As mudanças sociais e culturais criaram novas formas de pensar e agir, novos estilos de vida e, consequentemente, novas técnicas de comunicação que buscam atingir um público cada vez mais complexo. Assistimos gradativa e velozmente a um processo de inovação tecnológica que impacta profundamente o campo da comunicação em todas as esferas de atuação.
Os novos espaços, proporcionados e potencializados pela internet, somados à perda da força dos meios convencionais e à mudança no perfil e hábitos dos consumidores, têm levado as empresas a buscarem formas inovadoras de comunicação com seus públicos. Essa atitude, por sua vez, induz os profissionais de marketing a aplicarem seus esforços criativos em estratégias de marketing diferenciadas e é nesse intento que se têm utilizado cada vez mais os canais de mídias digitais.
Por sua vez, surge o marketing viral, uma estratégia de divulgação que se resume a espalhar determinado elemento com o intuito de infectar o recebedor, para assim ele espalhar essa ideia para outros. “É um fenômeno de marketing que impulsiona as pessoas a passarem de uma para a outra a mensagem de marketing. Chama-se viral porque o processo se assemelha ao passar um vírus de uma pessoa para outra” (COBRA e BREZZO, 2010, p14).
Em 2007, surgiu em site estrangeiro, um “meme” chamado “Depression Dog”. Logo internautas brasileiros fizeram sua versão tupiniquim, chamada “Cão da Depressão”. O objetivo da brincadeira era o de gozar com fatos do cotidiano, geralmente com o fato de que alguma coisa não era do jeito que se gostaria que fosse.
Foi assim que surgiu em fevereiro de 2011, através do fisioterapeuta Magno Formiga, o CG da Depressão, que tem como intuito satirizar as peculiaridades de Campina Grande, cidade localizada no Planalto da Borborema. Atualmente a página de humor crítico que brinca e alerta a todos sobre os problemas da cidade conta com mais de 40 mil curtidas de internautas de todo o mundo.
Neste aspecto, o marketing viral se sustenta na ideia de laçar uma mensagem que seja interessante e impactante o bastante para que quando vista por alguém seja repassada para amigos que por sua vez passaram para outros amigos, e assim por diante, viralizando uma marca ou, como em nosso caso, um conceito de humor nordestino por meio de frases que fizeram parte da infância dos internautas. “A viralidade é um aspecto fundamental assim como a propagação das espécies é um aspecto biológico fundamental na natureza. Ela também tira proveito da necessidade humana de se conectar com o outro” (PENEMBERG, 2010, p. 61/62).
Imediatismo e instantaneidade
Além de a mensagem lançada ser bem arquitetada, há dois diferenciais que promovem a viralidade incessantemente nas redes sociais, a primeira é que sua propagação mexe com o emocional das pessoas, trazendo a tona o sentimento de nostalgia e identificação com o personagem, isso faz com que os internautas se sintam realmente atraídos a ponto de fazê-lo espalhar essa ideia com seus.
Outro fator é a interatividade. No marketing viral esse tipo de ação geralmente atrai muitos seguidores para a página e, consequentemente, mais visibilidade para o produto ou conceito oferecido, além de outros pontos positivos que fazem com que ela cresça. Mudaram-se as formas de comunicação e interação entre as pessoas, quebraram-se as fronteirais, mudou-se comportamento e estilos de vida. Seguindo a perspectiva de acompanhar as tendências, o marketing tem acompanhado essas mudanças, ampliando sua área de atuação, buscando novos espaços e meios de se comunicar com o público que por sua vez é também consumidor.
Pode-se dizer, então, que o Facebook é uma ferramenta que incrementa a cena social, tornando mais ágeis as ações (Mezrich, 2010). Esse imediatismo e instantaneidade permitem que um comentário possa ser uma ação eficiente de comunicação, pois conquista novos contatos e potenciais clientes para as marcas, numa ação profunda à medida que os comentários proliferam nas redes.
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Rodolpho Raphael de Oliveira Santos é jornalista, Esperança, PB