Thursday, 26 de December de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1319

Revista traz sugestões para revisão de diretrizes curriculares

A depender das sugestões dadas pela comissão nomeada pelo ministro da Educação, Fernando Haddad, para realizar um levantamento da situação e propor uma revisão das diretrizes curriculares do ensino de jornalismo do país, a Universidade Federal do Maranhão – UFMA, através do seu Departamento de Comunicação Social, sai na frente, pela sintonia com o mencionado documento.

Na última semana, o curso de Jornalismo lançou o lo número da revista Canal.com, trazendo o encarte ‘Lab Midia’, cujas propostas contidas no conteúdo são consideradas ousadas, além de identificadas com a realidade e os resultados da comissão constituída por especialistas no assunto, coordenada pelo professor-doutor José Marques de Melo. O universo acadêmico, especialistas, sociedade, e em particular, empresas de comunicação, todos ouvidos deram sugestões. Quanto às empresas, tão logo o STF revogou o Decreto-Lei de 1969, que regulamentava a profissão de jornalista, prometeram priorizar a mão-de-obra especializada, desde que com a devida competência. Para tanto, houve entendimento a respeito do retorno do estágio supervisionado, para uma associação perfeita da teoria com a prática.

Pergunta desafiou comissões

Dentre outras recomendações diz o documento: ‘Pretendemos que o curso de Jornalismo tenha mais autonomia curricular, porque o que ocorre hoje é que o aluno entra e passa dois anos fazendo disciplinas comuns a todos os cursos de Comunicação.’ Acrescenta José Marques de Melo, que virá a São Luís, em maio de 2010, receber o título de doutor Honoris Causa, concedido pela UFMA, pelos trabalhos prestados à instituição:

‘Na proposta [que são muitas e oportunas] também está prevista uma maior criatividade [e autonomia] na elaboração dos projetos pedagógicos. É preciso haver mais (…) para abarcar, por exemplo, as diferenças regionais.’

Questiona o mestre:

‘De que modo a universidade pode contribuir para sedimentar as instituições democráticas, formando cidadãos cujo capital cognitivo e cujos valores éticos possam convergir para a tomada de decisões coletivas, capazes de nutrir o espaço público, respaldando o bem comum, a liberdade de pensamento e a diversidade cultural, de forma a fortalecer naturalmente a defesa dos interesses nacionais?’

Esta pergunta desafiou as comissões nomeadas.

O papel da cidadania

Pelo conteúdo da revista, feita por alunos orientados pelos professores-doutores Vera Sales e Joanita Mota Ataíde, além de outros docentes, a quem couberam as ideias discutidas, que, para tanto, juntaram depoimentos de comunidades carentes. Há projetos que as beneficiam, pelo poder da comunicação, que inclui teatro, folclore, rádios comunitárias, publicações pelo meio papel etc.

A equipe da revista, incentivada pelo reitor Natalino Salgado, um entusiasta das metas estabelecidas pelo MEC, procurou cobrir programas de políticas públicas, uma vez que estas, ainda não foram oferecidas, como esperado, pelo governo, às pessoas de bairros pobres. Isto facilitará a solucionar problemas enfrentados de toda ordem, como, contribuirá para conscientizá-las para o desempenho do papel de cidadania, pelo conhecimento de seus direitos. Com a implantação de instrumentos de informação e práticas laboratoriais, melhorará a vida dessa gente pobre e abandonada.

Em busca de novos êxitos

É exatamente essa a questão prevista no relatório da comissão para estudos e sugestões ao MEC que a revista Canal.com e o encarte ‘Lab Midia’ cumprem como meio de oferecer qualidade ao ensino, com aplicação de métodos pedagógicos modernos, o que resultará numa preparação de bom nível para o futuro profissional de jornalismo. Leve-se em consideração a responsabilidade social para o fortalecimento da democracia ‘demandando uma educação fundamentada na ética, na competência técnica, habilidades que só podem ser adquiridas em uma formação superior própria’ – palavras do professor-doutor J.M. de Melo(Observatório da Imprensa, 15.9.2009).

Numa das últimas avaliações dos cursos de Comunicação pelo MEC, o curso de Jornalismo da UFMA foi considerado como dos melhores do país, pela formação do seu quadro docente, a maioria com mestrado e doutorado. Daí, provavelmente a iniciativa do Departamento de Comunicação Social, dirigido pelo professor-doutor Francisco Gonçalves, de dar esse passo avançado na busca de novos êxitos, ao corresponder as expectativas do alunado, das autoridades do ensino e da sociedade.

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Professor, São Luís, MA