O Google adquiriu a empresa criadora do robô mais veloz do mundo e de outras máquinas que lembram animais – e são assustadoramente realistas –, fornecidas aos militares americanos. A compra da Boston Dynamics pela companhia de internet é a mais recente aquisição na área de robótica sob uma misteriosa iniciativa encabeçada por Andy Rubin, ex-principal executivo do sistema operacional Android. No momento em que a Amazon prepara uma frota de drones para entrega de encomendas, a Boston Dynamics é o maior troféu já conquistado pelo Google na guerra por robôs.
Entre as criações que saem dos laboratórios da empresa e são capazes de rastejar, pular e galopar estão o Big Dog, um robô de quatro patas capaz de escalar terrenos irregulares, e o Cheetah, que seria o detentor do recorde de robô de pernas mais ágeis, ao correr à velocidade de mais de 46,4 quilômetros por hora.
Muitos dos robôs da Boston Dynamics foram desenvolvidos com recursos do Darpa, a divisão de pesquisa do Departamento de Defesa dos Estados Unidos. “O futuro parece terrível!”, disse Rubin, em um tuíte com link para o jornal The New York Times, que noticiou a aquisição no sábado. O Google confirmou o negócio, mas preferiu não dar detalhes sobre o preço ou seus planos. A aquisição é o mais recente sinal do repentino e, para muitos, espantoso interesse por robôs da parte de empresas de vendas online de produtos de consumo.
Robôs muito mais fortes
A Amazon gastou US$ 775 milhões na Kiva Systems, uma empresa de robótica usada para automatizar seus centros de armazenagem e remessas, no ano passado, e o principal executivo da Amazon, Jeff Bezos, disse neste mês que a varejista online está desenvolvendo veículos aéreos não tripulados que passariam a entregar encomendas aos clientes dentro de cinco anos.
O principal objetivo do Google para sua crescente coleção de robôs continua obscuro, mas o projeto de Rubin situa-se entre os empreendimentos conhecidos como moonshot (“missão lunar”) da empresa, como automóveis e balões autodirigidos para fornecer conexão à internet em regiões remotas.
Entre suas demais aquisições estão a Bot & Dolly, um estúdio de design que produz um sistema automatizado de câmera usado em filmes como Gravity, e a Schaft, uma empresa que surgiu na Universidade de Tóquio e cujos robôs bípedes ostentam “músculos” muito mais fortes que outros robôs.
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Tim Bradshaw, do Financial Times, em San Francisco