O Google tenta expandir além dos computadores e dos celulares para a sala de estar, os carros e o próprio corpo humano. Nesta semana, a empresa deu mais um passo para entrar na casa das pessoas, com a conclusão de um acordo pelo qual pagará US$ 3,2 bilhões pela Nest Labs, que fabrica aparelhos conectados com a internet como termostatos e alarmes de fumaça. A Nest, que foi criada em 2010 por Tony Fadell, e Matt Rogers, membros das equipes que construíram o iPhone e o iPod da Apple, continuará operando independentemente com sua própria marca e expandirá seu portfólio de versões conectadas do que chama de “aparelhos não amados, mas importantes no lar”. Fadell, diretor executivo da Nest, se reportará a Larry Page, cofundador e diretor executivo da Google.
As companhias que operam na internet rivalizam para se tornarem a porta de ingresso pela qual as pessoas vivem todos os aspectos de sua existência. Seus negócios, particularmente na área da publicidade, baseiam-se na observação do comportamento online. Para o Google, a observação dos hábitos das pessoas além dos computadores e dos celulares – vendo televisão, usando o Chromecast, a passeio usando Google Glass, ou administrando seu lar por meio de produtos da marca Nest – proporcionará um conhecimento mais completo dos usuários.
Os produtos da Nest supervisionam não apenas a temperatura de uma casa e a presença de fumaça, como também a que horas as pessoas acordam, saem e voltam para casa. Usando sensores e algoritmos para se informar a respeito do comportamento dos seus habitantes, eles se programam e podem ser controlados à distância por meio de um smartphone.
Conexão doméstica
A criação da casa “conectada” mediante produtos como os da Nest é um dos principais objetivos da indústria de tecnologia. Apple, Philips, Bose, Dropcam e Lively, entre outras, fabricam aparelhos conectados à internet para baixar a intensidade da luz, fechar as portas da garagem, ouvir música ou ficar de olho em membros da família por meio de sensores ou vídeo ao vivo. No entanto, apenas 1 ou 2% das pessoas dispõem de aparelhos conectados, e embora um terço afirme que está interessado em conectar sua casa, cerca da metade afirma não estar, segundo a empresa de pesquisa de tecnologia Forrester.
O Google está se expandindo além das raízes de seu motor de busca no hardware, inclusive com a aquisição por US$ 13 bilhões da Mototola Mobility e com o desenvolvimento de produtos como Google Glass, conectados à Internet, e o Chromecast, para a televisão conectada com a internet. Também adquiriu recentemente companhias que fazem robôs e tecnologia de reconhecimento de gestos.
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Claire Cain Miller, do New York Times