O governo da Jordânia justificou na quarta-feira (2/5) sua decisão de interromper a impressão da edição de segunda (30/4) do jornal al-Majd, que divulgaria um suposto plano do presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas, com o objetivo de dissolver o Parlamento palestino, de maioria islâmica. ‘O semanário al-Majd foi banido das bancas porque divulgou informações prejudiciais à segurança nacional e aos interesses da Jordânia’, afirmou Nasser Jawdeh, porta-voz do governo.
‘As forças de segurança da Jordânia, que pré-censuram os jornais, vieram ao jornal durante a noite para interromper a impressão’, contou o editor Fahd al-Rimawi. O presidente do Sindicato dos Jornalistas, Tareq Momani, apoiou a posição governamental, argumentando que a reportagem do al-Majd era ‘totalmente falsa’ e não tinha base em nenhuma fonte confiável.
Conflitos
Abbas ameaçou adiantar as eleições parlamentares e presidenciais após meses de violentos conflitos entre as facções políticas Fatah e Hamas. Em fevereiro, entretanto, ele conseguiu um acordo de divisão de poderes na Arábia Saudita com o líder exilado do Hamas, Khaled Meschaal, e, em março, uma nova unidade governamental nacional assumiu o poder.
Esta não é a primeira vez que o al-Majd foi censurado. Al-Rimawi já ficou preso por vários dias, em 2004, depois de ter escrito um editorial sobre a Arábia Saudita, considerado prejudicial para as relações exteriores da Jordânia. Na época, o jornal foi proibido de circular por dois meses. Informações da AFP [2/5/07].
Relatórios divergem sobre o Marrocos
De acordo com o relatório anual do Sindicato Nacional de Imprensa do Marrocos, divulgado esta semana, houve diminuição da censura à mídia no país, noticia a AFP [2/5/07]. Entretanto, o documento ressalta que ainda existem algumas restrições a determinados veículos de comunicação. ‘Por um lado, há mais liberdade, em parte devido aos esforços de ONGs, mas, por outro, ainda há tentativas de restringi-la’, afirma o secretário-geral do sindicato, Younes Moujahid.
As conclusões do estudo divergem de um relatório publicado pelo Comitê para a Proteção dos Jornalistas, organização com sede em Nova York, que afirma que Marrocos e Tunísia estão entre ‘os países que mais prendem jornalistas no mundo’. ‘Nações como Tailândia e Marrocos são consideradas líderes de liberdade de expressão em suas regiões, mas, nos últimos cinco anos, a censura está se agravando’, informava o relatório. O Comitê alega que três jornalistas foram presos no Marrocos este ano; Moujahid nega a informação e insiste que não há prisão de repórteres desde 2004.