Fechado o negócio, Mark Zuckerberg postou que ele e o ucraniano Jan Koum, criador do WhatsApp, compartilham uma visão de mundo.
No fundo, a história é mais ou menos o oposto disso.
O Facebook é a empresa que se orgulha de dizer que seu serviço “é e sempre será gratuito”. Mas como faz dinheiro? Com uma sofisticadíssima máquina de publicidade, calçada na mais completa base de dados já montada sobre os seres humanos.
O que o WhatsApp pensa disso? “As empresas hoje em dia sabem literalmente tudo de você, dos seus amigos, dos seus interesses, e usam isso para vender anúncios”, escreveu Koum em 2012.
Ele enfatizava: “Lembre-se: quando há publicidade envolvida, você, usuário, é o produto”. É com base nisso que defendia a cobrança.
E, a quem o que questionava sobre isso, devolvia: “Já considerou a alternativa?”.
Por ora, o modelo de serviço do WhatsApp continuará o mesmo, segundo anúncio.
Mas agora Koum vai ter que sempre olhar para a “alternativa” ao se sentar na diretoria do Facebook, ao lado do Zuckerberg.
******
Roberto Dias é secretário-assistente de Redação da Folha de S.Paulo