Thursday, 21 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

É preciso apostar em nossos ‘nativos digitais’

Em meio a um oceano de notícias negativas recentes sobre nosso país, há um dado que coloca o Brasil entre os líderes mundiais. Trata-se do índice que mede o percentual da população que é “nativa digital”, isto é, pessoas entre 15 e 24 anos que já acessam a internet há mais de cinco anos.

Segundo um estudo realizado pela União Internacional de Telecomunicações, em parceria com a GeorgiaTech, existem no mundo apenas 363 milhões de pessoas com esse perfil (5% da população mundial). Países com grande percentual de nativos digitais são como oásis para a inovação. Contam com uma janela de oportunidade preciosa.

Esse é o caso do Brasil. Pelo estudo, nosso país figura em 13º lugar no ranking de países com maior percentual de nativos digitais. Cerca de 10,1% da população brasileira está nessa categoria. O patamar é o mesmo da Alemanha e está acima do Japão. Batemos de longe também todos os Brics. Na Rússia, o percentual é 6,3%. Na China, 5,3%. E na Índia, 1,8%.

Somos craques em perder oportunidades

Esse dado positivo, que ainda passa ao largo de políticas públicas, traz grandes responsabilidades. Em ano eleitoral, deveria tornar-se prioridade absoluta.

É preciso apostar muitas fichas nesses jovens. Criar modelos para gerar oportunidades e colaboração massiva. Escolas e universidades precisam estar 100% envolvidas.

Mas é preciso ir além. Gerar um ambiente favorável ao empreendedor jovem e passar um sinal claro que o país está aberto a ele. Desse grupo dependerá grande parte do desenvolvimento econômico nas próximas décadas. Somos craques em perder oportunidades. Perder essa seria erro histórico.

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Ronaldo Lemos é colunista da Folha de S.Paulo