Wednesday, 18 de December de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1318

Firmas usam internet para discriminar

Muitas empresas costumam examinar o perfil dos candidatos a emprego na internet como parte do processo de contratação. Um novo estudo de uma universidade americana sugere que elas também podem usar o que encontram para discriminar.

O estudo, um experimento da Universidade Carnegie Mellon com currículos e perfis fictícios de redes sociais, descobriu que entre 10% e 33% das empresas americanas procuraram as redes sociais para obter informações sobre candidatos a emprego logo no início do processo de contratação. Nesses casos, os candidatos cujos perfis públicos no Facebook indicavam que eles eram muçulmanos tiveram menor chance de ser chamados para entrevistas que os candidatos cristãos. A diferença foi particularmente acentuada em partes do país onde mais pessoas se identificam como conservadoras. Nesses lugares, os candidatos cristãos receberam ligações para a segunda fase de seleção 17% das vezes, comparado a cerca de 2% para os muçulmanos.

O mesmo experimento, realizado de fevereiro a julho deste ano, constatou que revelações na internet sobre a orientação sexual de candidatos a emprego não teve impacto detectável no interesse das empresas. A pesquisa é o exemplo mais recente de como as informações que as pessoas colocam sobre si mesmas na internet podem ter efeitos de longo alcance e não intencionais, particularmente no mercado de trabalho.

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Jennifer Valentino-DeVries, do Wall Street Journal