O sonhador americano era magro, mirrado, asceta: matou-se na sexta-feira (11/1), aos 26 anos. O imenso, rotundo e exuberante empresário teuto-finlandês produziu no último fim de semana um espetacular show para lançar a sua nova criatura, o Mega, ao completar 39 anos.
Começaram como hackers, arrombavam grades e cadeados onde eram guardados os conteúdos mais secretos. Anarquistas clássicos: detestavam leis e códigos que guardavam a propriedade intelectual. O eremita Aaron Swartz rejeitou fortunas, empregos e parcerias, pretendia apenas o livre acesso ao saber. Seus moinhos de vento eram os acervos de dados aprisionados, longe do domínio público e do interesse público.
O playboy e bon-vivant Kim Dotcom (aliás, Schmitz), operava em outro segmento, o show-biz. Queria e conseguiu ser bilionário. O seu novo site – Mega – arrebanhou meio milhão de seguidores nas primeiras 14 horas de funcionamento.
Perseguidos pelo FBI como piratas, ameaçados de pesadas penas, Swartz e Schmitz – cada um com a sua nuvem, papel e destino – compõem o primeiro elenco de personagens-paradigmas do Grande Teatro Cibernético.
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AARON SWARTZ | KIM DOTCOM |
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