Os fabricantes de eletroeletrônicos multiplicaram a oferta de dispositivos nos últimos anos. DVD, Blu-ray, tablets, consoles de jogos, smartphones e outros aparelhos passaram a disputar a atenção dos consumidores com a TV e o computador. Mas na hora de assistir a um vídeo, o hábito de se sentar à frente da televisão ou do PC fala mais alto. Essa é uma das conclusões da Pesquisa Global Sobre o Uso dos Meios de Comunicação em Telas Múltiplas, realizada pela consultoria Nielsen.
A consultoria realizou entrevistas com 28 mil consumidores com acesso à internet em 56 países no terceiro trimestre de 2011. Do total de entrevistados no mundo, 83% assistiram a vídeos pelo menos uma vez por mês na TV, e 84% fizeram o mesmo usando o computador. No Brasil, os índices foram um pouco superiores: 92% dos internautas assistiram a vídeos na TV e no computador.
O estudo também indicou que 56% dos brasileiros assistiram a vídeos em smartphones; no mundo, o índice foi de 54%. Já o uso de outros dispositivos foi menos intenso. No mundo, 41% assistiram a vídeos com aparelho de DVD, 33% usaram consoles de jogos e 28% usaram um tablet ou um leitor de livros digitais. No Brasil, também foi menos intenso o uso de DVD (28%), consoles de jogos (33%), tablets (21%) e leitores digitais (20%).
Banda larga
Thiago Moreira, diretor de telecomunicações da Nielsen, afirmou que a TV e o computador se manterão entre os aparelhos de maior importância para os consumidores de vídeos, mas os smartphones e tablets tendem a ganhar mais importância nos próximos anos. "Há uma grande pré-disposição dos consumidores a adquirir esses dispositivos", disse.
O estudo global revelou que 35% dos internautas não possuem, mas pretendem comprar um smartphone nos próximos 12 meses. Entre os entrevistados, 38% pretendem adquirir um tablet. No Brasil, o interesse é maior: 51% dos internautas não possuem e pretendem comprar smartphone nos próximos meses, e 53% pensam em adquirir um tablet.
Para o consultor, a adoção crescente desses aparelhos vai exigir dos grupos de mídia e de agências de publicidade mudanças na produção de seus conteúdos. "É comum que usuários de smartphone ou de tablet assistam a vídeos fora de casa ou do escritório e grande parte das companhias ainda não adaptou o conteúdo de seus sites para acesso por meio desses dispositivos", disse Moreira. Em sua avaliação, conteúdos formatados para telas menores e vídeos com menor tempo de duração tendem a atrair mais os consumidores que assistem a vídeos nos dispositivos móveis.
Moreira disse que o consumo de vídeo on-line tende a aumentar, à medida que os consumidores se conectam mais à internet em alta velocidade. No mundo, 57% dos entrevistados indicaram ter um computador com acesso em alta velocidade à internet; outros 16% declararam que planejam comprar um nos próximos meses. No Brasil, 60% informaram ter computadores com conexão em banda larga. Outros 29% informaram não ter uma conexão rápida, mas disseram que pretendem contratar o serviço no prazo de um ano.
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[Cibelle Bouças, do Valor Econômico]