Volta e meia, me perguntam isso. Geralmente, são alunos formandos ou jovens profissionais que estão motivados a voltar a estudar. Mas como a dúvida ainda permanece, vamos separar as coisas, como já disse o esquartejador…
1. A confusão dos nomes
Em termos de estudo, tudo aquilo que vem depois da graduação é pós-graduação. Pode ser especialização, mestrado ou doutorado. Muita gente trata ‘pós’ como um sinônimo exato de ‘especialização’. Mas, calma lá. Mestrado também é ‘pós’; MBA também… No Brasil, existem dois tipos de cursos de pós-graduação: lato sensu e stricto sensu. Esses palavrões em latim querem dizer ‘especialização’ e ‘mestrado e doutorado’, respectivamente. Portanto, quem faz pós-lato está fazendo a tal da especialização.
2. Qual a diferença?
Especialização é um curso mais rápido, que dura no máximo dois anos. Em alguns casos, é preciso fazer uma monografia como trabalho final; em outros, basta um trabalho ou a apresentação de um produto. Quando se conclui, obtém-se o título de ‘especialista em tal área’. É um curso de aprimoramento, de aperfeiçoamento, de reciclagem de conhecimentos. Mestrado e doutorado duram mais tempo e estão mais ligados à carreira acadêmica. Um mestrado pode ser feito em dois anos, dois anos e meio. Doutorado em quatro. Quem faz mestrado precisa produzir uma dissertação e defendê-la em banca pública. Se tudo der certo, o cidadão vira ‘mestre em tal área’. No doutorado, é semelhante, mas o nível de aprofundamento da pesquisa e a exigência na qualidade são maiores. O futuro doutor ou doutora precisa fazer uma tese e enfrentar uma banca com cinco professores avaliadores.
3. Qual devo fazer?
Se você quer apenas reciclar seus conhecimentos, estudar um pouco uma determinada área e aplicar aquilo na sua carreira, a saída é uma especialização. Se você quer a carreira acadêmica – dar aulas no ensino superior, virar pesquisador –, não tem como fugir do mestrado e do doutorado. Especialização tem a ver com mercado; mestrado e doutorado, com academia. (É verdade que existem os mestrados profissionalizantes, mas essa é uma conversa para outro post.)
4. Vale a pena?
Estudar, sempre vale a pena. Ter instrução e conhecimento é um atalho para subir na carreira, para galgar novos postos, e para ganhar salários melhores. É assim que funciona. Para além disso, conhece-se novas pessoas, frequenta-se outros ambientes, e investe-se na própria autoestima na medida em que você é desafiado a seguir adiante.
5. Onde buscar mais informações?
No site da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). Ela é a agência que cuida da avaliação dos cursos, que organiza regras para o setor e que busca construir com a comunidade acadêmica os elementos para qualificar os cursos de pós-graduação no país.
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Jornalista e professor da Universidade Federal de Santa Catarina