O Google reforçou seu serviço de monitoramento de segurança em sites e, desde ontem, passou a publicar dados mais detalhados sobre esses riscos em seu relatório de transparência (“Transparency Report”). O objetivo é alertar donos de sites e administradores de rede sobre riscos de contaminação por vírus e outros programas nocivos, e estimular um aumento da segurança na internet.
Niels Provos, engenheiro notável (nome dado aos engenheiros seniores) do Google e coordenador do projeto, disse que há dois principais riscos a sites: o “malware” e o “phishing”. O “malware”, um programa implantado por hackers, é instalado automaticamente no computador do usuário quando ele acessa um site contaminado. O “phishing” é uma página falsa criada por cibercriminosos para obter dados financeiros do usuário e praticar golpes.
“O avanço dessas ameaças é muito rápido e queríamos fazer algo para proteger os usuários”, disse Provos. O sistema de monitoramento foi lançado há seis anos e, neste mês, passou a funcionar em uma nova versão. De acordo com o engenheiro, o Google monitora “dezenas de milhares de sites por dia” e envia alertas aos seus donos sobre os riscos. Com base nos avisos, as companhias fazem as mudanças necessárias para aumentar a segurança do site. A divulgação dos relatórios de monitoramento é semanal e gratuita.
Provos disse que a nova versão oferece mais detalhes sobre o tipo de ameaça e o local em que foi instalada no site. “Muitos donos de sites tinham dificuldades para identificar onde estava o problema”, afirmou. Como parte das mudanças, o Google colocou à disposição dos donos de sites ferramentas que identificam as ameaças e sua localização em tempo real.
Provos estima que haja uma redução dos riscos a internautas na web. Entre os sites que receberam alertas de segurança, 20% voltaram a ser infectados na semana seguinte. “Essa redução já é um bom começo. É muito difícil que um site não seja infectado novamente. A cada dia surgem 10 mil novos tipos de ameaças”, disse Provos.
O Google verifica riscos em sites visitados por 1 bilhão de internautas no mundo, que usam os navegadores Chrome, Firefox (da Fundação Mozilla) e Safari (da Apple). Segundo o relatório, no Brasil, 6% dos sites avaliados estavam infectados. O índice é similar ao da Rússia (5%) e da China (5%) e inferior ao verificado na Argentina (12%) e no México (10%). Nos Estados Unidos, 1% dos sites estavam infectados. No futuro, disse Provos, o Google desenvolverá uma ferramenta semelhante para identificar ameaças virtuais em aplicativos.