A polícia iraquiana prendeu, no domingo (14/9), cinco homens suspeitos de envolvimento no seqüestro e assassinato de quatro funcionários da emissora de TV al-Sharqiya. O crime ocorreu no sábado (13/9). O chefe da sucursal de Mosul, Musab al-Azzawi, os cinegrafistas Ahmed Salim e Ihab Ma’ad e o motorista Kidar Suleman faziam uma reportagem para um popular programa de TV quando foram seqüestrados. Os corpos, com marcas de balas, foram encontrados horas depois.
Dois homens foram presos quando dirigiam o carro supostamente usado no ataque, afirmou o general Khalid Abdelsattar, porta-voz da polícia da província de Nineveh, onde ocorreu o incidente. Com eles, foi achada uma arma. Os outros três suspeitos foram encontrados posteriormente no bairro de al-Thawra, em Mosul. ‘Eles estão sendo interrogados’, afirmou Abdelsattar, sem mais detalhes. As prisões foram anunciadas horas depois de o primeiro-ministro iraquiano, Nuri al-Maliki, ordenar um inquérito sobre o caso. ‘Nós condenamos todos os ataques que tenham como alvo a mídia iraquiana e que violem os direitos e a liberdade dos jornalistas’, declarou o premiê.
Responsabilidade moral
O diretor de jornalismo da al-Sharqiya, Ali Wajih, acusou a rival estatal al-Iraqiya de ser ‘moralmente responsável’ pelos assassinatos. Segundo ele, o canal deu início a uma ‘campanha difamatória contra jornalistas que trabalham para a al-Sharqiya’ depois da exibição de uma reportagem sobre tortura nas prisões iraquianas. Na ocasião, a al-Iraqiya teria acusado a rival de prejudicar os iraquianos. ‘O canal do governo e todos os que estão por trás dele têm responsabilidade ética e moral pelo crime’, afirmou Wajih.
De acordo com o Observatório Iraquiano de Liberdade no Jornalismo, principal organização para a defesa dos direitos dos profissionais de mídia no Iraque, pelo menos 235 destes trabalhadores foram mortos desde a invasão americana ao país, em março de 2003. Eles são vítimas de ataques de membros do grupo terrorista al-Qaeda, de insurgentes sunitas e de milícias xiitas. Há também casos de jornalistas atingidos por fogo cruzado. Informações da AFP [14/9/08].