Sunday, 22 de December de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1319

É ótimo viver na nuvem

A cada dia tenho curtido mais as vantagens da nuvem. Ou melhor, da computação em nuvem. E não utilizo apenas uma, mas diversas nuvens: da Apple, do Google, do Hotmail e outras. Nelas crio meus espaços pessoais, como minhas nuvens pessoais ou particulares.

Não importa onde estejam instaladas, seja em data centers do Google ou da Microsoft, seja em dispositivos de armazenamento como os sistemas avançados de discos rígidos (HDs) de 1 ou mais terabytes. Utilizo ainda aplicativos realmente úteis como o iCloud e a Time Capsule, ambos da Apple.

Guardar tudo na nuvem era um sonho que acalentei por muitos anos. Hoje é uma grata realidade, como segurança, conforto e tranquilidade.

Chegou iCloud

A nuvem da Apple se chama iCloud. É um aplicativo que armazena música, fotos, documentos e outros conteúdos e os transporta automaticamente para outros dispositivos – do iPod para o iPhone, o iPad ou seu desktop, Apple ou Windows. Todo o conteúdo é compartilhado instantaneamente, sem fio, nesses dispositivos.

Vejamos como funciona. Com minha identidade (ID) na Apple, posso acessar a nuvem (iCloud) e configurar qualquer um dos meus dispositivos – iPhone, iPod Touch, e iPad, Mac ou PC – apenas seguindo as instruções fornecidas pelo próprio aplicativo.

Em seguida, vem o grande salto. Dos ajustes iniciais feitos com a orientação fornecida pelo próprio aplicativo, o iCloud armazena todos os meus conteúdos na nuvem e os envia para todos os meus dispositivos, sem necessidade de nenhum cabo ou fio, automaticamente. Não parece mágica?

Vejamos outro exemplo ainda mais didático. Quem tem o iTunes, aplicativo gratuito da Apple, pode transferir e armazenar e ouvir todas as músicas de seus CDs no computador.

A partir de agora pode copiar todas as suas músicas, ao mesmo tempo e automaticamente, para os três dispositivos. No passado, essa cópia teria que ser feita do computador para cada dispositivo, um a um, com a conexão de um cabo.

Desse modo, se tenho uma ou centenas de músicas no meu iTunes (armazenada em meu computador), com o iCloud eu poderei transferi-las rapidamente, sem fio, automaticamente, para meus outros dispositivos, em meu iPod e iPad.

Posso, igualmente, transferir a foto que acabo de tirar com meu iPhone e enviá-la automaticamente para meu iPad. Não é preciso nem sincronizar o iPhone com meu computador. O iCloud faz tudo isso.

A solução Buffalo

Até poucos meses atrás, eu levava em minhas viagens um pequeno HD externo, de 1 terabyte, com o backup de documentos, artigos e imagens de que poderia necessitar em meu trabalho, distante de meu escritório.

Agora não preciso mais levar o HD externo. Uso um sistema de armazenamento com acesso via internet, chamado Buffalo CloudStor Shared Storage, da empresa Buffalo Technology.

Vale lembrar que a CloudStor é uma família de equipamentos que vão muito além do armazenamento e se transformam em um portal pessoal, para armazenamento e acesso a conteúdos de vídeo, música, fotos, imagens, textos e gráficos. O equipamento, do tamanho de um HD externo, fica em minha casa. Não preciso levá-lo a lugar nenhum, pois ele me permite o acesso, via internet, onde quer que eu esteja e a qualquer hora.

Máquina do tempo

Se você não faz backup de tudo que é importante em seu computador, está correndo sérios riscos de perder documentos, trabalhos ou conteúdos de valor. Se você usa PC Windows, instale um HD externo e copie o que lhe parece mais relevante.

Agora, se você usa computadores Macintosh, sua opção pode ser a Time Capsule. Ela realiza outro sonho nosso: fazer backups, automaticamente, de tudo que produzimos no computador.

Essa cápsula do tempo é, basicamente, um HD externo de 1 ou 2 terabytes, que vai gravando tudo à medida que eu escrevo, automaticamente e sem fio. E mais: a Time Capsule também funciona como uma estação ou base de wi-fi (tecnologia 802.11n), exatamente como a AirPort Extreme Base Station, da Apple.

No meu computador iMac, tenho utilizado há tempos o backup automático da Time Capsule. Esse sistema evita que eu perca qualquer documento ou trabalho.

Nuvens simples

A opção de armazenamento mais próxima do conceito de nuvem que eu utilizava até alguns meses atrás era o Hotmail. Aliás, todos os usuários do Hotmail e do Gmail podem negociar espaços razoáveis de memória desses portais e pagar pequenas quantias de aluguel anual para utilizar esses armazéns. Eu ainda alugo um espaço adicional de 2 Gigabytes no meu Hotmail, por exemplo, pagando algo como R$ 60 por ano, para ali guardar artigos, documentos e endereços de fontes essenciais para meu trabalho, especialmente quando estou trabalhando fora de São Paulo.

Para qualquer usuário, a opção mais simples é levar seu conteúdo de informações armazenado em pen drives (memory keys) de maior capacidade, entre 8 e 32 gigabytes. Essas pastilhas de silício são vendidas por preços cada dia menores. São muito úteis para transportar dados e documentos importantes, fazer cópias de outros computadores e servir de arquivos estratégicos em diversas circunstâncias.

A boa notícia é que o preço de memórias e dispositivos de armazenamento em geral vem caindo de forma acelerada, há muitos anos. Não economize em seus backups. A eventual economia pode sair caro.

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[Ethevaldo Siqueira é jornalista e colunista do Estado de S.Paulo]