apareceu nos últimos anos mais por escândalos do que por música, morreu de forma rápida no dia 25 de junho de 2009. Uma das mortes que ficará marcada para esta década, talvez até sobrepujando a do papa João Paulo II, em 2004.
Homenagens póstumas tradicionais na TV brasileira e no noticiário mundial, com um pouquinho a mais devido à sua ‘importância’? Muito longe disso. Os noticiários viraram praticamente documentários sobre a vida do cantor. Retrospectiva da carreira, com suas benesses e problemas; comentários de especialistas sobre um dos maiores fenômenos do pop mundiais; e muito pouco de notícia.
Mais uma continuidade da crise no Congresso Nacional, com o cerco se fechando ao presidente do Senado, José Sarney, e o assunto passa a ser relegado a segundo, terceiro planos. Como se a morte de uma pessoa, por mais espetacular que tenha sido, fosse mais importante que problemas que, teoricamente, deveriam ser o espelho da democracia no país.
Dúvidas e medo
Além disso, um assunto de saúde pública como a gripe H1N1, que já vinha em segundo plano devido ao fato de não ser aquilo tudo que diziam, passava a ser preocupação nacional, com escolas, universidades e empresas fechando. No momento em que a doença começa a apresentar infectados no Brasil, esta deixa de ser uma notícia ‘importante’.
Assim como o acidente do avião da Air France, que só apareceu nesta semana devido ao encontro de corpos de integrantes da tripulação. Enquanto nenhuma nota a mais foi apurada sobre possíveis causas do acidente, ainda vivemos num mar de dúvidas e num céu de medo.
Mas não, deixemos de falar de assuntos como corrupção, (falta de) saúde, (falta de) educação, (falta de) segurança e demais problemas porque estes ocorrem todo dia e a morte do ‘Rei do Pop’, não.
******
Estudante de Comunicação Social (Jornalismo), Maceió, AL