Thursday, 21 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

CEOs evitam o uso das redes sociais

Os CEOs das principais empresas do mundo estão buscando cada vez mais a internet para se socializar com clientes e outros funcionários. Mas, em vez de redes sociais, eles têm priorizado vídeos e os próprios sites das empresas para buscar estes contatos, muitas vezes em uma via de mão única. De acordo com levantamento realizado pela consultoria Weber Shandwick, em 2010, apenas 36% deles buscavam este contato social pela internet. Atualmente, o número cresceu para 66%. Inicialmente, os CEOs usam a home page da empresa para depois buscar outras plataformas.

Uma das vias mais apreciadas pelos principais executivos são os vídeos. Quatro em cada dez utilizam seus sites ou canais no YouTube para passar mensagens para os seus consumidores e, em alguns casos, para seus funcionários. Dois anos atrás, apenas um quinto deles buscava esta alternativa. Executivos há mais de três anos no cargo de CEO tendem a buscar mais estas vias sociais – o recurso é usado por 79% deles. Apenas 48% dos que estão no cargo há menos de três anos fazem o mesmo. Também há variação de acordo com a região do mundo. Nos Estados Unidos, a prática chega a 80% dos CEOs, ante 67% na Europa e 55% na Ásia. Segundo a pesquisa, a imagem da empresa é favorecida caso os executivos busquem se socializar.

A maioria dos CEOs ainda permanece relutante em usar redes sociais como o Twitter, Facebook e Instagram. O número de usuários com estes cargos nas principais empresas do mundo atinge apenas 18%, e este valor se manteve praticamente estável ao longo dos últimos dois anos.

Riscos e insegurança

Executivos que também são acionistas majoritários, como Donald Trump e Rupert Murdoch, adeptos do Twitter, costumam gostar mais de se expor. Outros terceirizam para empresas de relações públicas a administração de suas páginas pessoais.

Um dos temores dos CEOs, assim como de executivos de escalões mais baixos, é o de questões da vida privada serem expostas. Atualmente, empresas costumam analisar páginas pessoais das pessoas para verificarem o perfil. A única rede social que costuma favorecer é o LinkedIn, voltada justamente para este público. No Twitter, alguns optam por utilizar apelidos para não se expor. No Facebook, o mais comum é ter uma página, mas apenas para acompanhar os amigos, sem postar nada.

“O baixo crescimento no uso de redes sociais, embora não da socialização na internet por outros meios, demonstra que os CEOs estão preocupados com o risco e inseguros sobre o retorno de ir para as redes. Eles preferem escutar, observar e coletar dados do que se engajar”, concluiu na pesquisa Chris Perry, presidente da Weber Shandwick.

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[Gustavo Chacra é correspondente do Estado de S.Paulo em Nova York]