Friday, 22 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Uma crônica sem escudo institucional

Enquanto refletia sobre a situação do jornalismo brasileiro, pensei: será mesmo que só os diplomados em Jornalismo poderão exercer a profissão? Crônica é a situação, isso que me veio à cabeça. É sarro ver a guerra do diploma, da liberdade de expressão, nas manifestações e nos sonhos. Queria saber a opinião de Rui Barbosa…

Claro que os estudantes de Jornalismo devem continuar a faculdade. Afinal, muitos estão pagando o curso. Óbvio que ninguém vai deixar de ser jornalista só porque é formado em jornalismo. Agora, os formados sejam informados, por favor, que a pólvora foi descoberta há muito tempo, e a verdade tem várias faces para quem escreve. Quem sabe um dia eu seja publicado na Folha, no Estado, na Gazeta, quem sabe no Globo, numa crônica para distrair os leitores num final de semana tranqüilo ou no meio de uma semana agitada. Na verdade, está cada vez mais curto o tempo para ler jornal e perder tempo registrando chinfrim, ah, que tal uma saída diferente? Algo que vem do coração de jornalista, do tino, para ter com as linhas e representar sem hipocrisia uma das mais belas artes da humanidade, a jornalisticidade de um precário autor, que se manifesta na lógica da liberdade sem covardia, sem escudo institucional, na defesa profissional.

Com inspiração que reduz o diploma a nada – aliás, diploma é ótimo, tenho um e uns quinze certificados, mas nenhum um deles escreve, na verdade acho até que eles me viciaram. Agora, para ser presidente, sim, penso que é preciso ser formado especificamente. No entanto, Lula não é e nem por isso é menos presidente. Pagou até a dívida externa. Quem sabe por não ser formado?

Apelo para o espírito do jornalismo e invoco os poderes da imprensa na crônica de jornalista.

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Jornalista