O Yahoo! anunciou esta semana que seu sítio de compartilhamento de fotos Flickr foi bloqueado na China. Especula-se que as autoridades tenham restringido o acesso ao sítio devido à publicação de imagens do massacre da Praça da Paz Celestial.
Segundo Pauline Wong, porta-voz do Yahoo! Hong Kong, a companhia tomou conhecimento de que internautas chineses não estavam conseguindo ter acesso a algumas fotos do Flickr – e não a todo o sítio. ‘Estamos investigando o caso. Sabemos que não é um problema técnico. Parece que está havendo algum tipo de restrição ao acesso’, afirmou. Um porta-voz do portal em Pequim não quis comentar, afirmando apenas que o Flickr não faz parte do braço chinês do Yahoo! e é administrado fora do país.
O debate sobre a repressão ao protesto de milhares de manifestantes pró-democracia desarmados, em 1989, ainda é tabu na China. Na semana passada, três editores foram demitidos após o jornal em que trabalhavam ter publicado um anúncio em homenagem às vítimas do massacre. Informações da AFP [13/6/07].
Empresa defende liberdade de expressão
O portal Yahoo!, acusado de colaborar com o governo da China em sua campanha de controle sobre a internet, surpreendeu esta semana ao defender que as autoridades do país não devem punir as pessoas por expressarem suas posições políticas na rede. A empresa se envolveu em um caso polêmico ao ceder informações pessoais do jornalista Shi Tao ao governo chinês. Tao era acusado de vazar segredos de Estado por enviar um e-mail onde falava sobre as restrições governamentais à mídia. Ele foi condenado a 10 anos de prisão em 2005.
‘O Yahoo! condena a punição de qualquer atividade internacionalmente reconhecida como liberdade de expressão’, afirmou o portal em declaração, acrescentando que as empresas que funcionam na China acabam cooperando com as leis do país porque seus funcionários correm o risco de sofrer processos civis ou criminais caso não colaborem.
A afirmação foi feita um dia após Gao Qingsheng, mãe de Tao, anunciar que entrou com ação judicial em maio deste ano contra o Yahoo!, acusando a empresa de ter ajudado na prisão do jornalista. ‘Eu acredito que meu filho seja inocente. Vamos lutar até o fim’, prometeu ela, na África do Sul, onde recebeu o prêmio Golden Pen of Freedom (Caneta de Ouro da Liberdade) em nome de Tao. Informações de Dikky Sinn [Associated Press, 11/6/07].