Tribunal americano decidiu a favor da Harper’s Magazine, na semana passada, em ação movida pela família de um soldado morto no Iraque. A edição de agosto de 2004 da revista trazia uma foto do corpo de Kyle Brinlee em um caixão aberto. O pai e o avô do jovem soldado consideraram que a imagem era ‘ultrajante’ e ultrapassava ‘todos os limites de decência’.
O juiz Frank Seay, entretanto, ressaltou que a fotografia foi tirada durante um funeral com a presença de 1.200 pessoas, incluindo o governador de Oklahoma, estado natal de Brinlee. Se a família quisesse ‘velar o corpo privadamente, não deveria ter feito um funeral público e ter uma seção reservada para a imprensa’, escreveu o juiz.
Brinlee, vítima de uma bomba caseira, foi o primeiro soldado de Oklahoma morto em combate desde a Guerra da Coréia. Todas as pessoas que compareceram ao funeral do soldado, em maio de 2004, puderam ver o corpo, mas membros da família se disseram chocados quando a fotografia, tirada pelo fotógrafo Peter Turnley, apareceu na Harper’s Magazine.
A ação movida contra a revista e o fotógrafo alegava invasão de privacidade e imposição intencional de sofrimento emocional, entre outras reclamações. O publisher da Harper’s Magazine, John R. MacArthur, disse que a decisão judicial é uma vitória da Primeira Emenda. O advogado da família de Brinlee, Douglas Stall, afirmou que ainda não sabe se irá apelar. Informações de Kelly Kurt [Associated Press, 23/12/05].