Friday, 22 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Azarões brilham na corrida da web

Não é surpresa que países como Japão e Coreia do Sul, muito associados à alta tecnologia, apareçam nos primeiros lugares na corrida pela internet mais rápida do mundo, mas o que dizer da Romênia, Letônia e Bulgária?

Todos eles integram a relação dos 10 países com as conexões mais velozes à internet do mundo, segundo levantamento trimestral feito pela Akamai, companhia de serviços de web sediada em Cambridge, no Estado americano de Massachusetts. Os dados se referem ao primeiro trimestre e levam em conta uma média da velocidade de pico – ou seja, só os acessos mais rápidos são considerados.

Ficaram fora dos dez primeiros lugares países onde é intensa a atividade na internet. A ausência mais sentida é a dos Estados Unidos, que ficou em 11º lugar. O Reino Unido veio logo atrás, na 12ª posição, e o Canadá apareceu no 18º posto, atrás de outros países menos influentes no mundo digital, como a Hungria (13º lugar) e a República Tcheca (15º).

O Brasil ficou em 62º lugar, com uma velocidade de pico de 18, 9 megabits por segundo (Mbps), pouco superior à média global, de 18,4 Mbps. Os usuários brasileiros estão muito distantes da comodidade dos habitantes de Hong Kong, onde o pico chegou a 63,6 Mbps, ou mesmo da Bélgica, o 10º lugar do ranking, com 38 Mbps.

Bem cotado

Uma das explicações para a forte presença do Leste Europeu no ranking é que muitos países da região têm territórios pequenos e são densamente povoados, o que significa acesso mais fácil. Nos EUA, por exemplo, o cenário é diferente – o país é enorme, e cidades populosas convivem com áreas onde o número de habitantes é baixo.

Outro ranking traçado no estudo, baseado na velocidade média de acesso à internet – e não apenas no pico – mostra a liderança isolada de nações asiáticas. Coreia do Sul (14,2 Mbps), Japão (11,7 Mbps) e Hong Kong (10,9 Mbps) aparecem nos primeiros lugares. O Brasil, mesmo com um aumento de 7,4% na velocidade das conexões frente a 2012, figura em 73º lugar, com 2,3 Mbps. É menos que vizinhos como México (3,3 Mpbs), Chile (3 Mbps) e Colômbia (2,8 Mbps). No estudo, o Brasil aparece bem cotado em uma relação, mas nada que melhore o orgulho nacional: é o 8º país de onde partem mais ameaças digitais, sob uma lista negra liderada pela China.

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João Luiz Rosa, do Valor Econômico