Friday, 22 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Proposta preliminar para as áreas de conhecimento da comunicação

Em relação à matéria intitulada ‘Comunicólogos tramam extinguir a formação graduada dos jornalistas’, publicada nesse Observatório [remissão abaixo], a Associação Nacional dos Programas de Pós-Graduação em Comunicação (Compós) vem a público esclarecer alguns equívocos que aparecem sintomaticamente já no título:

1. Não se trata de uma ‘reforma Universitária’;

2. Não se trata de uma proposta de ‘extinção da formação graduada em Jornalismo’; e

3. Comunicólogos não estão tramando nada. Como associação séria e com quase 15 anos de existência, a Compós não pode ser colocada nesse patamar de discussão. Além do mais, o artigo não acerta nem no link para o site da Compós. O endereço é (http://www.compos.org.br) e não o que o artigo faz referência. [NOTA DA REDAÇÃO: O erro no endereço é de responsabilidade do OI, pelo qual nos desculpamos. O link está corrigido na matéria (L.E.).]

O que está em revisão, pelo CNPq, é a descrição das áreas de conhecimento (entre as quais, a de Comunicação). Não se discutiu, na reunião da Compós, a Reforma Universitária (e nesta, ao que sabemos, não se cogita a extinção de qualquer área, muito menos a de Jornalismo – proposta que, se por absurdo ocorresse, teria nosso total desacordo). A listagem de áreas e especialidades de conhecimento interessa basicamente para a caracterização das pesquisas desenvolvidas no país. Na nossa proposta (ainda em aberto e oferecida para o debate da área, e portanto não caracterizando nenhuma ‘trama’) encontram-se contempladas as várias possibilidades, tanto da pós-graduação como da graduação.

O texto parece confundir área de pesquisa com habilitações da graduação. Na verdade, ao descrever as áreas de pesquisa como o fazemos, estamos melhor defendendo o Jornalismo que a perspectiva isolacionista que se depreende do artigo. Se o Jornalismo ‘é uma prática que mobiliza competências em vários campos’ (como diz o texto, e com o que concordamos), só ganhará ao apresentar-se na companhia abrangente em que a situamos – e que, temos a convicção, não lhe diminui o escopo, mas ao contrário, lhe oferece (como de resto já acontece na realidade) interlocução e espaços temáticos.

A proposta encaminhada pela Compós (legítima, já que é uma proposta de seu conselho soberano e democrático) visa balizar as agências de fomento (principalmente o CNPq) na redefinição de áreas e subáreas do conhecimento. A área de Jornalismo está explicitada na nossa proposta, logo não procede a afirmação enviesada e desinformada da matéria. O objetivo da Compós é contribuir na busca de um consenso mínimo na área a partir de uma visão global.

O artigo publicado pelo Observatório da Imprensa não apresenta nenhuma proposta de áreas e subáreas, não acrescentando nenhuma inteligência ao debate. A proposta da Compós está em discussão. Todas as associações, professores e pesquisadores podem também encaminhar suas sugestões. A Compós está discutindo a sua proposta em fóruns legítimos da área. Novas proposta serão bem-vindas e avaliadas pela Compós. Infelizmente, na matéria em questão, não há nenhuma proposta que nos ajude no debate. Apenas desinformação, agressividade e mania de perseguição.

A Associação Nacional dos Programas de Pós-Graduação em Comunicação (Compós) é uma sociedade civil, sem fins lucrativos, congregando como associados os programas de pós-graduação em Comunicação em nível de mestrado e/ou doutorado de instituições de ensino superior públicas e/ou privadas no Brasil. Com sede na cidade de Brasília, a Compós tem como objetivos principais o estímulo à participação da comunidade acadêmica e de pesquisas em comunicação nas políticas do país para a área, defendendo o aperfeiçoamento profissional e o desenvolvimento teórico, cultural, científico e tecnológico no campo da comunicação. Atualmente a Compós é composta por 20 cursos de mestrado e/ou doutorado credenciados pela Capes (todos os cursos existentes no Brasil).

Não há curso de pós-graduação em Comunicação ou Jornalismo na Universidade Federal de Santa Catarina.

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Presidente, vice-presidente e secretária-executiva da Compós